Jeju-do, Tóquio, China, Londres e Nova Iorque.

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Nós nos conhecemos em Jeju-do, a sua cidade natal, as ruas cheias de luzes brilhantes mesmo que a ilha fosse pequena e com poucos habitantes além de pescadores simpáticos, nada importava além de nós dois e os bichinhos que ficavam perto do rio tentando se aquecer de alguma meneira, mesmo que fosse bobagem ficar ali perto; nós tomamos sorvete mesmo que a temperatura fosse extremamente baixa, nós nos sentamos em uma das mesas do lado de fora porque você queria ver a neve cair e foi ali, pela primeira vez em meses, que o meu coração se aqueceu mesmo sendo um dos dias mais frios do ano, foi por você, Wonpil.

Depois daquele dia, todos os sábados eu viajava até Jeju, com uma mala pequena mas que era o suficiente para passar dois dias com você, tomando sorvetes e correndo por ai atrás de algum pequeno animal que você adorava tirar fotos para deixar seu quarto lotado de fotos tiradas quase todos dias, logo eu estava me mudando para a sua vizinhança quando acabei os estudos e atingi a maioridade porque precisava ficar em torno de você.

Quando nós completamos vinte — e você vinte e um — nós estávamos embarcando para Tóquio, com alguns ienes e roupas compradas entorno dos anos, nada além de nossas mãos juntas secretamente, eu odiei ficar longe de você durante toda a viagem, meus dedos formigando para apertar seu rosto, quando nós pousamos, eu tinha certeza que quando passamos em frente ao porteiro do hotel que tínhamos alugado estava rindo descaradamente de nós que na noite anterior nos beijamos loucamente no corredor, ganhando xingamentos sujos de homens e idosas que foram incomodados quando sem querer minhas costas e as suas batiam em suas portas.

Nós eramos felizes mesmo com olhares preconceituosas acima da gente, mesmo quando você apareceu com um olho roxo porque um senhor de idade ousou dizer meu nome de forma ruim, nós rimos sem parar enquanto comiamos um porte enorme de sorvete de chocolate mesmo que você não gostasse desse sabor em especial e você segurava gelo em seu olho machucado.

Compartilhamos fones enquanto viajamos para Nagano, ouvindo uma playlist feita por você quando eramos só dois adolescentes que fugiam dos pais para se beijar em baixo de cerejeiras.

A primeira vez que você disse que me amava, nós estávamos China, em Xangai: nós nos sentamos em um Starbucks porque você queria gastar alguns dos nossos trocados naquele lugar mesmo afirmando após o primeiro gole que meu café definitivamente melhor, mesmo que fosse uma mentira para me agradar.

Depois daquele dia, nós fizemos amor pela primeira vez.

Nós fomos para Londres só porque você precisava de um novo teclado e também porque insistia em ver Younghyun que havia se mudado pra lá anos antes de atingir a maioridade, atrás de um novo jeito de se sentir feliz consigo mesmo, nós passamos dois meses lá porque você insistiu em arrumar um trabalho enquanto eu ganhava pouco trocado tocando bateria nas ruas mais movimentadas do lugar.

Meses mais tardes, nós pulamos de Londres de volta para Coréia, mais especificamente Busan quando Sungjin adoeceu e só melhorou quase um ano mais tarde, sendo cuidado por Jaehyung, que abandonou a Argentina após a notícia repentina, os dois ficaram unidos como cola depois do ocorrido e o que não faltava eram fotos suas no grupo dos garotos, todos os dias, pelo menos cinco fotos por dia, logo após isso Junhyeok saiu do grupo por estar cansado demais da melação dos dois, mesmo como uma brincadeira, eu me ofendi e depois disso nossa amizade nunca mais se tornou a mesma e, logo após, o garoto nunca mais voltou para o grupo, mesmo saindo juntos com as poucas vezes que apareciamos em Seul.

Depois de quase três anos de viagem, indo em vindo entre os países já visitados, paramos em Nova Iorque, com uma casa pequena no final da rua em um bairro qualquer, nós já estávamos beirando os trinta, você arrumou um emprego que pagava muito bem e mesmo contra gosto, eu cuidava de Jihoon, a criança pequena adotada por nós dois quando era apenas uma criança de colo, eu virei um pai de família.

E era exatamente por isso que eu estava contado essa história sentado no tapete fofinho em forma de urso de seu único filho enquanto Wonpil fazia sua comida favorito na cozinha.

Nós fomos de Tóquio para Nova Iorque, carregando apenas um amor de adolescente.

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𝑛𝑒𝑤 𝑦𝑜𝑟𝑘 𝑐𝑖𝑡𝑦Onde histórias criam vida. Descubra agora