A cat? ፠ second

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። Jungkook ።

   O barulho de carros passando na rua não sessava por nem mesmo um segundo, era possível ouvir até mesmo alguns xingamentos de motoristas irritados, que xingavam outros motoristas ou ciclistas que andavam por meio dos carros. Hoje é sábado, ou seja, o único dia da semana em que eu posso ficar atoa.

   Como o curso de odontologia raramente possuía aulas na sexta feira, eu aproveitava para adiantar os trabalhos, revisar algumas matérias, e ainda conseguia arrumar o meu pequeno apartamento.

   Meu sábado possuía quase que uma rotina fixa, que se resumia em: dormir até a hora que eu quiser, comer as últimas fatias da pizza que peço toda sexta feira, jogar vídeo game, dormir no meio de algum filme, e às oito e trinta da noite, subir até o topo do prédio, apenas para poder a observar.

   Já se passava das cinco horas da tarde, meu estômago já reclamava pela falta de comida, e minha cabeça começava a latejar pelas mais de duas horas seguidas na frente do computador. Retirei os óculos, esfregando um pouco os olhos, obtendo uma rápida sensação de alívio.

   Me levantei da cadeira giratória, saindo em busca de algum sapato com a sola mais elevada, que não permitisse que meus pés ficassem tão gelados. Depois de estar agasalhado, coloquei a carteira no bolso do moletom e tranquei a porta pelo lado de fora, colocando a touca cinza sobre meus cabelos antes de ir até a confeitaria.

   O local aconchegante e quentinho tinha como dona uma senhorinha ômega, que pela idade já avançada, hoje estava sob a responsabilidade de seu neto, um ômega igualmente dócil, Kim Seokjin.

— Jungkook-ah! Tem tempos que você não aparece aqui! O que vai querer hoje?

   Soltei uma risada baixa, indo até o mais velho que estava atrás do balcão branco extremamente limpo. Me sentei em um dos bancos mais altos, podendo apoiar o cotovelo na estrutura de madeira.

— Diga que você tem aquele bolinho de amoras, hyung, eu estou querendo aquele doce tem mais de uma semana!

   O mais velho se abaixou por alguns instantes, voltando com um pedaço da massa branca misturada com amoras e alguns poucos mirtilos.

— Você é o melhor, hyung!— exclamei sorrindo, pegando um pedaço do bolo com o garfo que me fora oferecido.

— Certo, agora me diga uma coisa que eu ainda não sei— disse convencido, me fazendo rir, enquanto eu tentava cobrir a boca com a mão.

— É claro que você já sabia disso— disse divertido.— E como está a ajumma? Está se recuperando bem?

— Sim, ela deve voltar para casa em breve— sorriu.— Em breve a velha já vai estar de volta, querendo puxar minha orelha por colocar pouco chocolate nos cupcakes.

— Ela acha que você coloca pouco recheio nas coisas? Tinha me esquecido que ela é tão generosa— soltei uma risada baixa, antes de comer mais uma garfada.

   Seok soltou uma de suas piadas de tio, me fazendo cair na gargalhada novamente. O mais velho mais se parecia com um irmão para mim, foi ele que me acolheu quando sua avó lhe contou que eu não possuía familiares aqui.

   O Kim logo começou com sua sessão de piadas antigas e algumas vezes constrangedoras, e eu o acompanhava rindo de cada uma delas, chegando a ficar com as bochechas coradas por tanto rir. Bem, isso até aquele cheiro encher a confeitaria.

   Minha mão apertou o garfo com força, meu estômago parecia ter girado várias vezes, me dando a sensação de estar enjoado, mas eu não estava passando mal, eu estava apenas nervoso, nervoso por ter ela tão perto.

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