Teimoso| Capítulo único

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E mais uma vez estava eu jogado confortavelmente no sofá esperando meu companheiro de lar, também aquela pessoa pela qual eu mantenho sentimentos, chegar do trabalho.

Com um pote de doces em mãos, um copo imenso de refrigerante e assistindo um filme qualquer que passava na TV em plena quarta-feira à noite, eu estava impaciente.

JinYoung não gostava que eu comesse tantas besteiras assim, muito menos que eu ficasse até muito tarde esperando por ele, mas a verdade é que eu gostava do modo que o hyung ficava bravo e todo preocupado comigo então, mesmo que sem querer, acabo fazendo isso de propósito. Assim, em minha concepção, eu poderia chamar sua atenção para mim. "Céus! Isso é tão errado!" — Eu pensava e ria da tolice que estava em minha mente.

Apesar da minha admiração secreta por JinYoung, nós ainda somos muito tímidos. Às vezes só de ouvir sua voz pronunciar suavemente meu nome, ou simples encontros de olhares, já faziam com que minhas bochechas se tornassem rosadas.

Eu mantinha aquele sentimento para mim, trancado a sete chaves, por não ter coragem de confessar aquilo que sentia, talvez por receio de não ser correspondido ou por pura vergonha. Então apenas me contentava com suspiros e sorrisos involuntários enquanto admirava sua beleza, digna de um verdadeiro príncipe.

Às vezes me pego pensando em como eu amo as noites dos finais de semana em que nos juntamos no chão da sala, repleto de cobertores e travesseiros, para assistir algum filme com o qual eu não me importava, já que  estava mais interessado em JinYoung, entretido ao meu lado. Em algumas ocasiões eu adormecia com a cabeça em seu ombro, ou até mesmo abraçado consigo por conta do frio. Definitivamente a sua companhia é a melhor de todas.

Ah, e os momentos em que ele chegava mais tarde que o normal e eu acabava adormecendo ali mesmo no sofá o esperando, e então acordava na manhã seguinte misteriosamente em minha cama. Eu gostava disso, queria poder ver essa cena... Engraçada ao meu pensar. "Como ele fez isso?" — Essa pergunta rodava em minha mente e eu ria imaginando todas as formas possíveis.

Sorri ao lembrar de tudo aquilo e então bocejei e me espreguicei. O sono havia chegado. Olhei as horas no relógio da sala e os ponteiros marcavam pouco mais de 00:30. Me rendi ao cansaço, o dia tinha sido corrido. Desliguei a TV, levantei e encarei a porta mais uma vez e... Nada.
Esfreguei os olhos e andei preguiçosamente até à escada. Foi então que ouvi o som da porta sendo aberta. Era ele.

Por um momento, ainda virado para a escada, lembrei-me do pote de doces e mais alguns papéis de bala e pacotes de salgadinhos deixados por mim na mesa de centro. JinYoung iria perceber?
Suspirei e coloquei um sorriso de ladinho nos lábios, me virando em seguida. E lá estava ele, parado e de braços cruzados me encarando com um rosto sério, por um momento temi, mas... Quem resiste à essa fofurinha?

— Ah hyung, você chegou? — Perguntei o fitando.

Então ele suspirou e retirou seu agasalho, colocando-o em cima do sofá. Desviou seu olhar para mim, que ainda estava parado no mesmo lugar e então se aproximou, passando pela mesa a olhando de relance. Continuou e parou em minha frente. Eu me ferrei? — Pensei e tomei ar para começar a dar explicações.

— É que eu fique—

— Yugyeom-ah... — Falamos ao mesmo tempo, me impedindo de continuar.

— Hyung eu...

— Por que você é tão teimoso, hum? — Disse serenamente pegando em minhas mãos. O olhei. — Quando digo que não quero que fique me esperando, é porque eu me preocupo.

"Ele se preocupa comigo." — Sorri timidamente.
— Desculpe Jiny, é que eu sinto sua falta.

Me envolveu em um abraço quentinho e aconchegante e caminhou até o sofá, deitando-se comigo em seus braços. E como eu estava amando aquilo, mesmo sendo maior que ele ainda me sentia protegido.

— Hyung... — O chamei e fiquei em silêncio por um tempo, escutando apenas sua respiração e o "tic tac" do relógio — Eu gosto de você!

Finalmente disse, eu disse! Senti-me aliviado por ter expressado e colocado para fora meus verdadeiros sentimentos e mais puras intenções para com meu Hyung. Mas e então? Qual será sua resposta?

Apenas fechei os olhos.

— Eu também gosto — pausou — amo você, meu bebê gigante e teimoso.

Abri um largo sorriso e então senti meu coração se aquecer. "Ele sabia? Isso realmente estava acontecendo?".

JinYoung sorriu e virou-me para si, fazendo-me encarar seus olhos, então me beijou. Era bom, muito bom.

— Eu sabia Yugie, há muito tempo.

Teimoso - Jingyeom Onde histórias criam vida. Descubra agora