CAPÍTULO 21

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LIA ON

  Arte: algo que eu amo. Mas amo fora dos portões de uma escola.
  Eu gosto da livre expressão, do sentimento de liberdade que qualquer tipo de arte me traz. Gosto do sentimento de finalmente poder me comunicar com algo além da voz.
  Mas não sinto que isso acontece aqui, por exemplo.
  Dentro de uma sala de aula onde ouço somente zumbidos. Tipo agora!

Aula entediante!

O celular é quem me ajuda nestes momentos. Descobri que tirar fotos de meus pés é incrivelmente emocionante. Acabei descobrindo que um de meus sapatos tem um leve defeito no canto inferior esquerdo.
Mas ignorando isso... estou vivendo

Sobre a carta? Tentei relevar. Não é tão fácil mas como nada mais chegou até mim imagino que possa ser uma estúpida brincadeira. Enfim....

Quase deixo meu celular cair quando o professor me chama. Tenho que parar de me distrair tanto.

PROFESSOR: Senhorita Lia!

Levanto minha cabeça e direciono meu olhar ao homem a poucos metros de mim. Deve estar na faixa dos 30 anos mas aparenta ser bem mais jovem que isso.

EU: Sim?

PROFESSOR: Poderia responder minha pergunta?- ele disse e todos os alunos olharam para mim

EU: Sinto muito- fui rápida na resposta esperando que aquilo acabasse.... ou não

PROFESSOR: Creio que não tenha prestado atenção em nada que eu falei não é mesmo? Talvez por causa deste celular?-ele falou se aproximando de minha mesa e apontando para o aparelho em minhas mãos pois eu não me dei ao trabalho de esconder.

Meu humor não está classificado como um dos melhores hoje. E o mundo não está ajudando.
Me levanto quando ele ja está perto o suficiente para que eu consiga olha-lo nos olhos.

EU: E por que eu deveria prestar atenção?- digo ja dando mais um passo em sua direção.
O que não o faz perder a postura

PROFESSOR: Porque é o seu futuro que está em jogo. Querendo ou não você precisa de boas notas para ir a uma boa Universidade- ele diz tudo calmamente sem perder a postura.

EU: Eu sei disso. Mas quer que eu finja que me importo?- disse com um sorriso sarcástico no rosto torcendo para que ele tire o semblante calmo do rosto.

PROFESSOR: Sinceramente, não. Quero que se importe realmente. E até lá, pela falta de respeito irá ficar de detenção. Se quiser fingir algo, finja estar feliz com essa notícia e vá a diretoria por favor.

E.......Nada! Nenhum sinal de desequilíbrio. Quem sabe mais pra frente

EU: Com todo prazer- sorri divertida com tudo isso e me encaminhei a diretoria.

Caminho pelos corredores sem rumo e depois de um tempo decido ir para diretoria porque estou sem nada pra fazer mesmo. Pode ser divertido. Chego na porta e bato na mesma ja entrando.

EU: Com sua licença, sinto muito mas eu cheguei e isso é mais importante que qualquer coisa. Não é mesmo? Aquilo de alunos em primeiro lugar?- nunca ouvi isso na vida mas talvez fosse verdade. Olho para a diretora em sua mesa com seus olhos vidrados em mim. Ela não estava com uma cara tão boa assim!

DIRETORA: Tenho mesmo que dizer que é para bater na porta e esperar até eu permitir que entre senhorita Lia?- dou de ombros e ela suspira- O que a trás aqui?

EU: Detenção- sorrio para ela com meu rosto doce e simpático (só que não)

DIRETORA: E qual seria o motivo?- ela me interroga claramente impaciente.

EU: Aparelho eletrônico em sala de aula e como meu querido professor  mesmo disse: "pela falta de respeito"- me pronunciei indiferente fazendo aspas com as mãos quando pronuncie a frase de meu proff.

Mas talvez Sofia não tenha achado tanta graça como eu (internamente).
Talvez minha "cara de nada" tenha surgido aqui

DIRETORA: Isso não parece muito bom- ela disse se levantando de sua cadeira.

EU: Talvez...

DIRETORA: Hum.. Me siga. - ela falou passando do meu lado e saindo da sala- feche a porta e sem......

A interrompi antes que ela terminasse de falar quando bati a porta da diretoria bem atrás de mim com uma força maior do que precisava ser.

DIRETORA: Sem bater!- ela me olha tentando ser aterrorizante- Agora somente siga-me.

Não me importei em responder e seguimos andando por alguns corredores até pararmos em frente a uma sala qualquer que parecia vazia.

DIRETORA: É aqui que você entra, senhorita detenta. E eu espero que isso não se repita.- disse e esperou provavelmente para me ver entrar na sala.

EU: Serio isso? Pensei que seria algo mais elaborado- falei entrando naquela sala e quando Sofia me viu entrar foi embora sem se importar em me responder.

Hola karma. Cuánto tiempo!

Gêmeos no internatoOnde histórias criam vida. Descubra agora