Prólogo
— Não ! Não disparem! — gritou com uma voz avassaladora , não existia em canto algum na ilha quem não tivesse ouvido o grito imponente de Kauê, logo no momento a seguir todos os arcos foram colocados no chão assim como todas as setas espetadas na areia enquanto que todos os homens preparados para combater se colocavam de joelhos a medida que o seu chefe se movimentava entre eles.
Os seus passos eram leves, um tanto quanto impacientes a medida em que avançava em direcção ao mar, os gritos sussurrados de quem já não tinha mais força eram cada vez mais audíveis para Kauê, já a praia , encontrava-se completamente miserável e subterrada de madeira, panos ainda a arder, corpos já mortos que vagueavam ao sabor do mar e outros demais que resultaram do naufrágio violento de um navio.
Não, não era a guerra que ele esperava ter ao ter ouvido todos os barulhos de explosões violentas, parou a centímetros dos maiores destroços quando voltou a ouvir todos os gritos abafados e pedidos de ajuda de quem parecia não aguentar muito mais . E foi ai que aconteceu, mais um choro , um choro desta vez alto não adulto mas sim de um bebé, logo depressa se moveu tirando todos os destroços, a procura de vida e logo os seus olhos se cruzaram , com ela, uma menina pálida como as nuvens e loira como o sol, porem, tudo o que a compunha se encontrava sujo , coberto de areia enlameada e vestígios de sangue que provavelmente provinha de sua mãe, mesmo assim o seu coração não demorou a apaixonar-se , pegou na pequena ao colo, com cuidado tirando-a dos braços de sua mãe que logo sorriu.
— Obrigada - sussurrou ainda sem entender se ele tinha percebido o significado de suas palavras e logo após os seus olhos fecharam-se entregando-se para algo além do desconhecido
— Ajudem-na ! - o tom autoritário de Kauê mais uma vez se fez soar, ao ouvir os últimos suspiros da mulher,logo olhou para a pequena gota de sol que tinha sobre os braços e sorriu passando-lhe as mãos sobre o cabelo - estás segura pequena Aiyra.
Quando se preparava para se retirar dali em direcção ao acampamento, um corpo alto o fez impedir, colocando-se a sua frente de forma a lhe bloquear a passagem. Teriam de ser corajosos ao ponto de impedir o movimento do grande chefe, pelo que Kauê apenas sorriu desviando-se do guerreiro dele.
— A mãe está morta, foi o seu destino Kauê, ela também deveria de estar...Kauê ela vai trazer problemas , vai ser a nossa predição , não podemos mudar o rumo das coisas, tu sabes isso , foi o ensinamento que nos deste... ela não é a tua filha , ela não é a Aiyra
— Apressa-te a entregar essa mulher para os espíritos de forma digna, faz-lhe um funeral respeitoso para que entre na vida dos deuses como todos nós e nunca mais questiones as minhas decisões. - murmurou reconhecendo-se um gosto amargo de raiva e irritação pelas palavras do soldado mas sem nunca retirar os olhos da pequena menina que balbuciava algo irreconhecível a palavras humanas e por fim retirou-se sem nunca mais ser questionado.
— Ela Não é como Nós ! Não podemos ficar com ela, devolve-a ao mar Kauê - Ipanema Gritava de forma louca dentro da cabana de palha enquanto andava as voltas sobre ela própria logo se dirigiu ao marido empurrando o mesmo enquanto os seus olhos se molhavam com as largar grossas lágrimas que escorriam sobre o seu rosto escuro — ela nunca vai substituir a nossa Aiyra, Eu não a quero, leva-a daqui - gritou mais uma vez porem desta vez o seu braço foi agarrado pela mão firme de Kauê, este logo a largou e pousou a pequena no berço que estava destinado para a sua outra filha o que ainda tornou Ipanema ainda mais dorida, e irritada com ambas as outras pessoas que compartilhavam o espaço.
— Tira-a dai - Tentou-se acalmar falando um pouco mais baixo, ela deixara de conter as lágrimas que corriam pelo seu rosto , ainda no dia anterior haveria perdido a sua filha para uma terrível doença. - Ela não é a nossa filha, nunca vai ser , não a podes substituir assim, dar-lhe o mesmo nome e fingir que nada se passará. Não podes Kauê!
— Ela é filha do mar, e agora é nossa também , ela fica Ipanema , da mesma forma como tu ficas-te quando foste rejeitada por toda a tua tribo! A nossa filha morreu, mas os deuses puseram esta no nosso caminho... foi destino. Ela fica, e não tentes dizer o contrário.
Aproximou-se lentamente da sua mulher e limpou-lhe o rosto molhado , esta apenas desviou o olhar severamente e saiu da cabana repreendendo . — Ela vai ser a nossa Predição.
Aiyra a filha do mar, cresceu domada por Ipanema, presa e cheia de obrigações apesar de amada por maioria da população era odiada por vários outros pelas suas diferenças, tudo o que ela era foi escondido , desde a sua pele até os seus cabelos, Ipanema, obrigava-a a não ser diferente e Aiyra obedecia pensado que a sua diferença era um castigo.
Mas tudo começa a mudar no dia em que Aiyra sai e vê fumo branco ao longe, o seu espírito indomável não resiste, e logo se vê tentada a seguir o rasto do céu, os seus movimentos são rápidos ao mover-se em direcção aos arcos pousados no centro da aldeia, e logo retira-se para a imensidão da floresta.
(O primeiro capitulo de e tudo aquilo que nunca escrevi xD, digam-me a vossa opinião, onde devo mudar ou o que devo mudar e manter, espero que gostem, do fundo do coração! Reparem nos nomes das Personagens todos eles têm significados que eu respeito imenso! :D)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lost & Found || h.s. Fanfic
Fanfiction❝ Eu não queria mas sem querer eu quero , preferia não sentir mas com todas estas emoções loucas eu sinto , e talvez por isso já seja tarde demais ❞ Aiyra sempre fora a típica mulher rebelde sem dono e sem lugar certo para estar , nunca teve medo ou...