Amnésia

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1. Amnésia
É a perda total ou parcial de informações. O individuo perde a capacidade de reter novas informações (amnésia anterógrafa) ou de evocar as antigas (amnésia retrógrafa).

2. Amnésia
É a incapacidade total ou parcial para recordar acontecimentos passados, geralmente de início súbito.

3. Amnésia
Distúrbio funcional que causa perda parcial da capacidade de recordar acontecimentos antigos ou recentes.

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19 de Outubro de 2018

Demi's Pov

Já faziam dois dias que Lauren estava desacordada, mas segundo os médicos, ela poderia acordar a qualquer momento e que só aí poderiam afirmar se ela estava bem ou não, ou se havia sequelas. Eu não havia deixado ela por um segundo sequer, graças a mãe de Lauren que estava ficando com a Clara durante esse tempo, eu não queria deixá-la sozinha.

A porta se abriu revelando Jill, melhor amiga de Lauren e que com o passar do tempo também havia se tornado uma das minhas melhores amigas.

— Como ela está?
Ela perguntou se aproximando de Lauren e depositando um beijo de leve em sua testa.

Apoiei minha cabeça em minha mão e neguei, a verdade é que eu estava exausta, mas me recusava a sair daquele quarto até que minha esposa acordasse.

— Está na mesma, espero que ela acorde logo.
Falei e ela sorriu como se tivesse lembrado de algo.

— Ela com certeza vai.
Jill falou vindo sentar-se perto de mim.

— Como está Clara?
Perguntei enquanto mexia em minha bolsa atrás de um remédio para dor de cabeça.

— Está bem, tia Christine é uma vó babona.
Jill riu baixo.

— Oh nem me fale, deve estar fazendo todos os gostos de Clara e depois vai sobrar para eu tirar as manhas dela.
Falei enquanto bebericava a água que estava no copo em minhas mãos.

Ouvi uma tosse de leve e eu rapidamente me virei em direção a cama onde Lauren estava e a mesma estava acordando.

— Eu vou chamar um médico.
Jill falou e eu assenti me aproximando da minha esposa.

— Oi amor, que bom que você acordou.
Falei em um tom suave e ela me olhava estranho.

— Quem é você?
Ela perguntou e eu ri sem jeito.

— Como assim amor? Sou eu, Demi, sua esposa.
Falei me aproximando mais dela e quando tentei segurar sua mão ela rapidamente afastou.

Eu poderia esperar de tudo menos isso.

— Bom dia senhoras, eu sou o Doutor Williams, estou no plantão de hoje, que bom te ver acordada.
Ele se dirigiu até Lauren checando seus sinais vitais.

— O que aconteceu? Eu estou confusa, Jill?
Lauren perguntou e um médico me olhou.

— Quantos anos você tem?
Ele perguntou para Lauren.

— 22.
Lauren falou como se fosse óbvio.

22 anos, isso só significava uma coisa, ela não lembrava de mim nem de Clara, Lauren tinha perdido 8 anos de sua memória.

— Você sofreu uma queda e bateu com a cabeça no chão, é natural que você possa ter perdido a memória nesse processo, mas ela deve voltar em breve.
Ele explicou e eu assenti.

— E o que nós devemos fazer até que a memória dela volte ao normal?
Jill tirou as palavras da minha boca.

— É importante manter a rotina e esperar que ela lembre.
Ele respondeu.

Lauren pediu que chamássemos a mãe dela e também pediu um momento a sós com a mesma, Christine nós disse que ela está bastante confusa.

Lauren já estava pronta para receber alta e como o médico sugeriu a rotina normal, ela iria para a nossa casa.

— Você quer alguma coisa?
Perguntei educadamente a moça do meu lado que agora não tinha ideia de quem eu era.

— Sorvete de menta!
Clara berrou no banco de trás e Lauren sorriu.

— A pergunta foi para a mamãe e não para você Clara!
A repreendi e ela cruzou os braços em protesto.

— Tudo bem, podemos ir tomar sorvete de menta. É o meu favorito.
Lauren falou e olhou para trás sorridente.

— Eu sei mamãe, é o nosso favorito!
Clara falou como se fosse óbvio, e seria óbvio se estivéssemos em um dia normal onde Lauren se lembrasse de nós.

Lauren desde sempre amara crianças e se apaixonou por Clara logo de primeira, antes de sair do hospital ela conversou com uma psicóloga sobre o básico, especialmente sobre Clara e eu, ela iria ter algumas seções com a psicóloga do hospital para ajudar no processo de recordações.

— É tão estranho estar casada.
Lauren falou aleatoriamente.

— Estranho bom ou ruim?
Perguntei enquanto dirigia até a sorveteria perto de nossa casa.

— Ótimo, sabe, eu sempre sonhei em me casar e ter uma família e você parece ser uma boa pessoa.
Ela falou e eu a olhei com uma falsa indignação.

— Eu te levo para tomar sorvete de menta e você ainda não tem certeza de que sou uma boa pessoa?
Pergunto e ela gargalha.

— Você é engraçada.
Ela alega após pararmos de rir.

Desci do carro e abri a porta para que Lauren saísse, como sempre fazia e em seguida fui tirar Clara da cadeirinha, Lauren pediu para levar Clara e eu prontamente entreguei a mais nova para a minha esposa que estava literalmente caducando com a criança.

Fiquei observando as duas conversarem animadas e avisei que iria comprar os sorvetes, minhas garotas sentaram-se em uma mesa qualquer da sorveteria e voltaram a conversar.

É Clara, nós teremos que conquistar sua mãe de novo.

If These Walls Could Talk • LauremiOnde histórias criam vida. Descubra agora