O Ponteiro Chegou ao Doze.

6 1 0
                                    

Era uma vez um relógio

Você chegou e o queria.

Eu pensei em te dar somente um quarto dele.

Do doze até o três, do três até o seis, era simples.

Mas você não gostava do doze, nem do três, nem do seis. O doze era apagado, o três parecia a metade de um oito e o seis era confundido com um nove diariamente. E você achava insuficiente.

Você queria o quatro, o nove, o onze... Coisas que eu não podia te dar. O meu quatro tinha a perna bamba, o meu nove era confundido com seis diariamente e meu onze parecia dois em números romanos. Mas você não ligava. Achava insuficiente.

Então te dei todos os números, na esperança de isso ser suficiente. O quatro de pernas bambas, o nove ambíguo e o onze que parecia dois. Mas não foi suficiente.

Então você disse que o relógio era ruim. Que não prestava. Quebrou os ponteiros e levou minha bateria.

E o que aconteceu? Eu parei de rodar. De marcar. De seguir. De viver.

Parei.

O RelógioWhere stories live. Discover now