O Início

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- Renato? - uma voz de fundo me desperta da realidade. - Me viro de costas e avisto a inspetora da minha escola.
- Olá Ida!. - Ela logo faz um gesto com a mão e me chama para a esquina do corredor das salas, a alguns passos atrás por onde eu havia acabado de passar, voltando do banheiro.
- Renato, tudo bem?
- Eu de cabeça baixa e desconfiado respondo um simples - Uhum!.
Não satisfeita, ela persiste e vai direto ao ponto.
- Sua mãe me disse que alguns meninos da sua sala estão implicando com você, é verdade?
Logo lembro de quando contei para minha mãe há algumas semanas, que um menino em específico sempre dava início à feira de xingamentos e apelidos, tirando onda principalmente do meu nome, que era  algo que me irritava profundamente e eu não entendia o por que era só comigo. Olho pra ela, sem saber o que responder e por algum motivo eu retorno a sua pergunta dizendo
- Não!, balançando a cabeça, e com medo de receber mais perguntas fico quieto e espero o interrogatório cessar.
Desconfiada ela afirma com um olhar de (mentira reprovada) e movimenta a cabeça, se despedindo e pedindo para eu voltar pra minha sala de aula.
Isso foi uma de muitas tentativas falhas para tentar parar o que me incomodava. Apesar de sempre me perguntarem como eu estava, nunca se propunham a ir mais afundo e analisar minha rotina e quais pessoas faziam mais parte dela. Minha professora não se mostrava presente a isto, pra falar a verdade fingia que nada estava acontecendo... Mas na verdade, eu agora depois de 11 anos entendo o por que de tudo que eu passei desde então, ou pelo menos tento entender.

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