O tempo lá fora é inconstante
Cá dentro o mesmo se pode dizer.
Parece que todos nós tentamos combater este tempo sem fim
Mas sem fim por ser inconstante acabamos perdidos
Com mapa e com bússola e mesmo assim presos à perdição
Libertos na tentação
Sem a coragem de dizer não.
As lágrimas escorrem nos olhos
Chove lá fora,
É a água das lágrimas dos olhos do ser superior
Ou talvez do ser inferior que por uma estranha física
Faz chover de cima para baixo
Quando é em baixo que se encontra...
Afinal um ser superior será capaz de fazer isso.
Encontrámos-nos presos a umas barreiras infinitas
Preso como me encontro no escritório sem coragem de enfrentar o mundo
A coragem mais maldita
Ter medo de viver
Ter medo de no final me acontecer como a todos os outros
E enfim, me perder...
É triste ter que ser assim para sobreviver
É como se tivesse umas correntes que não se demonstram fisicamente mas que pesam na alma
Nesta triste alma de na verdade não poder viver
De só conseguir sobreviver
Portanto para mudar
Talvez tenha o mundo que colaborar
Ou se calhar sou eu que estou errado
Talvez tenha eu que mudar
Mas agora não
Agora estou acabado.