Sehun sentou-se na cadeira da mesinha que continha na sacada de casa. Observou a altura de onde seu apartamento dava. Sentiu a leve brisa em seu rosto. Finalmente tocou a caneta, a pegando na mão. Com a outra, segurou o papel para que não voasse. Talvez tenha sido uma péssima ideia escrever ali, mas era onde ele se sentia confortável.
Se concentrou ao máximo, suspirando fundo. E lá começou."Seul, Coreia do Sul. 17 de outubro de 2018,
Querido Chanyeol,Bom, pode parecer estranho agora, mas, infelizmente chegou a hora. Vou tentar ser o mais sincero possível contigo.
Você pensa que não me machuca te ver dessa forma? Você pensa que não me machuca você fazer isso? Você pensa que não dói, que meu sangue não escorre toda vez que você cospe palavras chulas sobre meu rosto, que o cortam como se fossem lâminas semi-afiadas? Você pensa que não me machuca toda essa sua confusão mental do querer ou não querer? Pensa que não dói olhar para você e viajar nos pensamentos? Pensa que não me machuca ter me tornado dependente de ti? Você pensa que não dói quando com um simples abraço, consegue me acalmar, por mais que a tempestade seja forte e eu seja apenas uma casinha de palha? Já pensou o quanto me machucou todas as vezes que saiu, encheu a cara e depois vinha me mandar mensagem? Não né? Sinceramente. Que egoísmo.Você pensa que não me machuca tudo que você diz. Mas dói. Dói na minha pele, dói no meu interior. Me dói ver você dessa forma. Me dói saber que você mudou tanto. Me machuca.
Foram meses e meses vivendo apenas para si, mesmo minha vida estando em um pesadelo onde eu sou a vítima e o culpado, um puro porre, cheia de decepção.
Estou farto.Agora, minha mãe se foi, Chanyeol. Mesmo ela sendo ignorante em certos fatores e eu já não aguentando mais por ter perdido a confiança nela, ela era a minha única razão para estar vivo. Ela era minha razão de respirar sozinho, não através de aparelhos.
Bom, agora, vou colocar um fim a tudo isso. Finalmente o fim chegou. Esperei muito tempo para isso, e em todos os anos que vivi pensando em me jogar da porra de um prédio ou meter algum objeto afiado na porra de meus pulsos de forma tão profunda que me desacorde, mas foi idiota de pensar no seu bem. Você me decepcionou, e ainda me decepciona. Agora, vou ser ignorante, como você foi na sua vida inteira.
Você nunca me deu o valor que eu necessitava. Você nunca me amou o tanto que eu precisava. Você nunca, nunca foi quem eu ansiava.
Você me chama de anjo, certo? Anjos tem pulsos cortados, pois não aguentam a pressão desse mundo cruel e tão escroto.
Como um anjo, eu estou retornando para meu lar. De onde nem deveria ter saído.Passar bem, e saiba que eu nunca deixei e nunca deixarei de te amar.
Oh Sehun"
Os dedos magros de Sehun soltaram a caneta, fazendo um pequeno exercício por estar escrevendo a muito tempo e seu punho já estava doendo. Dobrou a carta e colocou em cima da mesa, com o destinatário, sabendo que ele era a única pessoa que leria.
Caminhou em passos lentos até a cozinha, onde pegou todos os remédios que viu a sua frente. Com calma, engoliu um por um. E lá se iam 10, 12, 15, 20 cartelas. Finalmente, quando se sentiu dormente e enfraquecido o suficiente, caminhou até a sala, se deitando sobre o sofá. Fechou os olhos e esperou o que tanto queria desde sempre.
Chanyeol tinha chegado, e estava preocupado com Sehun. Este não tinha respondido nenhuma mensagem do mais velho, nem atendido nenhuma ligação. Correu até a casa do mais novo e bateu na porta diversas vezes. Tentou abrir a porta, que por surpresa estava aberta. Caminhou lentamente para dentro, olhando para os lados. Quando se deparou com Sehun deitado no sofá, com um rosto angelical.
O mais velho correu até o garoto, checando se seu coração ainda batia. Já não palpitava mais. Tentou de diversas formas ressuscitar o amigo, porém, tentativas falhas. Ele realmente tinha ido. Abraçou o corpo morto do Oh, com lágrimas que corriam rapidamente por seu rosto.
— Não acredito que você se foi... — Disse baixinho, pensando que o mais novo iria ouvi-lo. — Seu rosto está tão angelical... O mundo não é para você, meu anjinho...
Logo, viu a carta sobre a mesa, com o cenho franzido. Abriu e leu com atenção, agora mais desesperado que antes. A culpa era totalmente sua. E ele tinha noção.
Sehun havia descansado, deixando um Chanyeol pensativo e desolado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ManualDoSuicido {Chan+Hun}
FanfictionFinalmente chegou o fim. Sehun não podia se sentir mais feliz com isso. Onde Sehun deixa a carta final a Chanyeol. {Autoral} {ChanHun!Sad}