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A antiga estrada continuava a mesma, trazendo antigas lembranças que por muito tempo foram esquecidas, mas que hoje voltaram a tona. De longe é possível ver  pessoas saindo e entrando, mas não reconhece nenhuma delas, havia passado cinco anos fora, todos devem ter mudado, assim como ela mesma.

A moto ganha velocidade e só para quando chega em frente ao potente portão da grande Lawrenceville, a grande escola desconhecida que poucas pessoas consegue achar no mapa. A mulher de cabelos longos e olhar um tanto quanto assustador tira seu capacete e toca o interfone. Uma voz grossa e falhada a responde. – Aurora Cullmann. – Ela diz e os portões se abrem, elas talvez não a esperassem, mas sabiam quem era.

A estrada de terra até chegar na grande estrutura onde tudo funciona é longa, Aurora aproveita para olhar ao redor e percebe que quase tudo havia mudado. Leva menos de cinco minutos para encostar sua moto no estacionamento do lado direito da estrutura, ao menos isso não havia mudado.

Anvanderry continuava fria nessa época do ano como se lembrava, desce da moto e começa a andar para dentro. Guardas a olham, mas não tentam impedi-la de entrar, já sabiam quem ela era ou ao menos imaginavam. O prédio por dentro ainda é o mesmo, algumas mudanças haviam sido feitas, mas ainda conseguia identificar muitas coisas.

- Não acreditei quando me disseram que estava de volta. – Uma voz surpreende Aurora, fazendo-a se virar. Aurora encara a mulher e demora alguns segundos para reconhecer sua antiga amiga. Helena havia mudado a cor dos cabelos, os fios negros agora tinham as mechas quase loiras. 

- Helena, estava com saudades. Foram longos anos. – Aurora anda até a amiga e lhe dá um abraço. Eram muito amigas antes de partir, talvez umas das coisas que mais sentiu falta foi sua amizade.

– Venha, você chegou em uma ótima hora. – Helena diz enquanto arrasta Aurora por um corredor que Aurora achava que levaria até o refeitório. As portas duplas são abertas e o som de dezenas de vozes invadem os ouvidos de Aurora. Tais pessoas a encaram, mas Helena parece não reparar e Aurora fingi o mesmo.

Então Aurora o avista, o importante diretor de toda a Lawrenceville, que continua o mesmo, seu olhar ainda é negro como as trevas, tão alto como se lembrava. Quando mais nova não conseguia distinguir suas reações ou seus sentimentos, mas ela havia mudado, havia aprendido mais coisas do que queria.

Aurora percebe a surpresa em seu olhar assim que a reconhece, e foi inevitável um sorriso não nascer nos lábios de Aurora. Ela se sentia preparada, agora mais do que nunca.

Aurora não se permite parar, anda até a enorme mesa que está sentado e presta uma continência como sinal de respeito. – Então Aurora Cullmann está de volta ao lar. – A sua voz grossa e até mesmo metálica ecoa pelo refeitório, todos haviam parado de conversar.

Ele se vira e fica de frente para todos. – Família, poucos de vocês a conhecem, muitos chegaram aqui depois de sua partida, mas ela agora está de volta. – Todos se levantaram em sinal de respeito, Aurora se lembrava de todas as regras, se lembrava de tudo.

Maneja sua cabeça no mesmo momento em que percebe um homem andar em sua direção, mesmo de longe ela reconhece suas feições e se surpreende. Mas percebe que algo estava diferente, seus olhos agora eram como os do pai, escuros e frios. Se lembra que antes eles tinham calor, hoje já não havia mais.

Por um milésimo de segundos Aurora pensa em sorrir, mas muda de ideia ao notar as feições do antigo conhecido. Ele parecia não estar feliz em vê-la. Pensa em fingir que não se lembrava dele, ou até mesmo que não se importava, mas ele por muito tempo foi a única pessoa que Aurora confiava. Mas muita coisa havia mudado. – Dexter. – Aurora pensa em como gostava de seu nome. – Dexter Rodwell. Há quanto tempo.

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