Algumas pessoas não tem a chance de conhecer a pessoa dos seus sonhos, mas eu tive essa sorte.Desde que eu conheci Riko -logo quando vim pelo Japão pela primeira vez- já sabia que nós não iríamos nos desgrudar. Eramos só duas menininhas de 9 à 10 anos falando dos nossos animes favoritos que passavam na televisão no horario do almoço. Nada que faria alguem à desconfiar das nossas atitudes. Mas foi no primeiro ano do ensino medio que tudo mudou, tanto nosso relacionamento quanto as coisas que a gente conversava. Tínhamos interesse na vida sexual adulta e nunca evitamos de falar uma com a outra sobre coisas obscenas, e de cenas de filme quentes e romanticas que víamos na televisão.
Riko era sempre muito informada sobre esses tipos de assunto. Uma vez e sempre, ela vinha para minha casa falar sobre as coisas novas que ela descobriu, incluindo as coisas que ouvia seus pais fazendo no quarto de madrugada. "-Mamãe arfava e respirava ofegante, eu conseguia ouvir do meu quarto."
E eu, diferente dela, sempre fui muito quieta. Nunca tive reconhecimento sobre coisas do tipo, mas sempre sabia de tudo pela boca de Riko, na qual contava tudo que sabia para mim.
(...)
Acordei no dia seguinte com o resto de maquiagem borrada no meu olho, e com o barulho estrondoso de gatinho que meu alarme faz. Era mais um dia. Cansativo, mas não posso desistir dele ainda.
Minha vida sempre fora melancólica. Um poema ruim escrito por uma leitora de pre-adolescente na puberdade que acha que é profissional na escrita; que na verdade não passa de puro rascunho mal feito no papel.
Sempre fui muito quieta, aliás, só fui aprender o idioma japonês com meus 12 anos. Antes disso, eu me comunicava em inglês com os alunos mais exemplares, que sabiam se comunicar comigo também. Mas isso mudou com o tempo. Tive que aprender japonês o mais rapido possivel, eu acabara de conhecer Riko -que era totalmente desinformada na minha língua nativa-.
-Marina!- Disse minha mãe gritando do andar de baixo.
Limpos meus olhos na pia do banheiro e coloco meus óculos quadrados e delicados sob meu rosto, sempre um pouco inclinado até a ponta do nariz.
Desço as escadas com passos velozes e longos, tombando um pouco pros lados.
-Oi, bom dia! -Sento na cadeira e logo vem minha mãe com um prato cheio de macarrão de arroz e ovo, meu prato favorito.
-Coma e se apresse para trocar suas roupas.- Limpava suas mãos soadas no avental cujo estava vestindo.
Minha mãe é uma mulher americana bem tradicional. Cabelos negros e olhos castanhos bem claros, quase um âmbar puxado para o esverdeado. Era doce mas era bem direta quando precisava. E por isso, tenho muito orgulho de quem ela é, e ainda levo ela como uma inspiração.
O gosto de sua comida tinha um ar muito puxado pelo estilo americano, mas mesmo assim meu pai a-forçava a aprender a fazer comidas tradicionais japonesas. E isso foi um dos principais motivos dele ter se separado dela durante uns anos, e logo depois voltar ao saber que ela tinha aprendido a fazer a comida pra satisfaze-lo. Meu pai é simplesmente um babaca, nada difere ele dos outros homens japoneses que encontro por aqui.
Acabo meu café da manhã e vou me vestir. Me tranco no banheiro principal e me olho fixamente no espelho. Tiro meu pijama e vejo como os detalhes do meu corpo são tão fortes e marcantes, eu sempre gostei muito deles. Meus seios, aparentemente, estavam crescendo mais que o normal, logo minha mãe diz "está puxando meu lado da familia!" mesmo que eu tenha pegado toda a genética do meu pai pra mim.
Visto minha blusa e a saia, que é um dos principais uniformes no ensino medio aqui no Japão. E mesmo que alguns estudantes odeiam ele, eu acho ele super bonito, ainda mais com uma meia soquete e um tênis preto fosco; no qual eu sempre usei desde que cheguei aqui.
Saio da porta de casa, me despeço da minha mãe com um beijo no canto do seu rosto e saio saltitante em direção a escola, segurando e balançando minha maleta preta por ai. Mal esperava pra ver Riko e escutar mais uma de suas histórias, e pelo que eu sinto, hoje vai ser um dia que teremos muitas historias para contar.
Na esquina da minha rua tem uma bela árvore de cerejeira, logo pego meu telefone e tiro uma foto.
"A primavera finalmente chegou!" Mando para Riko sinalizando que poderíamos ficar falando besteira no caminho de volta sem chuva e ainda procurar flores de Sakura em formato de coração. Quem achasse um primeiro, iria ter sorte no amor.
pelo menos, essa era a nossa teoria.
Vejo minha escola em 3 quarteirões e já consigo ver as pessoas de bicicleta indo em direção da porta, mas como eu moro "perto", não seria tão necessário também. Ouço um barulho familiar. O grito comum de Riko, agudo e descontrolado vindo por tras de mim.
-MARINAAAA-CHAN! -Olho para trás e la estava ela, com seus braços erguidos e com o cabelo amarrado. Era fascinante ver que o cabelo dela era tão escuro e liso. E confesso as vezes ter vontade de ficar mexendo naquele cabelo até meus braços darem um pedido de socorro. Seus lábios eram aparentemente macios, seus olhos eram em formatos amendoados e sua pele era bem branca, ela era visualmente uma menina inteligente de boa condição financeira. O que não era mentira. Mas diferente do resto, Riko não era uma garota antipática. Pelo contrário, não tem orgulho de sua familia que adora esbanjar suas riquesas, que faz de tudo pra ganhar cada vez mais dinheiro só para gastar em coisas fúteis. Riko é humilde e não importava com o lugar, é sempre muito alegre e amigavel com todos.
Era uma boa menina.Dou um forte abraço na mesma. E percebo que está exalando um cheiro muito suave e agradável.
-Venha, preciso te contar umas coisas.- Ela me puxa para o canto da portaria principal e me mostra uma revista sobre relacionamento. Uma coisa que a gente procurava por muito tempo. -Vamos ler no intervalo, mas ninguém pode ver.
As revistas eram proibidas nas escolas Japonesas, e eu achava isso muito estranho. Mas independente disso, eu teria que respeitar a nova cultura na qual pertenço. Mas Riko não pensava nisso, Riko apenas queria ter conhecimento das maiores baixarias possíveis.(...)
O intervalo chegou e fomos direto para o ultimo andar. Ela me levou até um canto especifico e nós nos sentamos ali. Tínhamos cerca de um hora e meia pra analisar toda aquela revista. E não perdemos tempo.
Sentamos de costas para as grades para ter certeza de que ninguém nos veria.Abrimos as paginas e pulamos as que falavam sobre coisas desnecessárias como: a vida dos animais e receitas de comidas italianas. Queríamos ver mesmo coisas sobre sexo e relacionamentos. Nosso fogo já havia aumentado logo no título "O que fazer para excitar o seu parceiro(a)?". Na pagina havia coisas sobre sexo com a boca, como chegar na pessoa que você ta afim e muitas outras coisas que fizeram Riko arfar só de ler.
-Pena que não temos ninguém para treinar essas coisas. -Eu disse na maior inocência e com um olhar de tristeza
-A gente tem uma à outra.- Ela me olhou com uma expressão maliciosa.
-Que?! Comeu capim, Riko? Duas mulheres fazendo isso é estranho.
-Mas é so pra gente aprender! não vai ser nada de mais.- esperniou.
-Não to concordando muito com isso. Mas vou pensar.- Olho desconfiada para a posição atentadora de Riko, que estava me deixando levemente excitada só de olhar.
Pensei comigo mesma que nada disso iria acontecer. Jurei fortemente. Mas Riko é teimosa e sensual, ela nunca deixa nada passar. Mesmo se for para ter sua primeira experiência sexual com sua melhor amiga...
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Desejos
RomanceMarina e Riko eram nada mais que amigas muito íntimas, pelo menos era isso que as pessoas envolta achavam do relacionamento delas. Ninguém via maldade naquelas duas meninas -uma mestiça e uma japonesa- que faziam cócegas uma na outra em lugares inus...