Prólogo

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Abyssus Abyssum Invocat”
(Um abismo atrai o outro)

🕷️

A claridade excessiva da lua cheia iluminava o enorme quarto daquele motel, os lençóis brancos de seda se alinhavam aos dois corpos nus entrelaçados. Do lado da cama havia uma pequena mesa de vidro com morangos e champanhe, e do outro lado um pequeno frigobar, itens normalmente incluídos em uma suíte de luxo.

Park Jimin, neurologista mais procurado da cidade, sua agenda está cheia, e nenhuma vaga está disponível até o ano que vem. — Jeon brincava com os dedos gordinhos de Park enquanto o mesmo repousava a cabeça em seu peitoral.

— Não é para tanto, sabe que quero muito cursar medicina e depois fazer a especialização em neurologia, mas esse meu sonho parecia mais fácil quando eu era menor sabe? — Park vagava seus olhos nas cortinas brancas que balançavam suavemente com a brisa que entrava pela janela.

Ah Darling, tudo é possível, e você tem jeito para essa área. Sei que é caro, mas você está trabalhando e vai dar para bancar a faculdade, e eu posso te ajudar também. — Agora os dedos longos do moreno brincavam com alguns fios do cabelo alaranjado.

Jeon Jungkook e Park Jimin ficavam há 9 meses, se conheceram em uma festa de inauguração de uma balada e a atração entre ambos foi palpável desde aquela festa. Assim que os olhares se cruzaram no meio daquela multidão, foi como se ninguém mais estivesse naquele local.

O moreno de terno bem passado, os cabelos bem arrumados, a postura reta e seu olhar penetrante. Jimin não conseguia compreender como Jeon estava tão deslumbrante em um lugar aglomerado de diversas pessoas suadas e desarrumadas após horas dançando e bebendo.

O moreno manteve aqueles olhos escuros fixos em Park quase por toda a noite e quando seus amigos o chamaram para ir embora, o barman entregou uma taça de cristal impecável, com um drink que fez os lábios carnudos se molharem automaticamente, ansiando para experimentar aquilo.

Ele soube então, pelo garçom, que o líquido saboroso havia sido enviado por Jeon.

Caçou com seus olhos pelo lugar e, assim que encontrou aquele olhar penetrante, novamente fez com que o menor tremesse, e então teve certeza que ainda seria uma longa noite.

E, depois daquela balada, todas as dúvidas que Jimin tinha de Jeon ser um pedaço de mau caminho foram respondidas em uma cama de motel, e desde então começaram a ficar.

O moreno sempre escolhia os motéis mais caros da cidade para as noites de ambos, ou o faziam na casa de Park. O mesmo nunca conseguiu compreender por que não podia ser na casa de Jungkook, ele sempre dizia ter uma casa pequena demais e amontoada de coisas do seu trabalho. Outra coisa que ele nunca comentou com o menor, mesmo que ele sempre tenha uma certa curiosidade sobre o que Jeon fazia da vida.

Eu realmente não sei, ainda tem as despesas com os remédios da Omma. Graças aos Céus ela está bem esses dias, mas semana passada parei com ela no hospital novamente. — O menor passou a coxa um tanto grossa por cima das de Jungkook.

Eu sei, queria muito ter ajudado você a levá-la, mas sabe que eu tinha um compromisso com meu trabalho. — Falou, deixando um beijo casto na testa do rapaz.

Eu gostaria de perguntar uma coisa em relação a isso... — Jimin foi interrompido pelo barulho irritante do celular do maior.

Jeon afastou seu corpo um pouco para o lado delicadamente, alcançando o aparelho e lendo alguma coisa. Em seguida, se levantou caminhando até o banheiro e adentrando-o, indo logo depois para o lado que tinha um chuveiro, já que no outro havia apenas uma grande banheira. Jimin não pôde perder a oportunidade de notar os ombros largos de Jeon e as costas um pouco arranhadas por suas unhas.

Se passou alguns minutos e o alaranjado continuou jogado naquela grande cama de lençóis brancos, fitando o grande espelho em forma de círculo no teto do quarto que dava visão para quase todo o cômodo. Se espreguiçou, esticando seus pés até que os mesmos ficassem fora da cama, com as pequenas mãos agarradas na cabeceira da mesma, fazendo com que seu belo quadril seja jogado um pouco para o lado, sentindo alguns estalos. Sorriu para si mesmo a lembrar de como Jeon se aproveitava da sua flexibilidade e o colocava em posições que qualquer pessoa duvidaria se contasse.

— Preciso ir, anjo. Houveram alguns problemas no trabalho. — O moreno, que saía do banheiro arrumando a fivela da calça social preta, já vestindo sua blusa e seu cabelo bem penteado, disse.

Park revirou os olhos e se deitou para o lado, ignorando totalmente as palavras que escutava toda vez que acabavam de fazer sexo. Jeon sempre ficava um pouco com si e, logo em seguida, seu trabalho atrapalhava qualquer outro plano dele com o maior.

Jimin, não faça isso. Você sempre me entendeu, e hoje passei quase a tarde e a noite toda com você. — escutou o barulho das chaves do carro e dos passos firmes de Jeon até a cama.

— Eu devo te glorificar por essa boa ação comigo? — Jimin aumentou um pouco o tom. — Quer saber, Jungkook? Vai! E não precisa me deixar em casa, eu pego um táxi ou ônibus.

— Você às vezes fala as coisas sem pensar. Eu sei que é ruim te deixar e quase nunca ter um tempo maior para você, mas eu tenho uma vida também meu anjo. — falou Jeon alisando as costas nuas do mais velho, até encontrar a bunda redonda e deixar um aperto ali.

— É, e eu nem ao menos faço parte de quinze por cento dela. — Se esquivou do contato, saindo de baixo dos lençóis e recolhendo as roupas jogadas sobre os pisos brancos e impecáveis do motel.

— Um dia você vai saber o que eu faço e entender por que eu mantenho isso em sigilo. — Jeon encarava o corpo do menor e o mesmo sentia o olhar queimar cada milímetro de sua estrutura. Olhou no reflexo do espelho e pôde ver o moreno com a postura ereta, os braços um pouco musculosos pressionados um ao outro os mantendo encaixados na altura do peitoral.

— Talvez um dia eu entenda. — Jimin subiu o zíper da enorme blusa de frio.

Não quero que fique triste comigo, ver você me olhar assim me destrói, Jimin. — O rapaz chegou por trás beijando delicadamente o ombro coberto pela blusa e a outra mão puxava o rosto bonito para o lado, enquanto o alaranjado tentava colocar o cinto de couro nos espaços da calça jeans.

Eu preciso ir para casa de qualquer forma. Tenho que cuidar da Omma. — Jimin disse com desapontamento na voz.

Não precisa mentir para mim, sei que está triste. Eu te conheço por inteiro, Jimin. Conheço todas as suas feições, seus pontos fracos, suas manias, conheço seu corpo dos pés à cabeça. — Jeon virou o corpo rapidamente para si, pegando o cinto de couro das mãos pequenas e passando pela cintura fina. Prensou sua pélvis contra a outra, uma mão continuando a segurar fortemente o acessório no corpo do menor. A outra mão alcançou as bochechas dele, apertando-as e fazendo com que os lábios carnudos formassem um biquinho automaticamente. — Sabe que vou voltar para você, meu anjo. Eu sempre volto. — Ele falou com a voz rouca, olhando fixamente nos olhos de Jimin, e então o beijou apaixonadamente mais uma vez naquela noite.

Flashback Off

◌ ◌ ◌

oiiiii, cheguei como mais uma fic e confesso que tô muito nervosa, esse plot tá guardado a mt tempo e finalmente eu consegui me organizar pra desenvolver. Eu amo tanto essa história que o medo de errar com ela é enorme.

Esse foi só um pouquinho dela, logo logo eu volto com o primeiro cap.

E obrigada @Scarthyst aaa q tá me ajudando muito e fazendo a betagem dessa fic 💗

SICARIUS↬jikook [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora