Bati na porta. Várias vezes.
Até cansar e me dar conta de que alguém me observava com curiosidade.
Rick Petterson.
Massagear as têmporas e pensar em uma solução.
Foi isso que repeti diversas vezes para mim mesma.- Você é bem engraçada toda nervosa. - ouvir a voz rouca de Rick me causou estranhos arrepios.
Respirei fundo.
- Por favor, me diga que está com seu celular - perguntei ansiosa com a pequena esperança de sair daquele ambiente. O mais estressante de tudo isso foi que ninguém checou se as salas estavam de fato vazias antes de tranca-las pelas próximas horas.
- Para meu azar e para a sua sorte, não. - ele disse com um sorriso sedutor.
Era só o que me faltava.
- Não ache que eu estou me divertindo com a sua presença - me aproximei levemente.
- Mas eu tenho a impressão de que um certo alguém está muito contente com a ideia de estar trancado comigo.
- E esse alguém definitivamente não sou eu - disse com sinceridade, relaxando os ombros enquanto jogava minha mochila na cadeira do lado.
- Será mesmo que você não se senti no mínimo empolgada de estar perto de... - o celular de Rick tocou em algum lugar da sua mochila, e ele passou a mão nos seus cabelos negros, irritado. O que me fez rir, incrédula.
- Pelo visto, o interessado aqui é você, não é mesmo Rick?
- Droga, você quebrou todo o flerte.
-Deveria ter ficado feliz. Seu celular salvou nós de entrarmos em um clichê desnecessário. Caso acabassemos ficando, o que eu acho bem improvável, ainda mais... - ele não deixou eu completar a frase, já havia se aproximado o suficiente e estava prestes a tocar seus lábios nos meus.
- Nós somos um clichê necessário. - Ele disse com em um sussurro. Seus olhos azuis se aprofundando nos meus.
Não tive forças, muito menos coragem de discordar. Só senti seus lábios macios sobre os meus.
Me entreguei ao seus braços fortes.
E, consequentemente, ao clichê que nos envolvia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Clichê
Short StoryPresos na sala de aula. A nerd e o popular. O quão clichê isso pode ser?