A última foto

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Olá olá

Essa fanfic faz parte do desafio de setembro do grupo "Congregação Deku Seme".

Meu assunto era fotografia e imagem, espero que fique bem explicado sobre o funcionamento!

A história é basicamente o Bakugou contando as histórias das fotos tiradas por uma Polaroid (foto de capa do capítulo).

Espero que gostem!

(Me enrolei demais e acabei me atrasando para fazer)

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Em meados dos anos noventa, quando eu tinha cinco anos e as pessoas usavam roupas bem mais estilosa do que as de hoje e todos escutavam praticamente o mesmo estilo de música, meu pai apareceu em casa com uma caixa um tanto grande e pesada, exalando alegria e rindo feito o idiota que era naquela tarde refrescante de primavera.

— Vocês não vão acreditar no que eu encontrei em uma venda de garagem!

Meu pai era rei de visitar sebos, vendas de garagem e ferro velhos, sempre indo atrás de bens preciosos que eram esquecidos. Sempre que ele saia mais cedo de um de seus trabalhos, era certo que ele voltaria com alguma geringonça e uns dólares a menos para casa.

— O que encontrou desta vez? — Minha mãe perguntava da cozinha.

— Uma Polaroid! Vocês acreditam? Paguei vinte dólares em um modelo antigo que ainda tem alguns refis.

— Que legal, pai! — lembro-me com nitidez até hoje da alegria do meu velho ao mostrar a velha câmera enquanto sentava ao meu lado no sofá mofado.

Era uma Polaroid do ano de 1987, modelo Sun autofocos 660, parecia mais um tijolo do que uma câmera, era realmente uma raridade, uma raridade pois anos depois, em 1997, a marca faliu e todos os amantes de fotos na hora ficaram arrasados, incluindo meu pai.

Naquela mesma tarde meu pai fez eu e minha mãe de estatuas na frente da casa para que ele pudesse tirar a foto perfeita. Vira, mexe, ajeita. Pronto, um barulho estranho — e um flash que quase me deixou cego — e logo estava ali, o quadradinho branco que devia ser agitado para revelar a nossa foto.

Meu velho estava ansioso para ver o resultado da primeira foto, mas não era como se ele não soubesse o que o que era uma foto ou uma câmera, mas sim porque aquela era a sua câmera. Todas as nossas fotos foram tiradas por parentes ou pelas câmeras que pegávamos emprestado, elas eram meio caras às vezes, por isso valia a pena esperarmos alguns anos para encontrar elas nas vendas de garagem. E bem, nós não tínhamos bem a necessidade de ter uma câmera só para nós — e muito menos paciência para esperarmos a revelação do filme.

As câmeras já estavam modernas naqueles anos, já haviam filmadoras, rádios bem modernos, programas de televisão, letreiros de neon, e por incrível que pareça, em meio ao “início” da era tecnológica, você ainda podia encontrar alguns hippies por aí. Não me julgue; os anos 90 não foram a tanto tempo quanto parece, pelo menos nas minhas memórias.

Bem, nossa casa não era algo luxuoso, era confortável e tinha o que precisávamos. Meu pai era um faz tudo e sempre estava fazendo serviços por aí, já minha mãe era escritora — nos tempos livres —, na realidade ela trabalhava em uma loja de roupas no centro da cidade.

Apesar de eu ser um moleque meio brigão, eu me contentava com pouco, e era por isso que eu me orgulhava dos meus velhos. Eles não tinham o emprego dos sonhos, mas dava para o gasto e nos vivíamos bem e felizes com o que tínhamos.

E pensar que Polaroid velha fosse representar exatamente tudo isso e só anos depois eu realmente me daria conta.

[...]

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2018 ⏰

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