Capítulo I: O Vulto;

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— Atenção, o aluno Lee Taemin do segundo ano do ensino médio, compareça a diretoria da escola. O diretor Choi está a sua espera. — Ressoou a voz de uma mulher pelos alto falantes espalhados pelas salas de aula.

E com esse aviso, todos os alunos da sala começaram uma vaia de mistério em direção ao jovem chamado, que sentia a tensão e vergonha percorrer seu corpo por inteiro, tentou esconder sua face a virando para baixo e se retirando da sala sobre olhares perversos de todos e piadinhas nada divertidas. Não era como bullying, pois esses atos não eram recorrentes e nunca chegaram a tocar um dedo nele, tudo porque Lee fazia de tudo para passar despercebido pelas pessoas, só que não conseguia fugir do senso crítico mesquinho de observadores ignorante.

Você pode achar bizarro isso, mas era uma realidade vivenciada pelos habitantes de Seul e da Coreia do Sul. O governo achava que se os adolescentes não experimentassem e soubessem dos perigos de uma relacionamento, estariam perdidos na vida e isso deveria acontecer antes dos vinte anos, pois depois dessa idade seria tarde demais para criar essa responsabilidade. Caso você fosse um jovem muito recluso e retraído, sua escola e sua família teria que lhe dar um “empurrãozinho”. Era constrangedor para Taemin que se esgueirava nas paredes se escondendo para que as pessoas não percebessem sua ida para a diretoria, que era muito humilhante, pois todos sabiam o motivo e sussurravam uns paras os outros comentários nada amigáveis sobre o rapaz.

O Lee era conhecido como o virjão mariquinha e outros adjetivos pejorativos e nada educativos pelos seus colegas de classe muito amáveis; ironicamente falando.

Chegando na sala da diretoria o local estava repleto de, sem querer denegrir, "pombões", o que não era o caso de Taemin. Sua aparência não era feia, pelo contrário, muita gente tinha inveja, como seu porte nunca muito forte, era magrinho, mas tinha uma bunda redondinha que quem não babasse por ela poderia ser considerado um assexuado, seus cabelos bem cortados platinados e divididos ao meio dando visão a seu rosto delicado com os lábios grossos, macios e inchados. O seu sorriso - que raramente era mostrado naquele ambiente - era esplêndido e já tinha feito várias vítimas por onde passava.

Ele só era um jovem muito tímido e não tinha esses desejos, gostava da vida “calma” que levava, de estudar e fazer seu curso de dança que era muito apaixonado e era por onde se expressava. Não tinha muitos amigos por ser tão envergonhado e não ter a ousadia de conversar tão facilmente com alguém, mas os que tinha já era de bom tamanho. Ao ser atendido pela recepcionista, que sorria descaradamente para ele e dava indiretas para o platinado que só ignorava as atitudes da moça, sorrindo falsamente para ela. Foi encaminhado para uma sala para conversar com o diretor que era mais humilhante ainda encarar; o diretor Choi Kwan.

— Bom dia Taemin-ssi, como vai? — Disse o homem animado sentado a cadeira de couro rotatória em frente ao seu birô.

— Muito bem senhor Choi. — Respondeu o mais jovem se inclinando para fazer reverência para seu diretor.

Taemin foi instruído a sentar-se em uma das cadeiras da sala para dar início a mais uma conversa chata e cansativa para ambos. Não era a primeira vez que o estudante ia conversar com seu superior, sempre o incentivando a deixar sua vergonha de lado e se distrair mais para curtir sua juventude, que logo logo acabaria e ele não teria curtido nada dela, escondido nos cantos da escola para ninguém perceber sua presença. Em sua última prosa os dois acabaram tendo uma discussão e um trato, caso o aluno não arrumasse pelo menos um amigo até o mês seguinte o Choi iria arrumar um encontro arranjado para ele, mesmo sabendo que não era uma das melhores situações, mas precisava forçar o garoto a sair de sua bolha e conhecer o mundo antes que fosse tarde demais para essas experiências.

Mesmo contra sua vontade, o Lee iria cumprir seu trato, iria ao encontro, seria educado e gentil e tentaria conversar com a moça e quem sabe seriam amigos. Estava tudo programado para a sexta a noite, em um cinema da cidade. Taemin ficou um pouco chateado com toda aquela situação que seria obrigado a passar, as pessoas não entendiam o seu lado retraído, que não precisava de ninguém e que estava muito bem assim, pouco sabe o menino que mentir é feio…

No Escuro da Sala de Balé | 2MinOnde histórias criam vida. Descubra agora