arrested in the name of the law

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- O número 14 tem alguma importância pra você? - perguntei enquanto bebia minha água, como se não quisesse nada.

- Ah...tem sim, na verdade muita.

- É mesmo? Pra mim também, foi o dia em que minha mãe morreu, guardo esse dia até hoje, mas é muito triste pois sempre quando esse dia chega eu fico estranho, não sei por que - menti, para tentar encorajá-lo a falar.

- Eu entendo, também fico estranho. Um dia antes eu estava andando pela rua quando encontrei um homem desconhecido, ele me disse que era para tomar cuidado com a minha namorada, que eu estava dando bandeira demais e que ela ficava por aí com vários caras. Eu não acreditei, claro, confiei nela. Mas no dia 14 eu vi isso com meus próprios olhos, eu vi ela agarrada e aos beijos com um cara muito melhor do que eu, e desde então eu senti que era insuficiente para ela, mas não contei nada a ela, fingi que não sabia e tentei ser um namorado melhor.

- Oh, entendo. Deve ter sido muito difícil para você superar isso, traição não é legal. E depois, o que aconteceu?

- Ela começou a ficar estranha comigo, parecia ter medo de algo, não falava mais direito, eu estava ficando irritado e com saudades da minha namorada, daquela menina que havia me feito sair do mundo das drogas e que sempre me apoiava. Eu fiquei irritado, mas continuei fingindo que não sabia nada para ver se ela voltava ao normal, o que não aconteceu.

- E aí, você matou ela né?

Quando eu falei isso, o mundo dele caiu, ele percebeu que havia falado demais, e logo deu um jeito de se afastar de mim.

- Você tinha ataques histéricos todo o dia 14 do mês, pois foi o dia que você descobriu a traição, você ficava irritado, se envolvia de novo com as drogas quando lembrava de tudo que estava acontecendo, e descontava tudo nela, abusava e batia nela, e depois não aguentou mais. A matou. Pensa que eu não percebi que as câmeras do dia do assassinato estão alteradas? Sinto muito por você ser assim, e te aconselho a falar menos quando um policial pergunta. Agora levante as mãos, você está preso - falei e tirei as algemas do meu bolso, prendendo-as em em seus pulsos.

Ele era burro demais para me contar a história de sua vida inteira, pra deixar na cara que ele havia assassinado a própria namorada.

E o pior é que ele não fez nada, apenas começou a chorar, o que confirmava que havia sido ele.

Esse caso estava acabado, ou melhor, quase.

the killer | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora