01: you're the umbrella above my head.

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Dedico esta fanfic a todos os que, assim como eu, são amantes de belos dias chuvosos. E também, aos amantes do amor verdadeiro existente em cada um de nós ♡


Boa leitura!

*☁️🪐☔️˚₊·

A FUGACIDADE com que a corrente de ar conduzia as folhas das frondosas árvores, situadas no centro da cidade, ocasionava o clima tempestuoso, prestes a desabar sobre a cabeça dos prédios. Os ventos traziam consigo não só os enfeites de nervuras e clorofila, mas o aguardado término do verão e o início de um belo equinócio. A época do ano mais odiada, segundo os jornalistas bem vestidos no jornal do tempo pela manhã, e eles não estavam cem por cento enganados.

Gradualmente, os ventos cessaram e as folhas puderam descansar da dança demorada que a corrente fria convidou-as de última hora. Um temporal aguardava o momento de surgir com tamanha força, tanta que causou tremendo espanto nos meteorologistas, até para reportar aos citadinos sobre o ocorrido. Eles recomendaram tirar o guarda-chuva do esquecimento anual e torná-lo um objeto indispensável nas bolsas e mochilas.

Os trovões rasgaram o imenso azulado sem dó, ocasionando o fulgor amarelado em seu centro. Jogos de luzes e contrastes eram presentes numa espécie de obra de arte natural. Uma vista irresistível e bela aos muitos admiradores do fenômeno. Se pudessem, eles penduravam-na numa moldura adequada, para que todos pudessem contemplar corretamente as dádivas oferecidas pela mãe natureza. Nem mesmo aquelas nuvens escuras que sobrevoaram a região puderam ofuscar a beleza daquele céu. Então, os reluzentes raios deram espaço à chuvarada. O céu pincelava gotas de tinta, a fim de colorir toda a cidade com sua paleta de cores natural. Os pingos iniciaram-se minúsculos, quase não podiam ser avistados, mas com o tempo, adquiriram mais força e um temporal cobriu toda a capital como uma luva.

Naquela mesma tarde, uma das universidades mais renomadas da região liberou seus alunos. Não obstante o mal tempo notório, os horários foram mantidos. Enquanto os demais partiram com seus guarda-chuvas para seus respectivos lares, um rapaz permaneceu escorado na enorme pilastra da entrada, debaixo de uma única telha que o impedia de molhar-se por completo, visto que estava sem um objeto para protegê-lo. Ele avistou o aguaceiro temeroso, suplicando aos céus para que ele se fosse tão rápido quanto surgiu, e pudesse enfim, partir para casa são e salvo.

Para sua falta de sorte, as gotinhas apertaram e o se céu mostrou cada vez mais vulnerável aos fenômenos naturais que o cercou. Seu fundo adquiriu um tom azul marinho escuro, que seria facilmente confundido com uma tela feita à mão por um belo artista. O rapaz percebeu que se encontrava em apuros quando um dos pingos entrou em contato com sua pele quente por um furo discreto do casaco, entorpecendo-o com um choque na curvatura de seu pescoço. Quando a sensação não invadiu mais seu corpo, permitiu-se respirar aliviado. O temor da telha deixar escapar mais gotinhas era notório, mas tentou ao máximo livrar-se de pensamentos condizentes a este e tornou a observar com um certo desgosto a rua encharcada a pouquíssimos metros de si.

À nuance dos olhos de Jisung, não havia fenômeno mais horrendo que a chuva. É claro que todos o denominavam como louco ao expor sua verdadeira opinião, mas poucos realmente sabiam a história por trás da sua real justificativa para odiá-la com todas as forças. Certamente, eles nem estavam interessados em se informar corretamente antes de espalhar coisas más a seu respeito. Nos arredores do prédio, sempre havia um que lhe criticava, e sem a menor ética, expunha-o para um pequeno grupo de desocupados mimados.

Quando pequeno, Jisung passeava frequentemente pelas ruas solitárias com sua mãe. Poucas eram as vezes que ela tinha tempo para o filho, dado que o trabalho restringia até suas saídas esporádicas. Numa manhã comum, onde as nuvens açucaradas, levemente sombreadas, eram o destaque mais belo do céu, eles tinham combinado de deliciar um sorvete em vida predileta. Entretanto, jamais puderam presumir que uma chuva poderia desabar ocasionalmente no meio do trajeto. Incrível como justo naquele dia, os jornalistas bonitões ─ como sua mãe os apelidou carinhosamente ─, não tinham dito nada sobre mudança de tempo repentina.

under my umbrella ★ minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora