Filha do Chefe

Capítulo 8

Acordo com uma linda dor de cabeça, levanto e vou direto pro banheiro, quando me olho no espelho levo um susto, meus olhos estão inchados e minha cara horrível,  não esperaria menos, tomei um lindo porre e chorei até dormir. Faço minha higiene matinal, tomo banho e vou procurar uma roupa para ir no escritório, faço uma maquiagem reforçada,  quando estou pronta desço para tomar café.
- Bom dia - Rosa me cumprimenta
- Bom dia Rosa - falo
Percebo que a mesma não gostou que sai ontem, mas não devo satisfações para ela, o único que devo está cagando pra minha existência. Falando no ser humano, está na mesa tomando o café dele.
- Alguém está atrasado hoje.
- As vezes me dou esse luxo - Fabrício  responde
- Podia usar para fazer algo útil,  mas nunca fez. - falo meio baixo
- Eu escutei, mas não entendi.
- As vezes tão burro, mas vou explicar, esses tempos poderia ter usado para se divertir ou dar atenção para sua filha, mas nunca fez isso. - falo e começo a comer tranquilamente.
-Sempre dei tudo para você.
- Esqueceu de dar as coisas mais importantes para uma criança,  carinho, atenção e amor. - suspiro - Objetos não substituem tudo.
Meu querido pai apenas fica quieto e seu olhar fica longe, término de tomar meu café e levanto da mesa.
Entro no meu carro, mas quando dou partida nele, não liga de jeito nenhum, acho que o Sebastian terá que me levar hoje, volto pra cozinha.
- Rosa, onde está o Sebastian?
- Dei folga para ele - meu pai responde.
- Ótimo dia para isso. Meu carro não quer ligar e preciso ir pra empresa, afinal você mesmo me obrigou a isso.
- Eu te levo, já estou indo mesmo. - levanta da mesa.
Aí que beleza, faz tempo que não entramos em um carro juntos,  pois até quando tem eventos e precisa ir os dois, sempre chego depois, pois o velho cansa de esperar a filha se arrumar. Entro no carro e ele também,  o clima não é um dos melhores, então ligo o rádio e começo  a cantar algumas músicas.
- Você  canta bem, igual a sua mãe.
- Obrigada.
- Eu sei que faltou muita coisa na nossa comunicação Natasha, me desculpe.
- Desculpas não irão ajudar a mudar o passado e o presente.
- Sei que não.
- Então não tente, pois essa conversa não mudará nada. Eu continuarei sendo a mesma e você também,  não tente falar que vai mudar, pois não será a primeira vez. - Então vejo que chegamos na empresa - Obrigada pela carona.
Saímos juntos do carro, vejo vários olhares em nós,  pois nunca chegamos juntos e todos sabem que nossa relação de pai e filha não é perfeito, entramos no elevador e vamos pro último andar.
- Bom serviço- Meu pai fala e vai em direção a sala dele.
Vou pra minha sala junto com o puxa saco, entro e percebo que não chegou ainda, começo arrumar as papeladas e guardo as mesmas, já estou ficando craque nisso então faço  até rápido,  pego outras papeladas e começo a fazer as contas de vários setores da empresas, claro que esses papéis depois vão pro  Nick, ainda acham que vou errar,  nem parece que fiz faculdade do assunto.
Nick entra na sala e até se assusta com a minha presença.
- Olha alguém chegou atrasado- falo pra irritar ele.
- Isso não é da sua conta.
- Na verdade é sim! Pois o bom exemplo é você e então isso quer dizer que também posso chegar.
- Você  não faria isso?
- Nós  dois sabemos que faria, agora aceita que chegou atrasado e que eu cheguei antes.
O mesmo bufa e senta no seu lugar.
- Deixei alguns papéis  na sua mesa para ser separados e guardados.
- Já fiz isso, Nick. Como eu disse,  você está atrasado e não reparou nisso.
- Finalmente está fazendo as coisas certas.
- E você deveria calar a boca e fazer o seu serviço,  pois está atrapalhando o meu! - falo brava.
Volto para a minha papelada e depois de algumas horas término, vou e deixo em cima da mesa do Nick. Ele me entrega outras para passar pro computador e então começo a fazer, mas logo paro, pois deu meu horário de almoço e tem uma bicha me ligando.
Vamos pra uma lanchonete do lado da empresa, comemos e ficamos jogando conversa fora, logo da meu horário.
- Estou indo almoçar qualquer coisa, me liga - Nick fala quando entro.
Por algum milagre,  hoje está uma paz, não brigamos e não estou irritando, meu espírito não está muito bom, depois da conversa com meu pai.
Sento na minha cadeira e vou terminar o que estava fazendo, quando da uma hora do almoço  do Nick, ele volta mas percebo que está inquieto.
- Você está bem?
- Estou, só estou achando você meio estranha e acabei de receber uma mensagem da minha mãe.
- Não que seja da sua conta, mas hoje tive uma conversa com meu pai e isso me perturba. Mas enfim o que falava na mensagem?
- Falando que Bela teve uma recaída
- Quem é Bela?
- Minha filha e está internada.
- Você está fazendo o que aqui mesmo? - pergunto
- Trabalhando, não posso deixar as coisas aqui, tenho responsabilidades aqui.
- Mas tem com a sua filha também  - começo a me irritar, essa garotinha não merece ter o mesmo destino que o meu.
- Ela entende que preciso trabalhar.
- Ela deve entender,  mas agora ela precisa de você.
- Não é tão simples assim Natasha.
- Sempre ouvi isso Nick! - falo e levanto, vou até a porta.
- Aonde você vai?
- Não é da sua conta.
Saiu e vou até a sala do meu pai, a secretária estranha minha presença.
- Vou avisar que está aqui.
- Não precisa- falo e entro na sala.
- Não sabe bater Natasha.
- Na verdade não sei, mas isso não importa.  Quero que mande o Nick para casa!
- Como é?
- Isso mesmo.
- As coisas não são do seu jeito.
- Elas não precisam que sejam,  mas não quero ver uma garotinha infeliz, pois o pai não estava com ela na hora que mais precisava! Então sim, eu quero que as coisas sejam do meu jeito ou se não eu faço aquele barraco e terá  que mandar os dois para casa. - falo desafiando ele- Não deixe o Nick  ser um pai horrível como você!
- Eu sei que a filha dele está internada, mas ele disse que a mãe dele estava lá.
- Isso não importa,  a mãe dele acabou de avisar que o estado da menina piorou.
- Porque  ele não me avisou? Ele tem que ir embora.
- a sério?!
- Vânia mande o Nick vim até a minha sala - fala no telefone.
Depois de alguns segundos,  Nick entra na sala com a permissão do meu pai.
- O que o senhor gostaria de falar comigo? - Pergunta olhando para mim e pro meu pai.
- Quero que pegue suas coisas e vai embora, está dispensado por hoje.- meu pai fala.
- Como assim?
- Fiquei sabendo de sua filha, você precisa ir lá ver.
- Mas preciso terminar algumas contas, pois elas precisam ser mandadas hoje para o Rh.
- Eu já fiz e você está apenas conferindo- falo.
- Sim, afinal é meu serviço.
- E meu também e sei que está certo, tenho certeza  que as contas que já fez,  já bateram com as minhas, então está tudo resolvido.
- Mas se algo estiver errado vai cair em minhas costas.
- Não,  não cairá. Natasha está se responsabilizando. - Meu pai fala
- Estou - concordo - Então adeus Nick, sai da minha frente- falo e começo ir embora,  mas escuto.
- Está fazendo um ótimo trabalho- meu pai fala.
- Não fiz nada - Nick responde.
Entro na minha sala e logo Nick entra também.
- Obrigada Natasha.
- Vaza da minha frente homem,  antes que eu desista - falo.
Vejo o mesmo pegando suas coisa e as papeladas.
- Vou deixar isso no Rh.
- Tá bom.
- Tchau Natasha
- Adeus Nick