Capítulo Três

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Os dias passavam, e a nave continuava lá. Pela televisão, Samantha acompanhava o movimento no mundo por causa da tal espaçonave. O governo dos Estados Unidos queria intervir, mas a ONU não permitia, assim como a NASA.

Os testes continuavam, tanto nela quanto nos dois espécimes mortos, mas depois de alguns dias eles pararam de reagir e, por fim, ficaram apenas para observação.

Então, se concentraram apenas nela. No começo, os testes eram simples, basicamente fazer ventar. Ela descobriu ser capaz de criar um ciclone, que quase destruiu a base antes dela desfazê-lo.

Não tinha mais visto Eduardo, ele não a procurou mais desde que chegaram à base no dia do ataque. O irmão dele, o capitão, era quem sempre via. A acompanhava quase todos os testes e exames, quando o pai não estava.

Depois os exames começaram a ficar mais cansativos, tanto que ela dormia pesado durante a noite. Menos, é claro, nas noites em que colocavam fios na jovem.

No final da semana chegaram à conclusão de que ela era, pelo menos fisicamente, um ser humano comum. Exceto o fato, é claro, de conseguir controlar o ar. Mas, os americanos não se davam por satisfeitos, queriam entender como aquilo funcionava; e os testes começaram a ficar mais perigosos.

Coloram-na num duto de ar com um ventilador gigante de frente, onde queriam que ela controlasse o vento. A jovem foi erguida no ar por causa da força do vento e sentia dificuldade para respirar. Bateu com força contra o vidro e contundiu o braço.

O pai quis proibir os testes, mas disseram que ela não era filha dele e nem propriedade dele, e mesmo que fosse, ele não poderia fazer nada.

— Se prepare – o pai entrou no quarto dela. — Vou te tirar daqui e vou te levar para um lugar seguro.

— Por que, pai? Foi só um acidente.

— De muitos que poderão surgir. Não querem mais deixar que eu ou o capitão Cardoso acompanhe os testes. E querem tirar você de mim. Levá-la para os Estados Unidos. Não vou conseguir te proteger.

Ela estremeceu.

— A nave fez contato, querem você. A mulher disse que se chama Naomi e é a rainha de seu povo; e que você deve morrer.

— Mas não vão me entregar, vão?

— Não vou arriscar. Ela declarou guerra à Terra, caso você não seja entregue dentro de vinte e quatro horas.

— Mas para onde vamos?

— O capitão Cardoso vai te levar. Tem um lugar seguro para você.

— Pai? Você não vem junto?

— Não posso, tenho que ficar aqui para ver o que vai acontecer. Manteremos contato. Agora vamos.

Ele completou o uniforme dela, como se fosse um oficial de verdade e os dois saíram pelos corredores caminhando normalmente. Encontraram o capitão quase na saída da base. Não foram parados por ninguém.

— A mulher fez contato novamente general. Ela quer Samantha de todo jeito. Homens estão saindo da nave.

— Capitão, eu vejo isso tudo quando eu entrar. Por favor, faça o que me prometeu. Leve-a em segurança e tome conta dela.

— Sim, senhor – ele bateu continência e entrou em um veículo militar.

— Vá com ele meu amor, fique segura. Ele vai te proteger.

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