céu, vida e carpe diem

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encaro o céu
cinza e triste
me encanto com o vazio
que esconde toda uma galáxia
imperceptível aos olhos
mas um colírio à alma.

a visão deslumbrante
de uma imensidão infinita
cujos polos são invisíveis
e a dimensão traz uma incerteza
visão distorcida
do conceito de grandeza.

olhando o vasto desconhecido
sem começo, sem fim
a recordação vem à memória
de que sou humana
de que sou pequena
um "nada" em meio à um "tudo"
disfrutando imparcialmente
de apenas uma pequena parte
do que se conhece por existência.

assim como além das nuvens
há um universo extenso
e inexplorado
além dessas portas
há uma infinidade de escolhas
e além das lágrimas salgadas
é possível encontrar
um recomeço doce.

o mundo vai além de minha visão
assim como o céu
vai além da janela.
não sou Carolina, então
para quê me prender
atrás dessa janela?
vendo a chuva cair
tendo a chance de toca-la
sentir sua suavidade
enquanto ainda é fresca.

poís essa vida é passageira
e diferente das nuvens
da visão
das lágrimas
ou da vastidão do espaço
além do agora
a certeza de um amanhã
é inexistente.

a eternidade não passa de um sopro.

Transbordo PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora