Hide & Seek

Controle

12/04/1918

Isso me intriga desde quando era uma pequena criança, e talvez não só a mim. O que é estar no controle, afinal? É conseguir revidar os socos de seus irmãos mais velhos? É ter um cargo de alto prestigio com subordinados que fazem tudo por si? É ser o patriarca de uma família e ser a única voz ativa na casa? Eu não sei ao certo e acho que isso é o que mais me motiva a continuar com meus experimentos. Ás vezes parece que estou atrás de algo fantasioso, eu sei disso, porém, eu também sei que há algo dentro do cérebro dessas pessoas, algo como um pequeno fruto, fruto que contém a chave para aquilo que eu venho buscando a minha vida toda. Eu realmente não me importo com questões humanitárias ou morais, afinal, o que são alguns abates comparados aos resultados que esse experimento irá me proporcionar?

Minha existência será eternizada pelos meus estudos, pela minha genialidade. O mundo se curvará diante de mim quando tudo estiver acabado, todos saberão o meu nome, o meu legado.

Eu finalmente terei o controle.

Byun Wooyoung.

- O que aconteceu? Isso é sangue?! – Foquei minha lanterna no rosto do Byun, que parecia um tanto desnorteado. Ele abriu e fechou a boca algumas vezes, enquanto seu corpo inteiro começou a tremer e suar. Rapidamente, Minseok e Jongin saíram de cima de Chanyeol, que também se levantou, deixando o sofá livre para que o garoto pudesse sentar.

- Baek por Deus, o que houve? Ei. – Jongdae mexeu a mão em frente ao rosto do rosado, vendo o mesmo continuar abrindo e fechando a boca, como se quisesse dizer alguma coisa, mas não sabia como. Notei que o olhar que Baekhyun possuía era distante, até mesmo catatônico, como se ele tivesse presenciado algo realmente horrível bem diante de seus olhos. – Fala alguma coisa caceta!

- Onde tá o China? – Chanyeol murmurou olhando para os lados, parando seu olhar em mim por alguns segundos, logo desviando os mesmos para a porta da cozinha.

- Ele o pegou... – Baekhyun falou com um fio de voz, desabando em lágrimas. Olhei confuso para Kyungsoo, que assim como eu e o restante do grupo, parecia perdido.

- Como assim o pegou? Quem o pegou Baek? – Junmyeon sentou-se ao lado do Byun, segurando seus ombros com um dos braços em um abraço de lado, talvez na tentativa de passar alguma segurança para o rapaz, recebendo um olhar atordoado como resposta.

- O meu bisavô... – Um grande estrondo ecoou pelos céus, seguido da sala toda se clareando graças à luz do raio vinda das janelas, fazendo-me tomar um susto. Involuntariamente, olhei para o topo da escada, recordando do quadro e da conversa que tive com "Baekhyun" minutos atrás, sentindo meus pelos se enriçarem.

- Pera, o morto? Como assim cara? – Jongin perguntou sentando-se ao lado do Byun, que agora era abraçado fortemente por Junmyeon.

- Ele o pegou, ele o pegou... – O garoto repetia essas palavras como se fosse um mantra, enquanto seus olhos estavam fixos no jogo no chão.

- Mas o velho não tá morto cacete?! – Baekhyun focou seus olhos assustados em Kyungsoo, que engoliu em seco na mesma hora.

- Não, não fale assim dele! Eu falei aquilo no jogo e ele se irritou e machucou o Xing! Eu tentei o ajudar, mas já era tarde demais... Era tanto sangue... – Novamente Baekhyun se pôs a chorar, fazendo todos ficarem em completo silêncio.