"Acordei olhando em volta totalmente perdida. Minha cabeça doía, minhas costelas latejavam e eu sentia algo nos meus braços e pernas. Eu estava fraca, não ia conseguir sequer erguer a mão.
Levantei a cabeça e percebi que eu estava em um quarto de hospital.
Mas isso não foi o mais surpreendente, e sim quem estava me observando.
Ele abriu um belo sorriso e foi se aproximando aos poucos.
- Que bom que acordou... Você conseguiu!"
🌻Larissa Montanari
{Meses antes}
Entrei no pátio da escola cantarolando a música que tocava no meu fone e batucando os dedos no livro em minhas mãos.
Não ia demorar muito para...
Um garoto esbarrou em mim com brutalidade, cai no chão e quase bati a cabeça. Cerrei a mandíbula e cravei as unhas nas palmas das mãos até sentir dor suficiente para me distrair.
Odeio essa escola. Odeio muito esse inferno.
Um lugar ridículo, onde você é respeitado ou nao pela marca de roupa que usa, se sua aparência é boa ou não, se seus pais tem um bom trabalho... Tudo isso conta assim que qualquer aluno coloca os pés nesse colégio. E outra, sou estrangeira.
Já é de se esperar que excluam alguém como eu. Uma garota não tão arrumada, com problemas psicológicos, traços de ansiedade e, ah, claro, não podemos esquecer: "a loucura".
Desde que entrei acham que eu sou louca por agir como bem entendo, falar o que penso e ter crises de ansiedade. Não sou rica, mas não sou pobre. Não uso roupas de marca, mas tenho meu estilo. Tudo isso é usado contra mim.
Amigos? Não. Nenhum. Eu e meus livros, meus livros e eu. Sempre foi assim, pretendo que continue.
Senti o sangue escorrer pelas palmas das mãos. Suspirei e comecei a juntar minhas coisas jogadas no chão.
- Merda - Murmuro em português.
Coloquei a mochila nas costas e me levantei. Corri até meu armário, o abri sujando um pouco o cadeado de sangue e joguei algumas coisas lá dentro. Peguei um lenço de papel e limpei as mãos, guardei no bolso de forma discreta para que as pessoas não percebessem meu ato.
Peguei o material que precisava e segui para o banheiro.
Durante o caminho recebi alguns olhares de deboche, alguns risinhos, xingamentos e até mesmo uma bolinha de papel contra o braço.
Mostrei o dedo do meio com um sorriso totalmente forçado e mandei um beijo no ar com desdém.
Entrei no banheiro, deixei o livro na bancada, tirei meus anéis de prata e lavei todo o sangue que já havia começado a sujar meu moletom amarelo.
Voltei a cantarolar a música que ouvia, sem me importar com quem estava no banheiro.
De repente, uma das garotas populares entrou correndo e meio ofegante tentou falar algo:
- No... refeitório... o... Taehyung... e o... Rafael... tão brigando... de novo... Ah, calma, eu preciso de água - Ela se sentou na bancada e lhe trouxeram uma garrafa de água.
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Lost Cases {KTH}
Fanfiction"Se vocês estão aqui, é porque são um caso perdido" Em uma escola onde os padrões de beleza e a perfeição são extremamente irrelevantes, os diretores resolvem criar uma turma para aqueles que não se encaixam. Os excluídos. Os esquisitos. Os renegado...