Ele range e estoura. Mas não quebrará

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— Acho que eles vão ficar bem — disse Sophia. — Mamãe pareceu triste, mas eu não acredito que ela quisesse que eu me casasse só para ela não desperdiçar a lagosta.

Camila olhou para os dois lados e então virou o carro para a estrada de North Lake. Tinha concordado em levar Sophia ao aeroporto contanto que ela passasse antes na casa de veraneio e explicasse o que havia acontecido à família. Agora que já tinha realizado essa tarefa, haveria apenas mais um pequeno desvio.

— Não acha que está sendo um pouco precipitada, Soph? Você estava bêbada ontem à noite, e nem conversou com Ricardo.

— Ricardo é um idiota — disse Sophia. — Eu tenho que voltar para Boston. Não sei de onde foi que eu tirei que nós éramos feitos um para o outro. Eu sou jovem. Deveria estar explorando as minhas opções, e não me prendendo a um rapaz que faz amizade com strippers.

— Rick bebeu um pouco demais. Não faz sentido jogar um relacionamento no lixo só por causa de uma coisa tão pequena. Afinal, ele não a traiu. Você e Rick deveriam pensar seriamente no que esperam de um casamento, mas para isso é preciso muita conversa.

— Eu não quero conversar com ele — disse teimosamente.

— Você ainda o ama? — Sophia virou a cabeça e ficou olhando pela janela.

— Eu não sei.

Elas seguiram até a cidade em silêncio e tomaram a estrada para East Shore, enquanto Camila procurava a placa de Havenwoods. Foi só então que Sophia reparou que elas não estavam seguindo na direção da interestadual.

— Para onde estamos indo?

— Eu quero lhe mostrar uma coisa — disse Camila. — Lauren a mostrou a mim há alguns dias.

Ela virou à direita e seguiu cuidadosamente pelas curvas que conduziam à casa principal.

— O que é isto?

— Você vai ver — disse Camila. Ela parou o carro na frente da casa. Lauren surgiu lá de dentro, no amplo alpendre. Pouco depois, Ricardo apareceu na entrada. Sophia olhou para Camila e então para o noivo, pela janela.

— O que está acontecendo?

— Você e Ricardo precisam conversar. Lauren e eu achamos que esse seria o lugar ideal para isso.

— Eu preciso pegar o meu avião — insistiu Sophia.

— Isso pode esperar.

— Que lugar é esse? Algum tipo de casa assombrada?

— Não é tão mau quanto parece. É um lugar calmo e isolado. E até romântico.

Camila saiu do carro, não deixando outra escolha a Sophia a não ser segui-la. Lauren lhe entregou a sacola com as lingeries.

— Eu não pude resistir à cinta-liga — murmurou ela.

Sophia foi até elas e Camila lhe passou a sacola.

— Talvez você precise disso — disse ela.

Sophia vasculhou o conteúdo da sacola e retirou de lá uma camisola e calcinhas pretas sexys, uma cinta-liga e meias pretas também.

— Achei que você tinha dito que nós precisávamos conversar.

— Isso é para ajudar na conversa.

— Olá, Sophia — disse Ricardo, atravessando a porta em direção ao alpendre. Ele procurou o rosto dela, mas ela se recusou a olhá-lo.

— Olá, idiota — murmurou ela.

Quando a neve voltar a cairOnde histórias criam vida. Descubra agora