My Thousand Lifes

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Saudações! Soul na área, parte dois.

Era tão estranho não ver eu no último dia postando alguma coisa (já que eu postei a primeira fic do mês há alguns dias, que lá vim eu escrever algo em cima da hora). Tá, aqui foi no dia seguinte em relação com o spirit.

O tema desse mês é Digital World, histórias com foco na internet. Esta história tem base na minha história como escritora e como isso se mesclou durante a minha vida (por isso está também no tema 18 do Winter Challenge). As primeiras 600 palavras foram escritas no celular hoje de manhã quando estava dentro do ônibus (no trajeto de ida e volta do serviço) e resolvi fazer no ponto de vista do Hyungwon, que é alguém com quem eu me identifico.

Espero que gostem (link para a lista de trilha sonora da fic nas notas finais)

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Me lembro da primeira vez em que comecei a escrever uma história. Era uma aventura onde um artefato era perdido e um grupo de heróis tinha que resgatá-lo. Eu tinha apenas dez anos, um caderno de quarenta e oito páginas e uma criatividade em pleno funcionamento. Mas no fim, depois de dezoito folhas (frente e verso), acabei perdendo o caderno.

Foi algo bem triste, confesso.

A ideia de começar a escrever foi dada pela minha mãe. Na época eu era uma criança com muitas ideias e poucas formas de tirá-las da minha mente. Gostava de desenhar, mas era uma negação nisso (minhas pinturas da escola podem atestar este fato... nunca me esquecerei do coelhinho da páscoa multicolorido saído de um desfile de carnaval que fiz enquanto meus colegas de sala pintavam os seus de rosa, bege ou marrom). Gostava de dançar, mas sempre fui muito estabanado, e quedas eram constantes... até hoje não sei como eu quebrei o braço apenas uma vez na vida.

Somado a tudo isso, eu sempre fui um leitor ávido, daqueles de não ter medo de ler livros enormes e com uma linguagem mais difícil do que eles indicariam para alguém que está na quarta série. Por todos esses motivos, ela me sugeriu que começasse a escrever histórias, cenas, poesias e o que mais minha mente me inspirasse a criar. Ela acreditava que isso me ajudaria a controlar minha mente inquieta e diminuiria a velocidade das ideias que surgiam.

Posso dizer que isso deu parcialmente certo.

O foco da minha mente realmente se estabilizou, gerando um certo controle sobre ela. Agora, quanto a diminuir a quantidade de ideias e a velocidade em que estas surgiam em minha mente... o que aconteceu foi justo o contrário. Se antes a minha mente fervilhava de novas ideias, agora era ainda mais intenso... afinal, agora eu tinha uma forma de torná-las realidade.

Não deu nem seis meses depois desse episódio quando tive o meu primeiro contato com a Internet. E, diferente dos dias de hoje, onde você pode acessá-la de qualquer lugar - na minha infância, não era fácil ter acesso a ela. Para mim, era um novo mundo, cheio de possibilidades que eu com os meus dez para onze anos mal conseguia imaginar (mesmo com todas as limitações antigas). Conhecer coisas novas que eu não conseguiria achar onde morava, e pessoas que vivem em lugares distantes... isso ampliou meus horizontes de forma única.

Aos meus onze anos, já dividindo minhas sessões de escrita entre os cadernos e os arquivos do Word (porque, como descobri da pior maneira possível, lá você também corria o risco de perder tudo o que tinha escrito, então era melhor alternar entre os planos A e B), conheci o meu primeiro site focado em histórias escritas por escritores anônimos e fãs, as famosas fanfictions.

Era um fórum bem simples e pequeno de uma série que na época era relativamente famosa... mas não importava que era pequeno ou pouco conhecido, foi a primeira vez em que tive a coragem de publicar algo que eu havia escrito, por trás de um apelido que demorei dias para escolher (e no fim se baseou numa tradução mal feita de uma série que acompanhava e num ser que eu gostava).

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