As mais cruéis palavras
De infames olhos soturnos,
Repercutem em meus ouvidos,
Condena-me o ser.
Já não sei porque ando
Se me roubas a direção.
Eu fiz teu medo
Atacar-me a alma.
Senhora sensação principia,
O covarde convalescer ao pó.
São palavras que te fogem
Apodrecendo meus sentidos,
Atrofiando meus poucos atos,
Na ânsia violenta de nada concluir.
Não me procure.
Tão cedo se deu minha partida
Entre o sonhar sem laço e
As fantasias mais que real.
Sim foi possível sentir tuas vestes.
Entre sombras e vultos.
Assim escorria meu líquido
Que não mais tem valor.
Perde-se no chão,
Apodrece na terra.
Cada grão dessa terra encantadora.
Cada veste que me puseram.
Há uma perda das horas,
Há um mundo sem fim.
Noite soturna noite,
Que nela tem-se que vir,
Levas a inconfidência fiel,
De um eu que vesti.
A fantasia é real e insana,
E cheirava a morte distante.
Quando aquele pranto findou,
Sentada no sofá
Eu me vi despedaçar,
Curvar-se na real vergonha,
Pondo-me algo mal
Quando de teus olhos
Choraram as palavras.

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Lembranças Impostas pelo Tempo
PoetryDe modo poético e prosador, o livro conta sobre as minhas tristezas e dificuldade de aceitar que havia crescido, que já no estava mais na casa dos doze anos pra baixo. Minha infância já não mais habitava meu corpo, sinais que estava virando mocinha...