The fall of the Guardian {Jjk+Kth}

Sin.

O guardião aterrissou suavemente sobre o telhado da pequena casa do vilarejo, e utilizou a lateral da mesma para pousar no chão, se permitiu retrair as pesadas e enormes asas, entrou sem dificuldade no pequeno cômodo que abrigava o pequeno guardado doente, os pais de fé oravam todas as noites, depois de muito implorar ele mesmo ao seu senhor, o anjo teve permissão para que usasse de seu poder e ajudasse o garoto no seu processo de cura, seria um milagre, ele sobreviveria.

Pousou as mãos macias suavemente sobre a cabeça do pequeno menino e fez suas orações, seu coração se enchendo de felicidade, seus olhos derramavam lágrimas douradas que aterrissavam como penas sobre a pele delicada do rosto do menino deitado.

"Amém" o guardião sussurrou e retirou com cautela as mãos da cabeça do menino, a energia fluía em seu corpo como o sangue fluía no corpo frágil do pequeno doente, as veias do anjo brilhavam dourado enquanto as do menino possuíam um tom escurecido, o sangue sendo curado assim como sua mente. Quando o guardião finalmente terminou o processo ajoelhou-se ao lado da cama do menino apenas para observá-lo um pouco, precisava cuidar melhor de seu protegido nesta vida, numa anterior ele havia morrido jovem demais.

_Jungkookie?_ O menininho sussurrou, seu pai havia lhe dito que independente do nome que escolhesse para seu anjo da guarda o mesmo sempre o ouviria, o menino gostava do nome Jungkook, decidiu que chamaria seu anjo assim, decidiu também que se um dia tivesse um filho, o chamaria assim.

O anjo não se surpreendeu ao ouvir seu nome ser chamado, sabia que o pequeno Jimin podia sentí-lo, não podia vê-lo, mas sentí-lo sim.

_Obrigado._O garotinho sussurrou mais uma vez antes de voltar a fechar os olhos, o anjo sorriu e se retirou cautelosamente da casa mais uma vez, as penas arrastando no chão faziam um barulho suave, tudo em que tocava parecia criar uma vida ou um aspecto especial, por isso Deus não permitiu que olhos comuns pudessem ver ao ser de características tão perfeitas, com certeza se assustariam com a figura, seres humanos foram criados e esculpidos de forma bela, sua beleza maior estava nas falhas que possuíam, a carne, o sangue.

Anjos não tem falhas, foram esculpidos à perfeição pelas mãos do próprio criador, construídos de amor, bondade e energia, guardiões eram mais fortes que máquinas de combate, seus poderes quase igualavam-se aos de arcanjos, tem asas maiores, mais fortes e ao contrário de outros anjos, lutam, não por vontade mas por necessidade, doam suas vidas ao seu protegido e à humanidade, o corpo do anjo ultrapassava os dois metros, as asas que poderiam se tornar mais impenetráveis e fortes que grafeno.

Deus não aceitava falhas, não nesta sua obra.

O anjo caminhava pela estrada de terra, não precisava, podia voar, afinal, mas era de seu gosto apreciar as criaturas não celestiais tão belas, ouvir o belo barulho dos animais e o vento batendo nas folhas.

O guardião se virou ao sentir os olhos vermelhos brilhantes o observando, sua mão rapidamente foi ao cabo da espada e a empunhou com precisão.

_Em nome de Deus eu ordeno que mostre-se._ O ser celestial bradou e ao não ter resposta gritou novamente. _Não pode desobedecer à esta ordem, criatura!

O anjo manteve sua postura imponente ao ver o ser sair de seu esconderijo no meio do milharal, a criatura tão bela quanto o anjo se aproximou vagarosamente e o ser segurou ainda mais firmemente o cabo de sua espada.

_Sabe que não vou machucar você._ A voz grave ecoando na cabeça do anjo, o afetava. _Se quisesse o machucar teria sentido o perigo... Mas apenas sentiu o olhar._ A criatura o rodeava, as asas negras tão bonitas quanto as suas, a estatura quase idêntica. _ Já te observo a tempos.

_Porque tem asas, criatura?_ O anjo bradou e o ser sorriu, os dentes extremamente brancos e as presas pontudas, o garoto era a imagem do pecado.

_Como é suposto de lutarmos contra vocês se não pudermos voar também?