Uma estranha história de amor

De volta ao inferno.

Abri os olhos e levantei rapidamente, procurei meus chinelos e não achei, corri até a porta do quarto e sai dele. Desci rápido as escadas e fui de encontro a minha mãe.

"Oque houve?", disse assustada.

"Esqueceu que hoje voltam as aulas?"

"Ah! Pensei que tivesse acontecido alguma coisa. Assim você me assusta mãe."

"Mas se não for assim, a Bela Adormecida não levanta da cama.", ela disse e riu em seguida.

Revirei os olhos e andei até a cozinha. Me sentei à mesa e servi café em minha caneca preferida, ela era marrom com bolas azuis que pareciam ser pintadas à mão. Terminei rapidamente de toma-lo e fui me arrumar para enfrentar o primeiro dia de tortura, do segundo ano do Ensino Médio. Vesti o uniforme, ajeitei o cabelo, peguei a mochila e fui para o colégio.

No caminho encontrei, infelizmente, Matias, um idiota que vive me atormentando por eu ser bolsista. Fingi que não o vi quando ele disse em tom de deboche: "Eai magrela, sentiu minha falta?". Revirei os olhos, apertei o passo, e enfim cheguei ao colégio. Entrei tão rápido, que não pude perceber o Bernardo vindo em minha direção e esbarrei ele, caindo no chão. Meu rosto corou e eu queria e vaporar naquela hora.

"Você está bem?", ele perguntou me estendendo a mão.

"Estou sim.", respondi enquanto levantava e abri um grande sorriso em seguida

"Eu me chamo Ber.."

"Bernardo." o interrompi.

"E você é a?"

"Valentina."

"Então a gente se vê por ai, Valentina."

Em seguida ele deu um breve sorriso e saiu andando. Eu continuei ali, parada, com um sorriso de orelha a orelha no rosto. O amor da minha vida, tinha acabado de falar comigo.

"Se for assim todos os dias, até que vale a pena vir para o colégio.", sussurrei e logo fui para a sala de aula, afinal, eu estava atrasada.