Hey Jude

{Capítulo 2}

_É completamente inaceitável ela acreditar que o Matt vai aceitar ela só porque ela quer, ele é claramente meu_

Jude berrava com Megan enquanto andava pelos corredores vazios da escola.

_Você sabe que esse seu "amor" pelo Matt é só pelo fato dele ser jogador de futebol certo?, ele nunca deu bola para você_ (sentiram o trocadilho?)

_Eu não sinto nenhum "amor" pelo Matt, ele apenas é meu melhor amigo, e ela uma vaca de quinta_

Ela disse e depois se virou para ir embora.

     Depois de mais uma ou duas aulas pensando em assuntos aleatórios e um tanto quanto estranhos, o quinto sinal bateu, e com isso Jude passou em seu armário apenas para pegar seu livro de química, mas na hora que o abriu, um bilhete com uma caligrafia que ela conhecia bem caiu em sua mão.

  _Talvez aquilo tenha sido por ter dito para ele não sair com a Britney, mas quem liga?, aquela patricinha não merece ele_

Jude pensou isso enquanto se direcionava a aula de física, com um pressentimento de que havia esquecido algo no caminho.

_Como assim você não vai me deixar entrar?, eu só esqueci o livro_

O professor a direcionou um olhar um tanto quanto ameaçador o qual ela ignorou e bufou em desagrado, indo embora dali e se dirigindo ao vestiário para se encontrar com Matt.

_Jujuba, o que você está fazendo aqui tão cedo?_

Matthew perguntou de forma divertida, apoiando a mão em seu ombro.

_Pode ser que eu tenha esquecido o livro, mas o que exatamente você está fazendo aqui?_

_Não sei se você sabe, mas fui eu que pedi para a gente se encontrar_

Ele disse com um pequeno sorriso, enquanto via Jude ficar surpresa.

_Ouch, não foi isso que quis dizer, você não tem treino agora?_

_Você é mais importante que um treino jujuba, e além disso, aquele idiota foi convocado para o time, então..._

Jude então percebeu de quem ele estava falando e logo em seguida fez uma careta.

_Daniel?, ele é um idiota mesmo, mas isso não importa muito certo?_

_É, sim mas, não foi para isso que eu vim aqui_

O garoto disse, enquanto encostava seus dedos delicadamente no cabelo dela.

Ele se aproximou, e seu coração disparou, ela esperou por tanto tempo para isso, a sua paixão platônica durante todos esses tortuosos anos.

_Eu estou saindo com a Britney_

E então seu mundo caiu.

    _Ai meu deus, eu preciso desses sapatos_

  _Tudo para você, gatinha_

Jude revirou os olhos diante daquela cena, ela definitivamente não deveria ter aceitado ir ao shopping com aquele "casal", se é que podemos chamar eles assim levando em consideração que para estar com ele, ela só poderia ter feito uma macumba bem pesada.
    Enquanto Britney ia comprando cada par de sapato presente naquela loja Jude foi dar uma volta, olhou praticamente todas as vitrines sem realmente se interessar por algo, e de repente, uma pessoa passou em seu campo de visão correndo, como se estivesse com muita pressa, ela nem teve tempo de se mover antes de ser derrubada pelo mesmo, fazendo com que seu celular caísse.

  _Meu deus, desculpa, eu pago outr-
Jude o olhou fixamente durante um tempo, até perceber de quem se tratava essa pessoa e proferir seu nome com dúvida.

_Daniel?

_ Ah, é você, não acho que a barbiezinha se importe com uma tela de telefone trincado, você tem dinheiro para comprar quantos telefones quiser_

Jude olhou para o lado onde havia um garoto sentado, ignorando a alfinetada cruel.

_O que você está fazendo aqui?

Ele á direcionou a pergunta percebendo que a mesma não se encontrava em seu humor habitual.

_ Ah, eu vim andar um pouco com o Matt e a nova namorada dele_

Houve um curto período de silêncio até que Daniel o quebrou com uma gargalhada espalhafatosa, fazendo as pessoas do shopping o observarem espantadas.

_Do que exatamente você está rindo?_

_Você gosta dele._

Ele disse de forma confidencial, como se aquele fosse o mais profundo, mais sombrio dos segredos.

_Não, eu não gosto.

_Não foi uma pergunta, você gosta dele.

Ela apenas revirou os olhos, desistindo de continuar com a mentira, confiando nele, algo que, um milissegundo depois já se arrependeu amargamente, e então falou.

_Sim, mas e daí?

      O ambiente ficou silencioso por algum tempo, tudo o que era ouvido era a respiração de cada um, até que o rosto de Daniel se contorceu em um sorriso estranho, como se estivesse pensando no pior e mais elaborado dos planos malignos.

_Eu acho que nós dois podemos fazer um acordo.

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