• TRAGEDY

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A semana havia sido cheia de shows, eu realmente estava precisando de umas férias. Graças ao bom Deus, o Finn conseguiu convencer meus agentes a me dar uma semana inteirinha de folga. Meu irmão é maravilhoso.

- FIIIIIINN - berrei pulando em suas costas.- como vc conseguiu isso? Meu Deus, para onde nós vamos?

- Calma bili-bi - Abri um sorriso largo quando ouvi ele me chamar por aquele apelido.- vamos para Portland, ficaremos no Kimpton Hotel.

- Beleza - sai de suas costas pulando na cama logo em seguida.- quando vamos?

- Vamos sair daqui hoje à tarde. Nada de avião.

- Como? Eu pretendo aproveitar essa folga ao máximo! Se nós irmos de carro vamos chegar lá só ano que vem. - Falei indignada. viajar de carro não é minha praia.

- Que exagerada - falou se deitando ao meu lado.- não vai demorar mais que dois dias, prometo.

- Aaaah , Finn. Você venceu, mas nós vamos voltar de avião e acabou. -apontei meu indicador em sua direção.- não tenho culpa se você tem medo de avião.

- Eeei, eu não tenho medo - disse me acertando com uma almofada.- eu só não confio numa coisa daquele tamanho voando tão alto.

- Você tem medo sim - revidei a almofadada rindo da careta que ele fez em seguida. - nós temos que arrumar as malas logo se queremos sair ainda hoje.

- Taaá sua chata, eu sou o mais velho, eu que sei a hora de fazer as coisas -falou fazendo uma expressão que os vovôs fazem.- e digo que agora é a hora de arrumar as malas. Rimos.

- Beleza.

Depois que terminamos de arrumar as malas, fomos para o mercado mais próximo para comprar algumas coisas para viagem. E com "algumas coisas" eu quis dizer muita, mais muita besteira.
Eu fui diretamente na ala de doces do mercado, enchi a cesta com os meus favoritos, no caso, todos.
Enquanto eu percorria os corredores em busca de Ruffles algumas garotas que passavam pelo local me pararam.

- Billie?? MEU DEUS JENNIE, É A BILLIE! - ela pulava e dava gritinhos apontando para mim - e-eu posso tirar uma foto com você? Eu sou muito sua fã. Meu Deus vc 'tá aqui, na minha frente! se eu morresse hoje com toda certeza morreria feliz. - eu a abracei.

- Ei, não chore. Eu vou tirar uma foto com você, okay? - olhei para seu rosto - se vc quiser posso tirar várias.

E tirei, não só com ela mas com a amiga dela também. Foram muitas fotos e abraços, minhas fãs são as melhores, sério. Elas são sempre tão carinhosas e atenciosas que eu tento fazer o possível para velas felizes.
Quando o pequeno reboliço acabou eu encontrei o Finn no caixa. Ele, como sempre, estava com as comida saudáveis e eu, bom, eu tinha doces e salgadinhos. O que tem melhor que isso?

A moça do caixa também me reconheceu e queria que eu levasse tudo de graça, eu conversei com ele e disse que não era preciso e que eu pagaria. Não queria que ela achasse que rejeitei sua pequena demonstração de carinho, então tirei algumas fotos e a abracei várias vezes.
Voltamos para o hotel por volta das três da tarde, algumas pessoas nos pararam para tirar fotos comigo. Eu realmente não me importo com essas coisas, isso vem com a fama e eu me divirto com isso.

Colocamos todas as nossas comidas em uma mala separada e fomos nos preparar para a longa viagem.
Arrumamos tudo e guardamos as malas no porta malas do carro. Estávamos prontos para partir.

- Ok, tem certeza que não esqueceu nada? - Finn me perguntou, parado em frente ao carro - você se lembra da última vez né?

- Sim, tá tudo aí. Cara, da última vez quem esqueceu quase tudo foi você.- entrei no carro me sentando no banco  do passageiro. - sua sorte foi que o primo mandou as coisas pelo correio, se não... - deixei a frase no ar.

- Eu não tive culpa.

- Nem você acredita nisso.- rimos.
                              
                              [...]

Já era sete da manhã do dia seguinte quando saímos do motel de estrada onde dormimos. Eu disse para o meu irmão que não precisava seguirmos viagem tão cedo, mas ele estava irredutível e não me ouviu. Como sempre.

- Acorda bili-bi, você vai perder a magia das viagens de carro.- fez um arco imaginário com uma das mãos para enfatizar sua frase.

- Eu não chamo ver árvores passando rápido e mosquitos me enchendo o saco de magia, chamo de chatice mesmo.

- Chata é você. Eu adoro sentir o cheiro das árvores e vento entrando pela janela.

- Legal, né? Você gosta, eu não. Seria muito mais rápido se fôssemos de avião.- me ajeitei no banco traseiro tentando alcançar o pacote de biscoitos embaixo do mesmo.

- Não seria tão legal quanto andar de carro, não mesmo. - falou voltando sua atenção para os botões do rádio - por que essa porcaria não funciona?

- FINN, PARE AGORA - berrei quando vi um cervo passar na frente do carro.

Não senti o carro parar. Mas Finn deve ter pisado no freio, porque o carro - um tahoe chevrolet 2016 - girou, descrevendo um circulo completo antes de parar batendo em uma árvore na beira da estrada. Com o tranco, meu ombro se chocou com o metal da porta e ela se abriu me lançando longe.
Frio, dor, duro. Frio, dor duro. Meu cérebro não conseguia ir além dessas três palavras. Eu as via marchando diante dos meus olhos.

- BILLIE! - Finn gritou, sua voz soou distante.

Tinha certeza que meu olhos estavam abertos, mas não conseguia identificar objeto algum. Uma estranha sensação envolveu meu coração, uma inquietação intensa. Consegui identificar o brilho dourado da iluminação da rua sobre mim, senti o cheiro de fumaça que se desprendia do carro, ainda com o motor ligado. Mas tudo isso compunha um senário de fundo. Um senário nebuloso.
E depois desse único e breve aviso, eu perdi a totalmente a consciência.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2018 ⏰

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