Não Se Pode Mudar O Dna

Pesadelos

A cirurgia requeu muito de Victoria, apesar de ter resistido, só poderíamos dar um dado certo amanha depois do repouso, eu queria ficar pra domir mas não podia, Theo me convenceu a ir para casa tomar um banho e descansar um pouco, ele me deixou em casa e recusei seu convite de companhia a noite pra tentar dormir melhor, não porque não confiasse nele, é um cara bem respeitoso, mas eu precisava ficar sozinha, sentia que poderia surtar se ficasse mais um pouco na presença de alguém. Tenho desejado ficar mais tempo só desde as noites que choro sem motivo, sinto que a qualquer momento estou a um passo de surtar, me sinto vulnerável e não gosto disso.

Não sei em que momento da minha vida eu aprendi a parar de me culpar pelas coisas que me aconteceram, pelas pessoas que deixei ir, que perdi e que falei, principalmente pelas coisas que falei, palavras são como faca, dependendo de como você corta, não tem como cicatrizar. Já machuquei muita gente por conta de muitas coisas que passei, e levei muito tempo pra aprender que ninguém é culpado das coisas que me aconteceram. Não sou religiosa, não como meus pais eram, mas acredito hoje na frase que minha mãe me dizia: "Nada acontece em nossa vida por acaso, isso você não pode controlar, mas você escolhe o que irá fazer. Ninguém é mais responsável que você, pelas suas escolhas". Já tive muito arrependimento das coisas que fiz, hoje aprendia a lidar com isso, mas não sei se caso tivesse chance de melhorar as coisas, se teria coragem. Porém, sou grata pelas coisas que me aconteceram, elas me fizeram amadurecer minha forma de pensar muito rápido, mesmo que isso tenha me custado a minha criança interna e até partes do meu corpo em um nível de violação que eu jamais conseguirei descrever.