Do outro lado

Sem medo

Carl Vision
Ao abrir o portão, cinco pessoas esperavam pelo meu pai, montados em cavalos, na liderança vinha uma rapariga de cabelo ruivo, volumoso e encaracolado, cobrindo-lhes as costas por completo, os olhos eram cor de mel, cansados mas brilhantes e intensos, era misteriosa e selvagem, ela olhava para o Rick com um olhar de coragem, era tão atrativa como o seu olhar.
-Então aqui está o meu grupo, como vês são inofensivos.
Disse a rapariga com um tom sarcástico. O meu pai sabia que lhe devia algo, sabia que depois do que tinha acontecido há duas semanas atrás não podia negar o pedido de ajuda da rapariga mesmo que ela o tivesse pedido de forma indireta.
A rapariga dos cabelos indomáveis carregava consigo um arco e várias flechas assim como todos os membros do seu grupo.
A rapariga estava acompanhada por duas crianças montadas no mesmo cabelo, o rapaz à frente parecia ser um pouco mais velho que a menina que ia atrás dele agarrado a sua cintura.
O rapaz apresentava um ar destemido com os caracóis colados na testa por causa do calor, cabelos negros e olhos castanhos, devia ser irmão da rapariga do cabelo indomável porque tinha exatamente o meu olhar corajoso que ela.
A menina tinha um ar valente e um olhar tão intenso como a rapariga ruiva, cabelos castanhos sedosos e olhos grandes e negros.
Nos outros dois cavalos estava uma mulher de cabelos levemente frisados e castanhos e a cor dos olhos era castanho quase mel, o homem tinha um ar carrancudo, tinha cabelos compridos negros e olhos negros.
-Toda a gente parece inofensiva quando lhes convém - disse Rick
-Como podes ver Rick as únicas pessoas inofensivas aqui sou eu e os adultos lá atrás, já das crianças não posso dizer o mesmo.
-Não sabes se somos boas pessoas, como podes confiar o teu grupo a pessoas que nem se quer conheces Scarlet?
Scarlet é o nome dela.
-Ninguém neste mundo é boa pessoa Rick, e tu sabes bem disso, e se não tivermos o mínimo de esperança, acabamos por morrer, eu tomei conta das poucas pessoas que me restam com essa mínima esperança, todos nós temos um resquício de humanidade, tu sabes bem disso Rick.
O meu pai estava a fazer de propósito para testar a Scarlet, ele sabe que pode confiar nela, só quer saber até que ponto ela pode ir para proteger a família.
-Como é que eu não sei que não tens homens escondidos prontos para me atacar?
-Só precisas de acreditar em mim Rick!
Eu sei que ela está a dizer a verdade, acho que talvez chegou a hora de eu parar com isto de uma vez e deixá-los entrar.
-Pai!
-Agora não Carl!
-Pai podes por favor, por uma vez que seja ouvir o que eu tenha para dizer?
O meu pai aproximou-se de mim.
-Carol agora não é boa altura!
-Tu confias nela pai, eu confio nela...
-Nós nem os conhecemos direito...
-Pai podes ao menos ouvir alguma coisa do que eu digo? Ela salvou-te a vida, quase morreste para um Salvador deves-lhe uma, eu confio nela e sei que tu também...
-Está bem, eles ficam!
-Obrigada.
-Estive a falar com o meu filho e ele convenceu-me, mas antes disso algumas perguntas serão feitas!
-Quantas?
-Três?
-Força.
-Quantos caminhastes já mataste?
-Muitos!
Quantas humanos já mataste?
-Dez
-Porquê?
-Para proteção do meu grupo.
Boa resposta Scarlet!
O meu pai soltou um ligeiro sorriso e disse:
-Scarlet, tu e o teu grupo são bem-vindos à Alexandria.