Capítulo 8

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Regina se programou para "A grande viagem", que era como Olivia se referia a ida delas a L.A. adiantou o máximo de trabalho que pôde para ter a semana livre, e entrou em contato com a escola das filhas.

Não era uma viagem longa, apenas duas horas de carro. Um pouco cansativo mas nada extraordinário.
Em alguns dias ela estaria pegando estrada com suas meninas a caminho de Los Angeles, pra falar ao ex-marido, do qual nunca se divorciou, que eles tinham uma filha. Ela realmente não estava entusiasmada com essa viagem, já suas filhas não falavam em outra coisa. Nem por um bendito minuto sequer.

Agora aqui estava ela, trancada no escritório olhando para o telefone por mais tempo do que deveria, criando coragem pra ligar para a secretária de David marcando uma hora.
Será que falava seu nome? Ele a atenderia? E se não quisesse vê-la?
Droga essas dúvidas a deixariam louca.

Discou o número finalmente e aguardou na linha apenas por alguns minutos, embora tenha parecido uma eternidade. Ela ouviu a secretária se apresentar e a única coisa que lhe chamou a atenção foi a voz familiar e o nome já conhecido, se tratava da mesma secretaria de tantos anos atrás, umas das poucas pessoas que Regina realmente gostou de conhecer no pouco tempo em que esteve com David, naquele inferno que ele chamava de lar.

- Escritório de David Nolan, em Los Angeles. Ingrid Fisher, bom dia.

- Hum, bom dia. Ingrid, é a Regina... Mills.

Fez-se um silêncio na linha, foi tão longo que por um momento Regina achou que a ligação tivesse caído.

- Uh, alô? _ Regina tenta novamente.

- Ah meu Deus, quanto tempo. Regina você está bem? Por onde anda? Meu Deus não acredito.

Regina sorrir suavemente da reação de sua velha conhecida.

- Eu tô bem sim Ingrid, muito bem na verdade. Como você está?

-Eu estou ótima, mas me diz o que te levou a me ligar?

- Eu preciso marcar uma hora pra encontrar com o David, precisamos resolver algumas coisas, eu já adiei tempo demais.

- Bem, acho que consigo marcar uma hora pra você, mas ele tá com a agenda bem apertada, parte em dois dias na verdade.

Regina respira fundo e continua.

- Não tem problema Ingrid, eu só preciso de alguns minutos pra falar com ele.

-Certo, você consegue está aqui as 17h de amanhã? É quando vai finalizar o dia dele, te deixar pro final vai te dar o tempo que for preciso pra vocês conversarem sem atrapalhar a agenda dele.

Regina sorrir novamente.
-Sempre muito eficiente hum.

-Tem coisas que nunca vão mudar Regina. Senti sua falta.

- Também senti a sua, obrigada Ingrid.

Bem, estava feito. Sua hora estava marcada, as malas arrumadas, escola resolvido, bem como o trabalho, não tinha mais como fugir ela precisava enfrentar isso e como sua filha bem disse, viver sem mentiras a partir dali.

Elas pegaram a estrada cedinho aquele dia e chegaram em Los Angeles a tempo pro almoço, a viagem não era longa mas Regina foi o mais devagar que conseguiu, parou tanto quanto possível no caminho com qualquer desculpa que conseguisse inventar, mas as meninas não estavam reclamando.
Elas se divertiram durante todo o trajeto, com músicas e brincadeiras, estavam bem entusiasmadas com a perspectiva de conhecer David Nolan.

Já em Los Angeles, elas se instalam em um pequeno hotel para logo em seguida ir para a rua passear um pouco e procurar um bom lugar pra almoçarem.

- Mamãe? _a menina pergunta pensativa, no meio da refeição.

- Sim, Charlie.

- O senhor David é pai só da Liv, certo?

Regina suspira, tava demorando pra começarem os questionamentos da pequena.

- Sim amorzinho.

-A Liv teve que esperar todo esse tempo pra encontrar o papai dela de verdade né?

- A onde você quer chegar pirralha, desembucha logo. _ Liv pergunta a irmã.

- Eu vou ter que esperar todo esse tempo também pra encontrar meu papai de verdade? Quer dizer a mamãe eu já conheço mas ela nunca tá aqui, acho que ela não gosta da Charlie. _ ela diz amuada.

- Hey meu coração, não fala assim, a mamãe ama você. Aliás a mocinha tem duas mamães e uma irmã, isso não é bom?

- É sim mamãe, eu adoro. Mas a mamy nunca tá aqui e eu também quero conhecer meu papai.

- Nós já conversamos sobre isso Charlie, sua mamy ama muito você, ela só trabalha demais, foi por te amar muito que ela decidiu que o melhor pra você era ficar comigo e com a Lív, numa casa em segurança.

- Eu sei mamãe, é só que... _ ela suspira.

- Não fica assim Charlie _ Liv diz com carinho pra irmã _ se meu pai for legal a gente pode dividir ele.

- Sério, Liv. _ a garota diz empolgada.

- Claro que sim, mas só se ele for legal. A gente não quer nenhum pai babaca por perto. Certo?

-Certo. _ ela diz fazendo um hi-fi com a irmã.

Regina olha a interação com um sorriso, céus suas filhas eram tão lindas, ela não merecia tanto.
Charlotte Swan Mills, era a filha de uma de suas melhores amigas, Emma Swan. Elas haviam se conhecido ainda no tempo de escola, mas se desencontraram com a ida de Regina para o Canadá. Então alguns anos depois elas se reencontram quando Regina deu entrada no hospital no qual Emma trabalhava, para dá a luz a sua Liv.
Elas reataram a amizade como se nunca tivesse tido uma separação, uma amizade leve e livre de julgamentos.
Alguns anos depois Emma engravidou de um colega de trabalho, o carinha não foi muito legal quando descobriu a gravidez e se revelou um grande babaca. A loira decidiu seguir com a gestação, recebendo total apoio da amiga. No primeiro ano de vida da pequena Charlie, elas dividiam todo o trabalho que era cuidar de um bebê, Regina amava tanto aquela pequenina.
Acontece que Emma era uma profissional muito boa e acabou recebendo uma proposta irrecusável pra trabalhar no hospital de Seattle. Ela não teria como levar Charlie, seriam muitas horas de trabalho e sua filha estaria sozinha num lugar estranho estando ainda tão pequena. Ficou decidido então que a menina ficaria com Regina.
Emma e Charlie se falavam com frequência por Skype, e ela esperava mesmo que a pequena um dia entendesse que havia feito o que era melhor pra ela.

Mais tarde naquele dia, elas estavam no quarto se preparando para ir até o escritório de David, porém antes de sair Regina pretendia falar com sua pequenina, precisava esclarecer algo com ela. Aproveitou então que Liv estava no banheiro e começou.

- Charlie?

- Oi, mãe? _ a pequena responde e vai em direção a mesma, que pega a garotinha e a ajeita em seu colo.

- Filha, eu preciso deixar claro que sua mamy Emma, ela te ama muito. Ela só trabalha demais meu amor, ela poderia ter levado você com ela pra Seattle, mas então você não teria eu ou Liv, ou a escola e seus amiguinhos. _ a pequena ouve tudo com atenção _ você estaria com uma babá nos momentos que ela estivesse no trabalho. Será que você consegue entender isso Charlie?

- Eu entendo mamãe, eu só sinto muita saudade. Ver pelo celular não é suficiente. _ Charlie diz triste.

-Eu sei amor, eu sei. Mas nós podemos falar com ela e ver se você pode ir vê-la nas férias. Que tal?

A menina fica radiante.

- De verdade mamãe? Ah você é a melhor mãe do mundo todinho.

- Eu sei _ Regina diz rindo _ mas primeiro tenho que falar com ela.

- ok, ok. _ então Liv sai do banheiro e é recebida pelos gritos animados da irmã _ LIV EU VOU PRA SEATTLE NAS FÉRIAS VER MINHA MAMY.

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⏰ Última atualização: Jan 05, 2020 ⏰

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