Mulher-Maravilha/Diana Prince

4 0 0
                                    


Mulher-Maravilha estreou na All Star Comic #8 em 1941. 

A idade de Diana não pode ser precisada. Em primeiro lugar ela já tinha séculos de vida antes de sair da Ilha Paraíso como mostrado em sua primeira história.

Segundo, assim como as outras amazonas ela não envelhece enquanto na Ilha, então é preciso descontar todas as vezes que ela esteve na ilha dos anos que ela pode ter.

Por fim seu sangue semi-divino faz com que, a exemplo dos heróis mitológicos, ela envelheça mais devagar do que pessoas normais quando fora da Ilha.

------------------

Um caminho muito bom foi o utilizado pela Warner no recente filme da personagem, situando-a no início da segunda guerra mundial onde ela foi criada no mundo real combatendo nazistas. Mas o que aconteceria após a guerra?

Diana é tanto uma guerreira quanto uma diplomata, essa talvez seja uma das características mais interessantes e ao mesmo tempo mais mal-aproveitada da personagem, em minha opinião. Sendo assim, ela teria um papel atuante no pós-guerra. Talvez se colocando contra a divisão da Alemanha, protegendo mulheres que se viram obrigadas a colaborar com os soldados nazistas na França e ficaria chocada com as mulheres sendo renegadas ao mesmo status reduzido nas Américas e na União Soviética após a guerra.

Aliás, nesse último fator acho que Diana seria crucial e talvez o movimento feminista teria ganhado ainda mais força com uma representante como ela.

Nos quadrinhos de Astro City há uma personagem chamada Winged Victory que tem semelhanças com a Mulher Maravilha, com a principal diferença sendo que esta tem relação com os deuses romanos em vez dos gregos. Esta versão da Mulher Maravilha (e eu acho que podemos chamá-la assim) possui vários centros de ajuda ao redor do mundo para dar suporte a mulheres vítimas de abusos, seja esse apoio educacional, jurídico ou emocional. Quando li isso tudo que pensei foi "Por que raios ninguém pensou em colocar isso em uma história da Mulher Maravilha? Seria algo tão óbvio para a personagem fazer". 

Uma resposta a minha pergunta acima fica clara quando vemos muito do que foi feito com a personagem ao longo dos anos 50 e 60, tirando delas seus poderes, transformando-a quase em uma secretária e colocando-a amarrada praticamente ao menos uma vez a cada edição. Para essa reflexão eu prefiro ignorar esse trecho de muito mal gosto da história dos quadrinhos, apesar de reconhecer sua importância para estudos sociais para aqueles que se interessarem.

Continuando nessa timeline que estou tentando criar aqui, após a guerra é bem possível que Diana atuaria de forma similar que a Winged Victory, criando ou apoiando centros e grupos de ajuda a mulheres ao redor do mundo. Isso poderia gerar um conflito de poder com as amazonas de Themyscira que poderiam preferir permanecer isoladas do mundo exterior. 

Será que Diana poderia se tornar uma renegada por não concordar com essa postura de autoproteção de suas irmãs amazonas ao colocar o bem-estar de todas as mulheres como prioridade?

Há aqui dois caminhos possíveis. Ou ela conseguiria convencer sua mãe, a Rainha Hipolyta da importância das amazonas participarem ativamente do mundo moderno e de ajudarem as mulheres ao redor do mundo contra o patriarcado. Ou sua mãe a obrigaria a escolher entre abandonar o mundo do patriarcado e voltar a ilha mística ou se tornar uma renegada perdendo seu status como amazona.

Ao longo dos anos Hipolyta sempre se mostrou uma rainha com certa inflexibilidade e superprotetora, tanto das amazonas e, principalmente, de sua única filha. Então é possível que, ao menos em um primeiro momento ela atua-se como a segunda opção e Diana poderia escolher o exílio.

Seguindo por essa linha de tempo, Diana não teria tantos recursos para montar centros de apoio como proposto acima, a não ser que conseguisse ajuda de aliados como Bruce Wayne, por exemplo. Mas não sei o quanto ela encararia essa missão como algo pessoal, não aceitando tal ajuda.

Dessa forma teríamos grupos, centros e movimentos surgindo com um ritmo muito próximo ao que ocorreu no mundo real, talvez só com um empurrão a mais pela atuação da semideusa tanto como protetora quanto símbolo inspirador das mulheres através do mundo.

Vale lembrar que os anos 60  e 70 foram marcados por muita paranoia "ideológica" e o Macartismo e movimentos similares poderiam (como em alguns casos fizeram no mundo real) relacionar o feminismo a uma "agenda comunista para desestabilizar os pilares da família e da sociedade moderna" e outros blablabla de igual nível idiota.

Eu não conheço o suficiente da história do movimento feminista para ter uma ideia mais clara do quanto ele poderia ser impulsionado pela atuação de Diana, mas acredito que algumas conquistas poderiam já ter sido alcançadas e/ou movimentos reacionários poderiam se movimentar de forma contrária antes do que fizeram no mundo real, e talvez até com mais violência.

Pulando para o século XXI, Diana poderia já ter feito as pazes com sua mãe, trazendo-a junto com suas irmãs amazonas para atuarem em sua luta pela igualdade entre os gêneros.

Recentemente a ONU deu a personagem Mulher Maravilha o título honorário de Embaixadora da Paz pelas mulheres. A honraria foi retirada depois de algumas reclamações, mas seria interessante ver histórias onde isso aconteceu no mundo dos quadrinhos, tornando a personagem mais uma "guerreira da paz" como foi originalmente idealizada.


Super Heróis e Mundo RealOnde histórias criam vida. Descubra agora