Capitulo 98

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Eu: Qual seu nome? - pergunto e ela levanta a cabeca e me encara , ela observa minha farda e meu fuzil e fecha os olhos fortemente

...: Eliz - ela diz baixinho - Prenderam ele? - ela pergunta

Eu: Prazer Eliz sou a sargento Sofia - digo e ela torna a me encarar - E com toda a certeza o prendemos - a informo - Voce tem outros filhos? - pergunto e ela confirma

Eliz: Tenho mais dois - ela diz fechando os olhos e chorando muito - So queria saber o porque - ela diz chorando - Porque deus tirou meu filhinho , porque ele atirou no meu filho
   
Eu: Ninguem explica os planos de deus - eu falo e encaro a rua - Nao faco ideia do tamanho da sua dor senhora , mais nesse momento voce tem que ser mais forte que tudo - eu digo e sinto que seus olhos estao em mim - Seus filhos vao precisar de voce agora
   
Eliz: Eu poderia ter evitado se eu negasse o pedido dele que quere bala - ela diz
   
Eu: Nao pensa assim , esse tipo de pensamento vai te destruir - eu falo lembrando de mim mesma - Quando perdi meu irmao , Nao perdi so meu irmao perdi um verdadeiro pai , Foi a pior epoca da minha vida , vi a minha mae se destruir e entrar numa depressao profunda onde ela sempre tentava se matar , tive que esconder minha dor e finjir que tava tudo bem so para ela nao se sentir mais para baixo ainda , eu finjia ser forte mais eu era tudo menos forte naquela epoca - digo e a olho e a vejo me encarando - Minha mae tambem se culpou pelo que aconteceu com meu irmao isso acabou com ela , ela nao conseguia sorrir , nao conseguia comer ela se acabou completamente e isso acabou comigo , e foi assim por dois longos anos - digo com a voz embargada
   
Eliz: Como ela superou essa dor? - ela pergunta ja mais calma sem chorar mais com a voz embargada
   
Eu: Ela nunca superou isso - falo a encarando - Ninguem supera a morte , se ha superacao nao ha amor - ela continua a me encarar querendo palavras que a conforte mais eu sei que nada do que eu disser vai conforta-la - Ela so saiu da depressao quando eu nao aguentei mais a dor que sentia pela perda do meu irmao e por ver mamae naquele estado , eu realmente desabei e quis morrer tentei me matar , comecei a beber para tentar esquecer a dor , me droguei muito nas noites - digo lembrando daquele tempo
   
Eliz: Voce - ela comeca a falar de forma chocada mais logo para de dizer
   
Eu: Sim eu fiz coisas horriveis - falo confirmando seus proveveis  pensamentos  - Desde pequena sonhava em ser militar mais por causa de uma trajedia tava decidida a esquecer tudo so para acabar com minha vida - falo e sorrio tristemente ao lembra daqueles dias - Por isso te peco senhora sei que e dificil para voce saber que seu filhinho nao vai voltar mais deve ser uma dor insuportavel da qual eu tenho uma nocao , mais voce tem 2 pessoas que dependem de voce , sofram juntos e curem suas dores juntos , ninguem vai chora suas lagrimas nem sofrer suas dores , mais desabar nao vai te ajudar nada - Digo tristemente - E seu filho com toda a certeza nao iria querer esse final para voce - me levanto e me despeco dela voltando para o carro , onde os meninos ja me esperam

Dirijimos ate o batalhao para encerrar nossos turnos , vou direto para o vestuario e ranco a farda ponhando minha roupa novamente , me encosto na parede e lagrimas descem do meu rosto sento no chao do vestuario e comeco a realmente chorar

Lembro da imagem da mulher segurando seu filho nos bracos o abracando com muito cuidado , e gritando , e pedindo , e implorando ajuda gritando para ele acordar , pedindo para salvarem seu filho , e implorando a deus para nao tirar ele dela , choro tentando tirar toda escuridao que se apossou de mim , essa foi a terceira vez que eu realmente quis matar alguem 

Penso no meu pituchinho sempre que saimos juntos e toda vez que passamos em frente de mercados ele sempre me pede chocolates , e se fosse com ele? E se tivessemos passado na frente daquele mercado? , me desespero com essa hipotese isso nunca pode acontecer , ele foi alguem que me trouxe luz e me fez perceber o verdadeiro significado da palavra superacao me fez seguir em frente quando oque eu mais queria era morrer , posso imaginar um pouco oque aquela mulher ta sentindo , mesmo na sendo a mae do pituchinho meu amor por ele e como se fosse

DESTINO IMPLACAVEL IOnde histórias criam vida. Descubra agora