Submergir • Park Jimin

O céu e o mar

n/a: lá vem a louca com OS na cartola, pedindo pra vocês colocarem a música da mídia rs

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Para ele que é feito de mar.

Essa música tem cheiro de mar, ela me lembra você. Eu estou no sofá da minha sala sozinha, mas de olhos abertos consigo ver os seus cabelos dançando ao som do vento, seu sorriso competindo com os raios solares, me obrigando a usar os meus óculos escuros. Eu consigo sentir o aperto da sua mão na minha, me puxando para correr do tempo, afundando os pés na areia com dificuldade, consigo sentir a brisa fazendo um carinho bom em meu rosto, consigo até sentir o calor do sol sobre os ombros.

Aquele tempo parado para contemplar o imenso azul, 50/50, metade céu, metade mar. Uma tela viva diante dos olhos, às vezes modificada pelas ondas, pelo avanço da correnteza que desmanchava as nossas pegadas, molhava os nossos pés e levava embora nossas coisas, nos obrigando a levantar correndo, fazendo com que nos lembrássemos que fazíamos parte do mundo, sujeitos ao Cronos, ao fim.

Mas aquelas eram memórias em telas do fim de semana eterno. Do tempo em pausa para que você cochilasse ao meu lado na areia – óculos cobrindo os olhos, chapéu sobre a cabeça, deitado de lado, corpo em parte coberto pelo tecido fino da canga colorida, que deixava que eu visse um pedaço do seu ombro avermelhado e aquelas pintinhas –, enquanto eu fingia ler um livro qualquer para que, na verdade, pudesse me aproveitar do tempo em pausa para te assistir.

Aqueles olhinhos apertados e enrugados, a careta que você fazia quando eu passava protetor em seu rosto, aquele momento em que eu poderia redesenhar com os dedos a curvinha do seu nariz, acariciar as suas bochechas. Tudo em prol da proteção solar fator 30, claro. A resposta do seu sorriso, sincero para qualquer coisa, mesmo que fosse só reflexo ao toque gelado das minhas mão meladas de protetor, mesmo que fosse depois do "bom dia", antes do "boa noite", durante o "eu te amo". Mais uma tela para o seu sorriso, ele merece ser eternizado.

Quando largávamos nossas coisas na areia e você fazia questão de ir correndo e se jogar entre as ondas. Já eu te acompanhava, bem mais devagar e bem mais atrás, sorrindo feito uma idiota do seu comportamento infantil, me movimentando em passos lentos até que meus pés encontrassem a água gelada. Eu recuava algumas vezes, ouvindo você gritar o meu nome, antes de finalmente tomar coragem para entrar, caso você estivesse com paciência para isso e não fosse me raptar, me colocando sem autorização no seu colo. Eu iria reclamar, tentar me soltar e, ao mesmo tempo, rir descontroladamente (que eram as reações conflituosas que eu sentia em relação a você) até, finalmente, submergir.

A sensação indescritível de ser aquele todo, de estar na superfície azul do mundo, de ser uma com você. Estar no mar com você. O encontro dos corpos gelados, abraços de água, beijos de sal. Ali, submersa no seu mar, eu cheguei a desejar mesmo que fosse eterno.

Você amava o mar e era como se, de alguma maneira, você pertencesse a ele, fosse ele.

Aquele momento que você se sente só no mundo, no meio da imensidão turquesa, o instante em que você volta à superfície depois de um mergulho longo. O sentir-se só, só até mãos atravessarem sua cintura e te avisarem que você não está só. Foi quando, em silêncio, eu pedi para fazer parte do seu mar pra sempre.

Eu te amava como você amava o mar.

Do dia que nos conhecemos até aquele final de semana levaram 10 anos, mas bastou um mergulho para que eu entendesse que nós éramos como céu e mar, uma fusão mágica que só poderia se concretizar no infinito. Aquela junção que é, na verdade, só uma miragem unida pela linha do horizonte: lugar mágico onde o céu encontra o mar e a miragem é mais que visível aos olhos.

Poderíamos existir juntos, mas nunca estar juntos.

Só naquele fim de semana: a nossa linha do horizonte.

Parece trágico, mas somando tudo... O carinho da brisa do mar, das suas mãos nas minhas, do toque úmido e quente dos seus lábios em meu pescoço. A música da sua voz rouca depois de acordar, da sua cantoria no chuveiro, do som do meu nome. A imagem do seu sorriso solar, dos seus lábios, da sua silhueta disputando atenção com o pôr-do-sol, do brilho dos seus olhos quando você olhava para mim... temos uma tela linda.

Temos a eternidade, a mesma distância daqui até a linha do horizonte.

Quando eu escuto essa música eu sinto cheiro de mar, gosto de sal, saudade. Ela me dá vontade de chorar, como se nessa melodia estivessem guardados todos os nossos sentimentos. Mas eu também consigo sorrir, nela também estão as nossas memórias e a vista é bem bonita daqui. Do meu sofá eu posso estar dentro dessa tela, visitar todas essas memórias, enquanto sigo só esperando um novo encontro entre o céu e o mar para submergir em você.

Fim

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Hello! Isso que vocês acabaram de ler foi inspirado em 3 coisas: na música que eu coloquei na mídia. Toda vez que eu escuto, sinto como se estivesse indo de carro pra praia, não sei... tem uma memória afetiva muito boa e, um dia desses, o Jimin passou a fazer parte desse sentimento e quis colocar ele com a música, mar e essas paradas non-sense que vocês leram haha . Eu tinha um trechinho escrito e, depois que eu li a OS maravilhosa "To the surface" que a Kesey_ecc publicou na página do BTS_colabs (LEIAM PELO AMOR DE PARK JIMIN) eu tive muita vontade de terminar, por isso já aproveito para agradecer a ela por ser sempre uma inspiração pra mim. E por último, mas não menos importante, Park Jimin. Em toda aquela sinceridade e a aura maravilhosa que ele tem. Ele me passa um sentimento bom que me lembra estar no mar e eu amo muito o mar.

Ahh vou contar uma coisinha... O Jimin foi o meu primeiro bias no BTS (antes deu começar a fazer o rodízio semanal de bias, que segue até os dias atuais hahahha).

Deixo isso de presente pra ele (perdão pelo pequeno atraso, bem a minha cara) e divido com vocês, espero que não seja um presente tão lixo e que vocês tenham gostado.

Desejo tempos melhores pra todos nós. Deixo também esse sorriso que salva vidas.

Beijos da Maria ❤️