Único

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NOTAS INICIAIS:

Essa fanfic foi feita pro desafio 5 for 5 do grupo Kayler Fanfics

(https://www.facebook.com/groups/841537875996273/)

Conjunto de música número 14.

Música: Faz Parte Projota Feat. Anitta

(https://www.youtube.com/watch?v=K7NmojGLvxg)

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Observou a chuva cair. Não tinha muita noção de que horas eram, mas a julgar pela escuridão morro abaixo e pela lua alta no céu presumiu já passar das duas da manhã.

Não estava cansado, pelo contrário, seu corpo tinha tanta energia que poderia correr uma maratona, ou fugir quando a polícia baixava nos frevo, contudo Bakugou preferia ficar ali, curtindo aquela estranha saudade que estava se apoderando do seu peito de pouquinho em pouquinho nos últimos dias. A quanto tempo não o via? Mais de um mês, tinha certeza, porém o tempo ao mesmo tempo que tendia a passar apressado, parecia parar e não andar mais. Às vezes Bakugou esquecia que o conheceu, outras ele esquecia como era viver sem ele e tudo ficava mais ou menos assim: sentir saudade a ponto de querer ir atrás, mas não ligar o bastante para ir.

Levou a cerveja até a boca; o líquido amarelado e amargo tocou sua língua e o loiro, bochechou tentando apreciar o máximo que conseguia da cerva e então engoliu sentindo o seu corpo quente resfriar com o gelado da bebida graças a baixa temperatura da sua latinha de Skol. Repousou sua mão direita na coxa, seu short jeans estilo militar protegendo a pele do alumínio gelado, e olhou para sua mão esquerda, onde segurava com firmeza um porta retrato grande.

Aproximou o objeto dos seus olhos – sua visão já era péssima e com a escuridão da pequena sala piorou bastante – e deu um sorriso de canto de boca, bem malicioso e com uma diversão sacana brilhando em seus olhos ao lembrar quando a foto em questão havia sido tirada. Foi um dos seus primeiros encontros; já tinham ficado e, depois de treparem como coelhos em todo canto escuro e escondido de possíveis olhares, Bakugou aprendeu algumas coisas interessantes sobre Deku; como, por exemplo, o fetiche escancarado por sexo em público. A fotografia foi tirada em uma bela festa de uma amiga que os dois tinham em comum, Mina – a mina mais famosa do morro do Vidigal. O lugar era onde ela, Katsuki e Eijirou moram e todos do grupo de amigos dos três foram nessa festa, a única onde até mesmo Shoto e Hitoshi, que nunca iam para um frevo com o grupo, apareceram.

Katsuki lembrava com perfeição daquela noite. Deku sempre bebia caipirinha para deixar a timidez de lado e, após o álcool fazer efeito no moreno, as coisas costumavam pegar fogo logo depois. Dessa vez não foi diferente; depois de alguns copos, Izuku o arrastou para a parte de trás da casa de Mina e decidiu que iriam transar ali mesmo. Katsuki não reclamou, adorava a falta de vergonha do outro quando bebia – não que Midoriya estivesse bêbado, só mais desinibido. E só de lembrar, Katsuki poderia gozar gostoso do outro homem rebolando e gemendo pedindo por mais... Aqueles eram bons tempos.

Foi logo depois o sexo que eles tiraram a foto, tanto que dava para notar pelas bochechas coradas do Deku, o sorriso malandro de Katsuki e as roupas amarrotadas de ambos. Seus amigos passaram a noite toda fazendo piadinhas e tirando sarro, como se isso pudesse incomodar os dois rapazes – minutos depois os dois já estavam trepando no banheiro.

Bakugou abaixou o porta retratos e voltou a olhar nostálgico para a janela que estava embaçada demais para permitir qualquer visão das casas morro abaixo. Não que isso importasse, Katsuki estava distraído demais para ligar.

(Des)complicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora