43 - A BETTER MAN

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"Eu superei você. O jeito que você me segurava como mais ninguém faria, a maneira que você ria de tudo o que eu faço, a maneira que você disse que iria ser sempre verdadeiro. Talvez se eu dizer isso para mim mesma o suficiente, talvez se fizer isso, eu vá realmente te superar”  (Ingrid Michaelson - Over you)

LISA

Eu lembro de sentir muita falta do mar, eu lembro de sentir falta da casa praiana de meus pais, do cheiro da comida deles, da brisa marítima e da paz de espirito que esse lugar me dava.

Quando o psicoterapeuta disse que eu precisava de um tempo só, para me curar sozinha, eu imediatamente me lembrei daqui e peguei literalmente o primeiro vôo para a Tailândia, para a Ilha de Koh Samui onde meus pais moravam.

Eu contei tudo para eles, sobre a vida de policial e agente federal. Eles compreenderam, mas ficaram tristes por eu ter mentido para eles durante esse tempo todo. Foi muito bom tirar isso de dentro de mim, de contar a verdade, mas ainda não me sentia curada.

Mesmo aqui cercada de todo o amor do mundo dos meus pais, desse lugar, dessa energia boa, parecia que uma parte de mim ainda faltava. Uma parte que deixei na Coréia, uma parte chamada Jeon Jungkook.

As vezes esquecia a dor e conseguia me distrair com a beleza desse lugar, mas era só olhar o luar, ver o sol nascer, ouvir uma música bonita e BANG! A dor voltava e mais forte do que nunca.

Eu não estava me curando como achei que curaria assim que eu voltasse para cá, pelo contrário, parece que estou cada vez mais machucada.

Eu ainda saia de casa para ajudar meus pais na organização de seu restaurante e na recepção dos turistas, mas assim que chegava em casa ia para meu quarto chorava.

Eu sei que afastei a melhor coisa que já aconteceu comigo, afastei Jungkook, me auto sabotei a esse ponto. Por causa do meu ego, do meu orgulho, do meu jeito egoísta. O que mais dói é saber que nunca vou conseguir arrumar essa bagunça que fiz, ele nunca vai me perdoar. E isso me assombra o tempo todo.

E agora enquanto ajudo meus pais a organizar as cadeiras e mesas na areia para os turistas que estão chegando tudo o que eu quero é esquecer disto por uns instantes.

Os turistas chegam e são realmente animados e barulhentos, não reconheço muito bem o idioma mas acredito que são brasileiros, eles realmente sabem aproveitar uma noite.

Especialmente hoje minha mãe trouxe uma banda para tocar em um palco improvisado no deck, o que eu estranhei muito pois não é uma ocasião especial e meus pais realmente não gostam de barulho e bagunça.

Depois deles terminarem de se alimentar a minha mãe trás a caixa de lanternas de papel e vai distribuindo para os turistas, que realmente ficam agradecidos e a abraçam.

- Omma, por que as lanternas? Elas só não vão ao céu no Festival de Loi Krathong?

O festival das Lanternas Tailandesas, todo ano eu voltava para a Tailândia em novembro só para assistir, é realmente lindo.

- Eles são turistas animados, por que não? Vai ser lindo.

Ela sorri e eu sorrio de volta.

- Toma, acenda a sua. – ela me olha com compaixão e me oferece uma das lanternas.

Eu conheço esse olhar, é o mesmo olhar que me deu quando estava com dó de mim quando chorei que meu gatinho morreu quando eu tinha nove anos, o mesmo olhar quando me despedi de meus pais indo sozinha para a Coréia, ela está sofrendo, sofrendo por mim.

- Você precisa se curar filha, você merece ser feliz.

A abraço forte e pego a lanterna de suas mãos e vou em direção ao mar, onde os turistas estão prontos para lançar suas lanternas ao céu.

Idol Mission | Lizkook (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora