Em uma noite calma em uma cidade calma o policial Carmen recebeu um chamado.
-por favor polícia meu filho sumiu, ele não dá notícias e ninguém sabe dele desde quando ele foi pra escola o nome dele é Billy ele tem 14 anos tem os olhos e cabelo castanho escuros por favor me ajudem a encontrar meu filho.
A polícia então se mobiliza na busca pelo menino desaparecido enquanto o policial Carmen vai pelas ruas da cidade ele vê as luzes as poucas pessoas andando e após algum tempo perto de uma antiga fábrica abandonada um menino que bate com a descrição.
-Ei garoto você é o Billy?
-Sou...-Seus pais estão procurando você aonde você esteve garoto? Ele sai da viatura e fica de frente com o menino.
-...Eu só... Andei.
-...Garoto por que você fugiu de casa? Eles fizeram algo pra você? Te machucaram.
-Não, eles não me bateram... Eu só...
Billy se senta em um banco de pedra ao lado do local.-O que houve garoto não quer voltar pra casa prefere virar um mendigo? Você usa drogas?
-Eu só não quero ir pra casa. Eu não gosto da minha família.
-Mas por que rapaz? Sua mãe parecia muito preocupada no telefone, vai me dizer que era fingimento?
-Não, ela deve estar preocupada de verdade, mas ela não entende, eles não sabem como me apoiar eles só ficam me pressionando só querem que eu seja alguma coisa que não sou eu... Eu não aguento isso... Eles acham que o que eu gosto não dá futuro que eu devia desistir dos meus sonhos...
-...Garoto você só tá passando por uma fase difícil não precisa ser tão extremo.
-Eu não aguento mais, eles não demonstram que me apoiam ou que sentem afeto, eu não gosto de ficar naquela casa, eu não me sinto em casa, me sinto com dois estranhos e eu não gosto de sentir isso com meus próprios pais.
-... Garoto você...
-Eu não quero voltar lá pra ficar com eles, eu não quero ser criado por estranhos... Eles não sabem quem eu sou mais... Eles não falam comigo... Nem tentam entender porque eu estou triste ou porque eu tentei me matar eles acham que é só coisa da adolescência ou alguma menina, mas não é assim... Não é só coisa de criança... São eles, eles que fizeram eu morrer sem saber...
-Billy... Eu não sei o que falar...
-Nem eu... Eu não quero ser ingrato eles me deram vida e um teto, mas eu não sinto que consigo amá-los, eu não sinto nada senão tristeza ou raiva naquela casa... Raiva de mim mesmo por não amar eles e raiva deles por não tentarem mano entender e por querer que eu seja um cara que eu não sou.
Carmen abraçou Billy, ele não sabia dizer bem porque, talvez pena, talvez ele só queria confortar o garoto chorando na sua frente ou ele se identificou com Billy um menino que é triste na sua casa que deveria ser seu local de aconchego.
-Billy, você pode aguentar, você consegue amá-los, você pode viver e ser o que quer ser, mas primeiro você tem que falar com seus pais sobre isso, você falou comigo agora mesmo sem me conhecer e eu sei que não vai ser fácil, mas falando com eles é a única forma deles entenderem o que se passa na sua cabeça, eles só querem o melhor pra você só que nem eles sabem o que é melhor pra você Billy, não desista dos seus pais, não desista de viver você pode ser o que quer só precisa se manter vivo.
-Eu... Não gosto de falar com eles... Eu não gosto de viver lá... Eu não gosto daqui... Eu não gosto de sofrer... Ainda assim você acha que com essa vida eu consigo ser o que eu quero? Acha que eu posso superar tudo isso e alcançar os meus sonhos?
-Sim Billy, você pode... Ou melhor, você vai. Agora vamos voltar pra sua casa o primeiro passo pra isso é encarar o problema de frente.
-...Qual seu nome?
Carmen abriu um leve sorriso enquanto abria a porta da viatura.
-Eu sou Carmen, só um policial fazendo seu trabalho.
Carmen deixou o menino em casa que foi recebido pelos pais em pranto, após algum tempo se abraçando com a família Billy olhou para Carmen agora com um brilho no olhar e acenou a cabeça antes de entrar em casa.
Na delegacia Carmen se perguntava se o garoto conseguiria se abrir com seus pais como fez com ele e se os pais dele entenderiam tudo. Carmen também não se dava bem com os pais, mas naquela noite ele decidiu ligar para eles, e conversar um pouco, assim, quem sabe ele poderia contar que finalmente alcançou seu sonho de ser alguém que protege as pessoas de qualquer mal, até os que vem da própria casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu Não...
Short StoryCada capítulo é uma história diferente envolvendo a sentença que nomeia o livrinho, são todas histórias que vem a minha mente e decidi escrever, mas acho que talvez vc curta