Capítulo 3

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[Dias de saudade batendo no peito
Momentos de insegurança constante
Uma vontade grande de recomeçar
Desistir de tudo por ti.]

Chego em casa, e encontro meus pais na sala. Pelo olhar deles, algo ruim estava para ser discutido. Ou aconteceu algo grave na família.
Sinto o olhar deles sobre mim. Me sinto até estranho.

- Boa noite! - Digo trêmulo.

- Kevin, suba para o seu quarto, Tome um banho e depois desça para uma conversa. - Diz meu pai com um tom de voz diferente.

Não respondo nada. Apenas acento com a cabeça e subo para o meu quarto.
O que será que viria de ruim agora?
Como Gino está me fazendo falta. Queria tê-lo aqui presente. Com aquele sorriso lindo.

Uma sensação ruim começou a nascer em mim. Claro, como qualquer um, fazemos o possível para ignora-la. Tenho certeza de que meu pai não me daria uma ordem dessas para algo bom. Tenho que me preparar.

Após o banho, decido descer. Confesso que meu coração estava inquieto. Até mesmo ansioso.

- Spencer. Até que enfim! - Diz meu pai. Ele não disse nem um pouco feliz. - Sente-se. Vamos tratar de um assunto grave e delicado.

Obedeci. Sentei-me de frente para meu pai.

- Então pai. O que houve? Por que vocês dois estão assim? - Resolvo perguntar.

- Nos criamos você, dá melhor maneira possível. - Diz minha mãe com um ar de reprovação. - Tudo que você queria você tinha. Talvez foi isso. - Disse olhando para o meu pai.

- Pode ser. - Retrucou ele. - Pode ser mesmo.

- Pode ser o que? Eu não estou entendendo vocês dois? O que aconteceu?

- Você é um maldito! Vai queimar no inferno! - Pondera meu pai com rispidez.

- O que está havendo aqui? - Pergunto levantando do sofá.

- Você é viado, Kevin! Um viado! - Indaga minha mãe.

- Do que vocês estão falando? - Pergunto.

- Não precisa fazer cena, Kevin. O pai do desgraçado do Gino nos contou tudo. - Disse meu pai.

- Mas...

- Mas nada rapaz! Eu vou tirar isso de você agora. Isso é falta de cinta.

- Espera ae. Em mim você não vai bater! - Digo ficando bravo. - Vocês nunca participaram da minha vida!

- Sempre estivemos presente, Kevin. Sempre! - Retruca minha mãe. Por que?

- Não, isso é mentira, mãe. Gino sempre foi a minha família.

- Gino, Gino, esse desgraçado tem que morrer. Ele quem fez você virar isso!

- Não fala assim do meu namorado!

- O que? Namorado? - Retrucou meu pai. - Você disse namorado?

- Sim. Eu disse namorado! Eu e Gino somos namorados.

- Seu desagrado! - Disse meu pai vindo em minha direção com a mão fechada para um soco. Por sorte consigo me desviar. - Você não é meu filho. Você não é meu herdeiro.

- Ainda bem que não! - Retruco. - Você não é ninguém!

- Pegue suas coisas e vá embora dá minha casa! - Afirmou.

- Eu vou com o maior prazer. - Digo subindo as escadas novamente. - Nessa droga eu não fico mais! - Grito.

Meu coração não sentiu uma dor tão forte, quanto a dor que sinto da falta de Gino. Meus pais nunca foram presentes, imagina como será a partir de agora.

Meu AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora