01 | euphoric

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Eu estava eufórico.

Hoje de manhã eu havia recebido uma carta da diretoria da escola, comunicando que eu era o mais novo cheerleader da equipe!

Pulei sobre minha cama, jogando a carta para o alto. Sentia meu coração a mil. Um misto de sensações boas se acumularam em meu peito. Ouvi minha caixinha de som reproduzir Euphoria, uma música extremamente boa - de algum dos milhares cantores coreanos que havia em minha playlist de música - me fazendo pular mais ainda. Me joguei na cama ficando com a cabeça para fora dela, vendo tudo ao contrário, sentindo tudo rodando a minha volta.

 Park Jimin! - Vi minha mãe abrir a porta, vermelha de raiva pelo provável barulho que eu, minha cama e minha caixinha de som fazíamos. - Você tem quantos anos? - Indagou. Por incrível que possa parecer, eu não estava com medo - Cinco? Não! Você tem dezessete anos e está pulando na cama igual a uma criança.

Ainda tonto, ignorei tudo que minha mãe havia dito a mim. Pulei da cama e a abracei forte.

— Mãe, eu sou o novo cheerleader da minha sala! — Sorri tanto, que não conseguia enxergar nada.

— Jimin, seu pai não vai gostar nada quando ficar sabendo disso. — Muchei, sentindo minha mãe me afastar de si. — Garotos como cheerleader? —Senti Yujin da ênfase em Garotos.

— Qual é o problema? - Desliguei a caixinha de som, bufando de raiva. Peguei meu celular, minhas chaves e minha mochila da escola. — Por que tanto preconceito, mãe? Só porque são garotos? — Aumentei consideravelmente a voz.

— Não aumente a voz para mim! - A mulher de estatura baixa, parou em minha frente corada de raiva. — Nós já te aceitamos bissexual, Jimin. Você imagina o sacrifício que foi para seu pai te aceitar bissexual?

—Está brincando, não é? - Abaixei a cabeça, rindo sarcasticamente - Eu deveria agradecer a vocês por me aceitarem do jeito que eu sou? - Desbloqueei meu celular, mandando mensagem para Taehyung, perguntando se poderia dormir em sua casa. — Obrigado pai e mãe! Muito obrigado!

Antes de ouvir qualquer coisa vinda de Yujin, sai do quarto, descendo as escadas rapidamente.

— Você vai dormir aonde, Jimin? — Me virei para trás, vendo a mulher de fios escuros no início da escada.

— Casa do Taehyung. Avise para meu pai. — Fechei a porta do casa, saindo pelo portãozinho do jardim.

Respirei fundo. Paz. Eu me sentia em paz quando estava fora de casa, porque eu só era feliz em minha casa quando meus pais não estavam.

Selecionei qualquer música de minha playlist, sentindo a vibe boa de singularidade¹ que a música transmitia. Enquanto andava, notei que algumas folhas caiam dos galhos das árvores, sentindo uma cair em minhas medeixas douradas. A tirei, jogando-a no ar vendo a mesma flutuar por alguns instantes, logo depois, caindo no chão. Virei a esquina, vendo a casa de Taehyung a alguns metros.

Vi uma cabeleira acinzentada parada em frente a casa do senhor e da senhora Kim. Era Taehyung.

— Tae - Subi alguns degraus, abraçando a cintura do meu melhor amigo, sentindo-me tão aconchegado.

— Nos vimos faz menos de uma hora? — Indagou a si mesmo. — E eu já estava morrendo de saudade de você.

Meu coração se aqueceu após ouvir a declaração feita pelo mais alto, o que resultou em minhas bochechas rubras.

— Eu também...

Taehyung fez um leve carinho em minhas medeixas, até me puxar para dentro de sua casa.

— Sua mãe e seu pai estão em casa? — Coloquei minha mochila no sofá e segui para a cozinha, onde se encontrava Taehyung.

— Não... — Tae, tomou um gole d'água, respirando fundo em seguida. - Estão viajando a trabalho.

— Entendo...

Os pais de Taehyung, ambos advogados, passavam a maior parte do tempo viajando para atender seus clientes que moravam fora da cidade ou do país.

— Qual lição você quer fazer primeiro? — Meu melhor amigo se aproximou de minha bolsa e a abriu, tirando meus cadernos e livros de dentro.

— Vamos fazer a de matemática? — Sugeri — Eu achei fácil os exercícios que a Taeyeon passou.

— Vamos, eu também achei! — Deu um tapinha em minha mão. — O que acha de assistirmos um filme depois de fazermos as lições?

— Pode ser, Tae.

— Ok, pegue suas coisas e suba para meu quarto. — Pediu, subindo os degraus da escada principal.

É... Pelo jeito o dia seria longo.

//

singularidade: pouco frequente, fora do comum ou extraordinário. A singularidade, por conseguinte, é a qualidade que distingue algo de outras coisas do mesmo gênero. ou seja, é a qualidade do que é único.

eae kkk eu espero mesmo que vocês tenham gostado, bebês.

se cuidem! :)

cr: ©busansaus

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