"Você acha que é capaz de me derrotar garota?" perguntou com brandura uma figura sombria. "Você não é ninguém".
Com um piscar de olhos, aquela figura havia desaparecido e ao ouvir novamente a mesma voz, teve certeza que vinha logo de traz, dizendo o que pensava ser suas ultimas palavras a ela."Foi o seu maior erro." Disse a voz sombria.
No instante seguinte, uma dor insuportável atravessava seu peito e, o brilho prateado que refletia em seu olho confirmava que aquela espada havia atravessado seu coração.
Novamente, com um piscar de olhos, havia surgido em sua frente a antiga televisão em que ela passava as noites vendo seus filmes favoritos.
Para o seu alívio, ela se via em seu quarto, sentada na cama com seu cobertor florido. O som dos pássaros que entravam por sua janela abafava o som de sua ofegante respiração. O suor frio em seu rosto, seguido pelo agradável aroma de bacon na frigideira e a voz que vinha do andar de baixo dizendo "Catelyn, hora de acordar." trouxe o maior alivio que ela já sentira.
Ela estava em casa.
Ainda trêmula e ofegante, Catelyn se levantou e andou até o banheiro de seu quarto, sem conseguir tirar aquele sonho de sua cabeça.
"Está tudo bem." sussurrou para si mesma, tentando acalmar seu coração que mais parecia um tambor nas mãos de uma criança. "Foi apenas um sonho."
Em frente ao espelho, Catelyn arrumou seus longos cabelos loiros, calçou sua pantufa de cachorrinho e desceu as escadas, ainda sentindo um leve arrepio cada vez que se lembrava daquela voz sussurrando ao seu ouvido.
"Bom dia filha." disse uma senhora baixinha e gorducha, com alegria em sua voz, como fazia todos os dias ao ver sua única filha se assentar á mesa para comer seu delicioso café da manhã, preparado com todo amor e carinho. "Ovos com bacon, querida?".
Era uma manhã comum como todas as outras. Pássaros voando, som de crianças brincando, até o latido do cachorro Bailey ao ver se aproximar o carteiro fazia aquela manhã tranquila, mas aquele sonho tirava completamente a atenção de Catelyn.
"Não foi nada demais" pensava consigo mesma. "Mas... Pareceu tão real...".
"Catelyn? Está me ouvindo filha?" perguntou Rose, sua mãe, com simpatia na voz, que acalmava os mais turbulentos pensamentos de Catelyn.
"Oi mãe" disse a garota, como se acabasse de notar que Rose estava ali lhe chamando fazia um tempo. "Estou ouvindo, desculpa".
"O dia está tão bonito filha, vai pegar um ar, dar uma volta. Leva o Bailey com você." Disse enquanto pegava o controle para desligar a antiga TV que estalava sempre que passava de canal.
Lentamente, ainda tentando desviar seus pensamentos daquele brilho metálico que viu atravessando seu peito, Catelyn se levantou do sofá e andou até a porta, abriu-a e olhou o dia ensolarado. Tudo estava calmo, até Bailey havia parado de latir e estava abanando o rabo para Catelyn, como se pedisse pra sair.
"Está bem Bailey" Disse ela, com a voz mansa "Eu levo você."
A felicidade do Golden Retrivier, de dois anos, era incontrolável. Catelyn várias vezes teve que fazer força para não largar a coleira e permitir que o cachorro corresse para pegar os gatos da vizinhança.
"Até que foi uma ótima ideia ter saído." Pensou ela, quando algo distraiu completamente sua visão.
Do outro lado da rua, um rapaz passava. Foi inevitável não olhar, pois seus curiosos cabelos brancos chamavam atenção. Caminhava lentamente, indo na direção oposta a dela, um jovem alto que aparentava estar contente. Foi uma surpresa para Catelyn quando ele olhou em direção a ela, fitou seus olhos, sorriu e acenou dizendo "Bom dia.".
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Os Quatro Herdeiros
AdventureTodos tem uma ideia de como a vida começou... mas, e se todos estiverem errados? E se houve algo a mais? E se tudo estivesse destinado desde o inicio através de uma profecia? É isso que os quatro escolhidos irão descobrir, mas... quem são eles? O qu...