As flores de plástico não morrem...
Thor olhava para um pequeno vaso no quarto do irmão, aquela flor ainda estava ali. Uma rosa branca de plástico que havia dado à Loki, quando os dois eram simples crianças. Mas agora, seu amado irmão estava morto e a única lembrança que restava era a flor de plástico.
Os belos olhos azuis se encheram de lágrimas. Lembrar do irmão mais novo era doloroso, porém doía mais não poder sequer dar-lhe mais um abraço. A cabeça doeu, a sensação nostálgica vinha à tona. Estava se lembrando de quando dera à bela rosa ao pequeno Loki.
Flashback on:
- Irmão! Irmão! – A pequena figura loira corria animado em direção ao irmão, que permanecia sentado abaixo da sombra de uma árvore, enquanto lia um livrinho que sua mãe lhe entregara mais cedo. – Olha o que eu trouxe pra você! – Finalmente as perninhas fortes resolveram parar de correr e se sentar ao lado do moreninho.
Loki fechou o livrinho cuidadosamente, marcando mentalmente a página à qual havia parado e sorriu erguendo o olhar para o loirinho ao seu lado. Ele segurava uma rosa branca, colhida de um jardim pouco afastado do palácio onde residiam.
- Eu sei que você gosta dessas flores, então quando estava brincando com o Frandall, acabei pegando essa aqui pra você. – Estendeu a pequena mão em direção ao irmão, que segurou a rosa cuidadosamente.
- Obrigado! – Suas bochechinhas pálidas ganharam uma tonalidade avermelhada e se inclinou dando um abraço suave no irmão mais velho. – Temos que coloca-la na água, se não ela vai morrer mais rápido. – Thor assentiu e ambos se levantaram, limpando as roupinhas que usavam e correndo em direção ao palácio.
Adentraram o belo local, indo rapidamente para o dormitório de Loki. O quarto era extremamente arrumado, nada comparado ao do loiro. Os livros eram perfeitamente alinhados em uma prateleira. A cama impecável e nenhuma sujeira sequer. Loki fazia questão de manter tudo organizado e limpo.
- Aqui está! – Pegou um pequeno vaso onde continha algumas flores que havia ganhado de sua mãe. – Coloque aqui. – O loiro colocou a flor no vaso e sorriu vendo o irmãozinho coloca-lo de volta no criado mudo ao lado de sua cama. – É uma pena que ela vá morrer. – Loki disse baixinho indo para o lado do irmão que o olhou mas não disse nenhuma palavra.
E após alguns minutos apenas aproveitando o silêncio e a presença um do outro, resolveram sair para brincar com os outros amiguinhos.
No meio da brincadeira, Thor saiu escondido correndo de volta para o palácio. Quando se aproximou do quarto de seus pais e abriu a porta lentamente, encontrou Odin dando um pequeno e simples selar nos lábios da esposa. Frigga, sorriu e avistou o filho mais velho, o chamando com a mão e o fazendo ir correndo até ela. Odin também sorriu e acariciou os cabelos dourados do menino.
- Mamãe, existem flores que não morrem? – Thor levantou o olhar para a bela face de sua mãe e pode ver um sorrisinho brotar em seus lábios.
- Existem, são as flores artificiais. Elas são feitas de plástico. – Thor sorriu animado.
- Tem alguma aqui? – Olhou esperançoso, desejava que houvesse pelo menos uma.
- Tem algumas meu pequeno, mas por que? – Odin apenas observava a cena curioso. Frigga sorria observando os belos olhos azuis de seu filho.
- Eu quero dar de presente pro Loki, ele disse que as flores normais morrem rápido. – A resposta foi mais que satisfatória, então Frigga levantou-se e pegou um vaso cheio de flores artificiais.
- Escolha uma e dê à ele meu filho. – Thor passou o olhar por todas as flores e avistou uma rosa branca, não hesitou em pega-la e sorrir animado.
- Obrigado mamãe! – E num pulo, correu em direção à porta mas antes de abri-la, virou-se de volta e olhando para os pais de forma curiosa, sorriu. – Mamãe? Papai? O que era aquilo que vocês estavam fazendo? Quer dizer, vocês se beijaram?
- Sim meu querido, um beijinho. – Frigga sorriu boba com a inocência do pequeno filho. – Um beijo é uma forma de mostrar o amor e carinho que sentimos por uma pessoa.
- Que legal mamãe, um dia eu vou beijar alguém.- A frase trouxe risadas aos dois presentes ali e Thor não tardou a sair do quarto dos pais, seguindo para os aposentos do irmão.
Loki não costumava brincar por muito tempo, às vezes pregava peças mas nada de muito grave. Porém, não gostava de se sujar e de ficar perto dos amigos do irmão, eles eram muitas vezes cruéis e seus níveis intelectuais estavam abaixo do nível do moreno.
Thor sabia que o irmãozinho estaria no quarto, provavelmente lendo algo. Então abriu a porta calmamente e vendo o olhar do irmão seguir de encontro ao seu, fazendo ambos sorrirem. O loiro adentrou o quarto e encostou a porta novamente, assim seguindo com a rosa escondida atrás das costas e se sentando a frente do moreninho desconfiado.
- O que tem ai? – Perguntou Loki tentando ver o que o irmão segurava escondido.
- Um presente... Irmão, você disse que as flores normais morrem rápido, então eu trouxe uma que simboliza meu amor por você. No dia que ela morrer, eu deixarei de te amar. – E vendo a expressão triste do irmão, pois agora achava que ele deixaria de ama-lo, estendeu o braço entregando a rosa branca artificial.
Loki pegou a rosa e sorriu bobo. Estava impressionado com o irmão e agora sentia-se estranho, um pequeno formigamento em seu estômago como se milhares de bichinhos andassem por ali. Não tardou para estar nos pequenos e fortes bracinhos do loiro, que o apertava com certa força enquanto sorria.
- Eu te amo. – Loki sussurrou e uma ideia surgiu na mente de Thor.
- Feche os olhos irmão. – O moreno um pouco desconfiado o fez, assim fechando os olhinhos esverdeados. – Vou te dar uma outra coisa que também representa meu amor por você. – Loki assentiu curioso e sentiu o rosto do irmão próximo ao seu, logo sentiu algo úmido tocar seus lábios num selar calmo e inocente.
O selar não demorou mais do que alguns segundos mas despertou alguns sentimentos em ambos os garotos. Loki estava corado e Thor sorria completamente bobo encarando os olhinhos verdes esmeraldas do irmão mais novo.
- O que foi isso? – O moreninho perguntou após se sentar novamente na cama e olhar fixamente para suas mãos. Sabia que era um beijo, mas não entendia o porque de Thor tê-lo beijado.
- Mamãe disse que um beijo era uma forma de mostrar seu amor por alguém. Sabe, um amor muito forte mesmo. – O de olhos azuis sorriu mais ainda e pode ver o irmão olhando para a rosa artificial.
- As rosas de plástico não morrem. Igual o nosso amor. – E eles permaneceram ali por horas, observando a rosa artificial no vaso em meio às de verdade. Loki estava certo, ela não morreria assim como o amor deles, fosse fraternal ou não. Eles nasceram para estarem juntos.
Flashback off
E com toda a lembrança que voltou à sua mente, Thor sorriu em meio às lágrimas segurando a rosa artificial. Loki estaria sempre consigo e sempre se amariam, mesmo que ele não estivesse mais vivo, o amor deles prosperaria pela eternidade.
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As flores de plástico não morrem
FanficAs flores de plástico não morrem... [...] - O que tem ai? - Perguntou Loki tentando ver o que o irmão segurava escondido. - Um presente... Irmão, você disse que as flores normais morrem rápido, então eu trouxe uma que simboliza meu amor por você. N...