Ilusão Soturna

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O amor que me disseram, eles, nesse dia, falaram que esperam,

Eu, tão sábio, respondi-os "o amor é irreal".

Aqueles homens me olharam, então se pronunciram

"Triste rapaz, de mente tangencial, tu só não tens um amor leal.

Tu és, talvez, um narcisista que se ache o tal,

E que, provavelmente, sofreu por um amor desleal".


Nesse momento, fiquei quieto, olhei para o teto.

Queria me pronunciar, porém comecei a hesitar.

Com capcioso esmero, daquele local sai muito esperto,

Pois como um sábio que sou, pus-me à pensar de um jeito singular.

Tirei tempos do meu dia para raciocinar

"O que é o amor, e o que é amar?".


Peguei-me a pensar, e não quis parar,

Pois tentar ver a verdade, fazia-me ficar mal.

Aquilo tirou-me o ar, porque não sabia o que era amar,

Andei, portanto, numa rua celestial, em um tempo sazonal,

Parei embaixo de uma arvore tal,

Com um pensamento atemporal.


E lá, apareceu ela, a mais linda donzela,

Que me deixou enrubescido, e com pensamento abluo.

Falei; "tua beleza me congela", ela respondeu ;" o teu olhar me degela".

Saimos de lá com algo mútuo, nas caligens do obscuro,

Olhando-me, tomou seu curso.

Fui para casa com um semblante soturno.


Voltei, dias depois, para o lugar onde disseram "que o amor eles esperam"

Falei, para todos sendo racional "o amor é real".

Alguns, de beber pararam, porém outros continuaram.

Prossegui " conheci uma moça tal, num tempo sazonal,

De um jeito especial,

Fazendo-me ver o que é real".


Quando falei isso, todos comemoraram, e muitos festejaram.

Só que, minh'alma estava angustiada,

Pois todos me olhavam, contudo não me agradavam.

Sai da multidão, e ela estava ali parada, a mulher da madrugada.

Meu coração, sem ritmo, dera uma pontada,

Visto que ela se encontrava de mãos dadas com outro cara.

Poeamas, meus poemasWhere stories live. Discover now