23° Capítulo

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Acordei com a cabeça no colchão e não na almofada. Estiquei o braço sem abrir os olhos, e percebi que ele não estava ali. Levantei a cabeça, rodando o meu corpo, abri os olhos lentamente, observando Diego, com o seu mapa colado na parede em frente à cama, com quatro ou cinco pontos (não conseguia ver tudo nítido) marcados a vermelho. Mandou-se para a cama e rastejou ate mim, com o seu enorme entusiasmo no olhar, parecendo uma criança na manhã de Natal. Fui obrigada a sentar-me. Esfreguei os olhos com as mãos e Diego continuava especado talvez à espera de eu acordar como deve ser, para ouvir uma das suas belíssimas ideias. Balancei a mão dando-lhe sinal para prosseguir.

- Depois de uma pesquisa intensiva desde as 8am, já tenho destinos para os próximos dias! - disse Diego enquanto me acariciava a mão.

- Onde? - sorri.

Levantou-se e dirigiu-se ao mapa, que tinha o nome do local, assim como uma pequena descrição e imagens.

- Rossio para hoje, e Belém para amanhã - disse-me.

- Porquê Rossio para hoje?

- Não pode ser? - o seu sorriso desapareceu.

- Pode, claro que pode! - tentei emendar o erro das minhas palavras.

- Então prepara-te! - recuperou o sorriso e puxou-me da cama para a casa de banho.

Fechei a cortina que dividia o quarto da casa de banho e tomei um duche rápido, maquilhando-me e vestindo a roupa já planeada. Peguei na mala e saímos, em direção a um café, para comermos o pequeno-almoço descansados. Quando o Diego olhou para o relógio, pegou-me na mão e arrastou-me até a estação, pelos vistos estavamos prestes a perder o comboio e o próximo só parava na meia hora seguinte. Entrámos e sentámo-nos nos bancos. Passado uma hora estavamos no Rossio. Mal virei a cara para o meu lado esquerdo, para olhar para Diego, vi o Starbucks. Claro que fiz beicinho para o Diego vir comigo, eu não ia sair dali sem pagar um cappuccino. Já satisfeita com a minha compra descemos uma grande rua que iria dar, como Diego me informou, à Praça do Comércio. Provavelmente ele tinha se esquecido que eu sou metade portuguesa e que já percorri estas ruas mil vezes. Uma das ruas dava para os Armazéns do Chiado, um sítio onde eu gosto sempre de parar para compras. De certo Diego não queria participar, rapazes não gostam de parecer árvores, com sacos e mais saquinhos em cada ramo.

- Sophia, já percebi que queres fazer umas compras por isso vou deixar-te fazê-lo. Eu vou estar lá em baixo por isso, quando tiveres pronta, avisa-me. Está bem? - pergunta agarrado-me na cara, e dando um pequeno beijo nos lábios. Abanei a cabeça em resposta. - Até já! - despede-se de mim.

Virou-me costas e desceu. Fiz o mesmo e dirigi-me a uma das lojas. Vasculhei todas as roupas e acabei por comprar umas calças de cintura subida e uma camisa branca muito elegante. Saí e dirigi-me à próxima. Logo que entrei, deparei-me com um casaco lindíssimo de cabedal (provavelmente falso) e um vestido de cintura definida preto, em cano, com umas costas abertas. Saí novamente e entrei numa outra. Desta vez decidi dirigir-me tambem à parte masculina. Comprei uma sweat para Diego. Bastante fofa tenho que admitir. O que me faltava? Sapatos. Escolhi uns pretos de salto alto e outros em castanho, umas botas para o inverno que não deveria faltar para chegar. Saí e voltei a entrar numa loja, mas desta vez de bijuteria. Comprei um colar dourado e uns anéis. Acho que estava tudo. Desci e lá estava Diego, sentado num banco, agarrado ao telemóvel, provavelmente nas redes sociais. Aproximei-me e ele levantou-se, guardando o telemóvel.

- Trouxe-te uma prenda...! - entreguei-lhe o saco.

Recebeu-o e deu-me um pequeno beijo na testa.

- Não era preciso - diz ainda com os lábios precionados na minha testa.

- Era sim! - insisti. Abriu e agradeceu-me mais uma vez. Pareceu-me que tinha acertado em cheio.

Will You Still Love Me?Onde histórias criam vida. Descubra agora