Bluma e suas plumas

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Jovem, independente, e bem sucedida. Essa é a vida da bela Bluma, mas ela não esta feliz, ela ainda quer esquecer aquele pudim de 19 anos atrás, quando foi tirado de sua boca com um tapa que a jogou no chão tão atordoada que nem mesmo chorar conseguiu.

22 anos antes.

Messara acordou sentido as fortes contrações indicando que estava para acontecer. Gritou para sua mãe Suami, que levantou rápido, embora com seus 74 anos ainda era bem disposta e energética, e que a alguns dias já esperava por isso. Ao lado da filha ligou para o médico dá família, Dr. Augusto, que em menos de meia hora chegou a propriedade rural em que mãe e filha moravam a anos, depois de alguns procedimentos básicos e com tudo que era preciso pronto no quarto, pois a futura mãe se recusara de todas as formas a dar a luz em um hospital, e armava o maior escândalo quando tocavam no assunto e o médico sendo um especialista em partos aceitou o desafio de trazer o casal de gêmeos a vida na própria casa dela.

Quem saiu primeiro foi a menina, sem grandes preocupações além dos gritos da mãe que apertava com força a mão de sua mãe. Mas logo a criança saiu seu cordão umbilical ficou enrolado no pescoço do menino e sem meios de fazer uma cesariana, quando o menino saiu já estava sem vida. A mulher ficou arrasada, seu grande sonho era ser mão de um menino e conseguiu engravidar alguns dias antes de seu marido morrer tragicamente depois de cair mais de 15 metros de um dos pilares da usina hidrelétrica em que trabalhava na construção. Ela só se conformou com a morte do homem quando soube que estava grávida e rezava para ser um menino. Quando soube do casal de gemes ficou contentíssima com o menino, mas com a outra logo demonstrou desprezo antes mesmo de nascer, pensando em tudo apenas para o menino mesmo com os conselhos de sua mãe.

E não só desprezo, mas também ódio garrou pela criança quando soube que foi por causa dela que seu amado filho nasceu morto. A partir daí, temos uma sofrida infância da pequena Bluma, onde seu único conforto era o da avó que a protegia, mas isso acabou quando fez cinco anos, pois uma semana depois o dia amanheceu e foi possível ver a velha senhora morta em sua cama.

Nos dia seguinte triste pela perda Messara preparava um pudim para servir uma irmã da falecida, que vinha de longe para o velório, quando a inocente criança entrou na cozinha e enquanto e com a mão pegou um pedaço do pudim já morno e colocou na boca, foi quando a mãe viu e com um forte tapa jogou a criança ao chão, tremendo foi o susto quando voltou a realidade e ao ver os olhos queimando de raiva da mulher a sua frente, apenas disparou correndo para fora da aos tropeços com suas pequenas perninhas, passou por baixo da cerca que ficava em volta da casa sentindo o gosto de sangue na boca e logo chegou na estrada de chão que a levava cada vez mais para longe da propriedade.

Bluma e suas plumasWhere stories live. Discover now