*Desafio Órion*
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Cada conto, um relato.
Cada relato, um personagem ou talvez um anjo a contar...
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7 de Setembro, 1997.
O barulho de vidro se quebrando fora o único barulho que se jurou escutar a quarteirões em plena manhã.
A pequena chuva de cacos de vidro não se cessara tão cedo e foi deslumbrada ao desespero das pessoas que passavam...
Como um país de tamanha beleza, pode conter tanta impureza?
Andando pelas ruas de Brasília me sentia transparente como sempre, dias especias estavam para serem comemorados,mesmo me sentindo daquele modo me sentia leve como uma pluma, minhas preocupações se desintegraram,os rios de lágrimas que saiam de meus olhos se secaram,estava plena como uma borboleta ali.
Meus pensamentos se desmancham ao ver uma multidão que se reunia a grandes arquibancadas, esperando ansiosos com olhares curiosos. Corações patriotas é o que eles retinham, mesmo depois de grandes semanas errantes que ainda temiam de se repetir.
O desfile já estava ao seu final, os sorrisos surgiam em cada um, do meio fio conseguia vê-los, até que um silêncio toma posse dali e uma leve brisa desliza por todos e brinca com meus cabelos. A grande multidão se levanta em sincronia, ponho minha mão direita em meu peito sentindo meu coração palpitar rápido, a minha ansiedade estava a flor da pele, e minha mão esquerda pelas costas e a multidão repete os mesmos movimentos.
Os primeiros toques da grande orquestra ecoam em meus ouvidos, aquele timbre me fez arrepiar como sempre.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante E o sol da liberdade, em raios fúlgidos Brilhou no céu da pátria nesse instante
De seus 9 km, a independência proclamara-se às suas margens, por um povo que arrancara nossa cultura como um nada, clamam-se heróis até hoje. O sol que todos procuramos, é a reluzente liberdade que por muitos tendem a achar que já a conquistamos.
Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte Em teu seio, ó liberdade Desafia o nosso peito a própria morte!
Não estamos nem meio caminho andado para a conquista da igualdade, pois se quisermos, revolucionar é um caminho sem voltas pois dali pode-se falecer.
Ó pátria amada Idolatrada Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce Se em teu formoso céu, risonho e límpido A imagem do cruzeiro resplandece
Devo concordar, que este sonho ainda está para ser realizado, a falta de amor e esperança estão fazendo pessoas desistirem tão fácil e abrirem a boca para reprimirem um país de um céu com tamanha imensidão que cobre todos com formosidade, mesmo em dias nublados.
Gigante pela própria natureza És belo, és forte, impávido colosso E o teu futuro espelha essa grandeza
Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil Ó pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil Pátria amada Brasil!
És belo Brasil uma pena o quão desrespeitado e mal tratado é.
Deitado eternamente em berço esplêndido Ao som do mar e à luz do céu profundo Fulguras, ó Brasil, florão da América Iluminado ao sol do novo mundo!
Ah, seus lindos mares que um dia contiveram um imenso charme que agora são cobertos por qualquer objeto. O que faz um ser humano não por o que se acabou no lixo? O que faz ele não reciclar aquilo que pode ser reutilizado?
Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores "Nossos bosques têm mais vida" "Nossa vida" no teu seio "mais amores"
Ó pátria amada Idolatrada Salve! Salve!
Sua flora, tão rica mas mal cuidada, a vida está ali, a cultura que restou de nosso antepassado está ali em meio as relvas em mente o objetivo da sobrevivência. Por que sufocar-la ao fogo? Por que arrancá-la a serras elétricas? Por que? É algo que sempre perguntei não só para meus pais mas para todos que conhecia e desconhecia.
Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado E diga o verde-louro dessa flâmula Paz no futuro e glória no passado
A ordem e o progresso sendo as bases de um país estável está sumindo, deixando os brasileiros sem a esperança da concreta paz e da glória que certa época tivemos.
Mas, se ergues da justiça a clava forte Verás que um filho teu não foge à luta Nem teme, quem te adora, a própria morte
Os barulhos das sirenes das ambulâncias e viaturas invadiram o quarteirão, deixando que milhares de pessoas que passavam pela rua prestassem atenção na melodia intensa do hino para ver o que tinha ocorrido a duas ruas virando a direita.
Terra adorada Entre outras mil És tu, Brasil Ó pátria amada!
Um grande suspiro tomo, ao observar os rostos assustados daquelas pessoas que se aproximavam de onde haviam as viaturas e ambulâncias. Vou seguindo uma delas até chegar a uma certa multidão, um choro reconhecido por mim ecoa em meus ouvidos, era minha mãe.
Passo calmamente por algumas pessoas que cerravam minha passagem até chegar ao meio do círculo formado e me deparo com uma moça vestida com uma blusa azul básica decorada com sangue, uma calça jeans escura, tênis All-Star branco, seus cabelos castanhos claros ondulados esparramavam-se ao chão....
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Mesmo com seus olhos castanhos abertos percebia-se que estavam sem vida, sua pele se empalidecia a cada segundo enquanto o sangue que escorrida de sua testa, braços e boca se destacavam junto aos hematomas....
A moça estaria fazendo aniversário neste dia, a mesma estava a pensar em preparar um churrasco para sua grande família no terraço de seu apartamento não de luxo mas simples e confortável, que abrigava ela e seu ex namorado que além de ciumento, era possessivo, não deixava ao menos sair com sua melhor amiga e por estar passando dos limites a mesma terminou com ele que jurou vingança a moça, mas em silêncio... O ódio é algo que consegue surgir por simples falas e atos....fazendo novas vítimas....
Sendo a mim uma das...
Pátria amada Brasil!...
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