Capítulo I- A saciedade de um desejo- Parte II

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Espero que gostem. As cenas mais quentes foram um pouco complicadas, mas consegui graças ao HL Anjens. Como a história é dedicada a ele, sou muito grata por isso. 😊😇💜

A manhã seguinte havia sido um pesadelo. Aqueles olhos não saiam da minha cabeça, pareciam me fitar para onde quer que olhasse. As suas últimas palavras antes de ir pareciam flutuar a minha frente. Não consegui pregar os olhos nem para ter o mínimo de sossego em meus sonhos. Que por algum motivo nunca lembrava o que de fato sonhava, mas sabia que era bom. Muito bom para dizer a verdade.

Levantei sonolento. Meu quarto parecia uma bagunça. Não lembrava como aquilo havia acontecido. Minha blusa coberta de restos de comida mal digerida estava no chão como se tivesse sido jogada às pressas.

― Sinto muito. Não vou conseguir te usar, sabendo por tudo que você passou ― suspirei, lastimando por minha perda e a descartando no lixo.

Sabia que não havia ingerido mais que meia taça de vinho, mas teria que admitir que uma ressaca em pleno dia de semana era novidade. Raramente ficava bêbado e nunca tinha ressaca. Nunca mesmo.

Estava usando somente meu blusão de dormir e um samba-canção. Entrei no chuveiro do banheiro do meu quarto enojado por saber que até mesmo meu cabelo fedia.

Já despido, esperei que a água quente escorresse pelo meu corpo e relaxasse meus músculos tensos pela má qualidade de sono da noite anterior. Fechei os olhos na esperança que aquele cansaço fosse embora junto com a água que descia pelo ralo.

"Tudo parece ter mudado em você, Mestre Christian. Para melhor, devo-lhe informar."

Não havia ninguém ali, mas tinha certeza de ter escutado alguém falar.

Abri os olhos, assustado. Ainda escutando a risada rouca como se gatos estivessem arranhando um quadro negro por pura diversão.

"Não se preocupe. Estou apenas me saboreando a companhia do meu Mestre."

Então tudo passou pela cabeça como um flash de luz. Aquilo da noite anterior realmente havia acontecido, finalmente compreendia ao reconhecer a voz.

Afinal, coisas estranhas sempre aconteciam naquela cidade, e essa era a de longe a mais estranha.

E percebi que aquela criatura parecia ecoar na minha mente, não em outro lugar.

― J-Josh...? ― chamei incerto.

"É impressionante que os humanos esqueçam o seu nome, mesmo que dedique sua alma a eles, não é, Mestre Christian?"

Engoli em seco, na esperança que ele me dissesse como se chamava.

"Você deveria lembrar o meu nome já que me recordo do seu. Escolhi justamente esse nome por ser o mesmo do seu pai, Mestre Christian." ele reclamou ao ver que eu não me lembrava.

― Jonathan?

"Prefiro que me chame de John. Deve soar bem mais autoritário saindo de sua boca."

― John?

― Eu estava certo que meu nome soasse bem excitante na sua voz, Mestre Christian.

― Não pensei que estivesse falando nesse sentido... ― completei mais baixo ― Mas o que posso dizer de alguém que fica me olhando tomar banho... Calma, sua voz não está mais na minha cabeça.

― Claro que não. Estou olhando diretamente para você.

Girei o corpo na direção que supus que ele estivesse e me dei de cara com seu rosto, aliás o meu rosto desenhado nos vapores que se pregavam no box do banheiro. Achei surpreendente que seus olhos ainda fossem do mesmo jeito que me lembrava.

― Finalmente vai parar de me chamar de "Mestre" o tempo inteiro? ― perguntei enquanto saia rapidamente do box e pegava a minha toalha para que ele parasse de me observar enquanto ainda estava nu.

― Ainda estou te vendo, Mestre Christian. E provavelmente não, já que um dia ainda vai se excitar apenas por me ouvir chama-lo desse jeito. ― disse ao surgir no espelho do banheiro.

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⏰ Last updated: Sep 22, 2018 ⏰

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