Se sentia infeliz aquela fadinha
Em meio a outras de olhares e asas multicor,
Cabelos iridescentes e com cheiro de flor,
Só e apenas ela
Nenhuma outra tinha,
Asas mais sem graça,
Umas simples asas cinza.
Com muita graça dançam no ar,
Dando giros e acrobacias
Parecem até não se cansar,
Essas fadas coloridas
Só e apenas uma,
Nenhuma outra fica sozinha,
Senão a tão quieta
Fada de asas cinza.
Não só ela desgostava,
Sobre as asas muito ouvia,
Ela acreditava e se questionava,
Chorava e se contorcia
Só e apenas ela ela
Nenhuma outra sofria
Por conta de suas asas,
As cinzas asas cinza.
Foi então que ela decidiu,
E ninguém impediu,
Que à grande árvore pediria
Para tirar dela o que a entristecia
Só e apenas ela,
E agora ela sabia,
Fada mais corajosa
Que uma fada de asas cinza.
E as asas dela, nela já não estavam,
Mesmo com muita dor, ela sorria,
Achava que assim, alguém a aceitaria,
Quando chegou, com repulso a olharam
"Tirou as asas? Melhor ter feia", tinha quem dizia
Só e apenas ela ela
Nenhuma outra não voava
E o que ela mais queria
Era poder ser feliz sem se importar com o que ouvia.
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Fada de asas cinza
Short StorySeria esse mais um dia encantado e perfeito no pequeno grande mundo das fadas? Ou um mundo de magia pode se assemelhar muito mais com nossa cinzenta sociedade do que imaginamos? Afinal, como é, num mundo de flores, ser concreto?