Capítulo 1

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Não costumo reclamar da vida, ela nem sempre é fácil, mas também ficar reclamando não vai torná-la melhor. Quando tinha três anos perdi meus pais em um trágico acidente de carro, foi fatal eles morreram na hora não lembro de muita coisa só de acordar e ver minha vó Luci chorando em meu quarto, uma criança não tem muita noção do que é a morte, então só fui entender mesmo quando na escola me perguntavam porque seu pai nunca vem buscar você. Eu não sabia o que responder, com o tempo o vovô Manuel e vovó Luci foram usando as palavras certas para me explicar. Mesmo sem os meus pais nunca me falto amor e carinho meus avós me deram tudo que podiam, mas como a vida sempre nos prepara surpresas aos quinze anos o destino nos levou a vovó. Até hoje é difícil viver sem ela, o vovô tenta ser forte mais sei como ele sente sua falta porque eu também sinto. Hoje com vinte e um ano consegui realizar meu sonho passei no vestibular de psicologia, minhas aulas começam na próxima semana, estou tão ansiosa.

-Vovô, estou saindo. - Aviso chegando a cozinha onde vovô toma seu café enquanto lê seu jornal, ele faz isso toda manhã.

- Vai mais cedo querida? - Ele deixa sua leitura para me olhar.

- Sim vovô, a Magali está de férias tenho que treinar a menina nova. - Trabalho em uma lanchonete no centro da cidade, comecei a trabalhar lá no ano passado para ajudar o vovô, não era justo ele gastar toda sua aposentadoria comigo. No começo ele não gostou da ideia dizia que ele dava conta mas sabia que eu não mudaria de ideia.

- Ah sim minha filha, então vá com Deus. Eu vou passar na floricultura hoje. - Meu avô sempre amou as flores temos um jardim lindo no quintal que ele está sempre colocando flores novas.

- Está bom vovô, até mais tarde. - Lhe dou um beijo na testa e saio indo para o ponto de ônibus.

Meu ônibus não costuma demorar muito, mas nesse horário raramente consigo um lugar para sentar, mas como a lanchonete não fica muito longe são poucos minutos em pé. Quinze minutos depois meu ônibus chega ao ponto já estava enchendo, como já imaginava está lotado entro fico em um lugar próximo a porta para ficar melhor na hora de descer. Vinte minutos depois chego no meu ponto desço e caminho até a lanchonete. Eu gosto de trabalhar aqui fiz alguns amigos inclusive minha melhor amiga a Becca nos conhecemos no dia da entrevista e na outra semana estávamos trabalhando juntas e hoje somos inseparáveis morávamos na mesma rua mas nunca nos vimos. A Becca cursa jornalismo na mesma faculdade que entrei isso quer dizer que passaremos mais tempo juntas, ela não para de falar como isso vai ser "SUPER, MEGA, ULTRA- MARAVILHOSO" essas são suas palavras minha amiga é meio doidinha amo isso nela está sempre feliz, pulando e cantando.

- Bom dia dona Elizabeth! - Digo ao entrar na lanchonete. Dona Elizabeth é a minha chefe, uma senhorinha que é um doce.

-Bom dia minha filha! Estou de saída, vou resolver umas coisas no banco volto daqui a pouco. A Luana, a menina nova, já deve estar chegando, cuide dela por favor.

- Está bom dona Elizabeth, pode ficar tranquila. Até mais tarde. - Vou colocar o uniforme que é uma calça preta e uma blusa rosa com o nome da lanchonete, Delícias da Beth. Termino de me trocar e vou começar meu trabalho de manhã eu fico no caixa e de tarde ajudo a Becca a servi.

Assim que chego no salão da lanchonete vejo uma menina de cabelo vermelho ela me parece um pouco assustada e com medo. Gosto de ler as pessoas e quase sempre acerto.

-Oi, você deve ser a Luana! - Falo me aproximando. Ela leva um leve susto e me olha.

- Sim, sou eu.

- Eu sou a Isadora, vou ajudar você.

- Ah sim.

- Vamos conhecer a lanchonete?

- Vamos.

Ela não falou muito, na verdade não falou nada eu mostrei a cozinha, os banheiros, a copa onde guardamos as coisas, ela só respondia minhas perguntas e afirmava com a cabeça.

- Então Luana, acho que é isso. Tem alguma pergunta? - Pergunto olhando para menina assustada em minha frente.

-Não, eu entendi tudo.

- Então você vai ficar servindo as mesas. É bem fácil, você só precisa anotar os pedidos e entregar na cozinha e depois vim buscar. Vou lhe ensinar os números das mesas.

Passei a manhã ensinado tudo a ela que aprendeu tudo bem rápido agora ela estava mais relaxada. Os outros funcionários também já chegaram o Mateus, a Ana, a Laura e a Becca.

O movimento começou a aumentar e estávamos todos ocupados. A Becca estava de um lado para o outro a Luana pegou o jeito rápido a Ana e a Laura estavam na cozinha e eu no caixa, Mateus é o segurança ele fica pelo salão de olho nos engraçadinhos que sempre aparecem, mas normalmente os dias são bem tranquilos.
Dona Elizabeth chegou no meio da tarde e foi direto para o escritório. Já estava quase chegando ao final do expediente estávamos começando a arrumar as coisas.

- E aí gatinha, o hoje o movimento foi bom. Meus pés estão me mandando. - Becca fala se aproximando do balcão.

-Verdade, você nem parou hoje para ficar tagarelando.

-Não consegui perturbar você hoje. - Ela disse rindo. - A menina nova é boa, bem tímida mais boa garota. - Diz olhando pra Luana que está atendendo uma mesa.

- Ela é sim, só está se acostumando, já, já pega o ritmo e fica tagarelando igual a você. Vai lá em casa hoje?

- Claro, o vovô Manuel disse que hoje tem torta de franco, acha mesmo que vou perder?

- Obvio que não. - Minha amiga ama a torta de franco do vovô, eu sou suspeita a dizer, mas a torta do vovô é a melhor.

Terminamos o expediente organizamos todo, e estávamos nos arrumando para sair a Luana foi a última a entrar no vestiário ela estava conversando com dona Elizabeth.

-E aí Luana gostou do primeiro dia? - Ana pergunta quando a menina entra no vestiário.

- Gostei, no início o estava um pouco assustada, porque nunca trabalhei, mas depois fui me acostumando. - A menina diz pegando suas coisas para se trocar.

- É assim mesmo, tem quantos anos lu? - Becca pergunta

- Dezoito.

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